Boris Johnson recusa acordo comercial alinhado com as regras europeias

Primeiro-ministro britânico quer solução semelhante à do Canadá para o Reino Unido e sugere que, se não houver um compromisso com a UE, as partes devem basear as suas relações no acordo do “Brexit”.

Foto Hispan TV

do Público.pt

Boris Johnson recusa acordo comercial alinhado com as regras europeias

por António Saraiva Lima

 

“Não há necessidade de um acordo de livre comércio que envolva aceitar as regras da UE em política de concorrência, subsídios, protecções sociais, ambiente ou algo similar, tal com a UE não deve ser obrigada a aceitar as regras do Reino Unido. Vamos manter os mais elevados padrões nestas áreas, sem a obrigatoriedade de um tratado”, afirmou Johnson, num discurso em Londres, intitulado Desencadear o potencial do Reino Unido.

 

Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa na capital belga, o negociador-chefe da UE, mandatado pela Comissão Europeia, insistiu que, para a concorrência entre os dois mercados “se manter aberta e justa”, é necessário que o Reino Unido ofereça “garantias específicas e efectivas para assegurar” que há uma situação de “level playing field [as mesmas regras]”.

“Em primeiro lugar e acima de tudo, vamos defender os interesses da União, os seus cidadãos e os seus negócios”, prometeu o francês, acrescentando que, por isso mesmo, a UE vai “continuar a preparar-se para uma situação de no deal” no final do período de transição.

Em vigor até ao final de Dezembro, o período de transição estabelece que o Reino Unido continua a beneficiar de todos os direitos do mercado único e a respeitar todas as obrigações dos Estados-membros, apesar de ter deixado de estar representado nas instituições europeias.

Para além disso, o primeiro-ministro britânico lembra que já existe um acordo em vigor – o que definiu os termos da sua saída da UE – pelo que não está “decididamente” em causa “uma escolha entre um acordo ou um não-acordo”, no final do ano.

“Fizemos a nossa escolha: queremos um acordo de livre comércio semelhante ao do Canadá. Mas na eventualidade improvável de não sermos bem-sucedidos, então as nossas trocas comerciais terão de se basear no actual acordo de saída”, disse Johnson, deixando uma garantia: “Em qualquer dos casos, não tenho dúvida que o Reino Unido vai prosperar poderosamente”.

Redação

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