Dilma diz que já sabia da demissão de Marta, e defendeu crítica à economia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta quarta-feira (12), durante passagem pelo Qatar, que já sabia do teor da carta de demissão protocolada na Casa Civil pela senadora e correligionária Marta Suplicy, que deixa o Ministério da Cultura após dois anos de gestão.

Segundo Dilma, Marta já havia anunciado sua retirada do governo após a vitória da presidente nas urnas. Ela negou que o Palácio do Planalto tenha determinado que os demais ministros também entreguem cartas de demissão até a próxima terça-feira, quando Dilma volta da reunião do G-20, na Austrália.

“Não estabeleci prazo para ninguém sair. O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui”, disse aos jornalistas. A presidente também negou que dará início à reforma ministerial na próxima terça. “Não vou fazer a reforma ministerial imediatamente. Vou fazer por partes”, afirmou.

Na carta de demissão, Marta fez um balanço de sua atuação frente ao Ministério da Cultura, e aproveitou para dar uma cutucada na condução da economia pela presidente. A ex-prefeitura de São Paulo desejou que Dilma seja “iluminada” na escolha de uma nova equipe de governo, independente e com experiência, principalmente a da área econômica, pois é isso que “a população aguarda e espera”.

“A ministra Marta não fez nada de diferente, de errado, não teve atitude incorreta, seria uma injustiça [criticá-la]. Ela me disse o teor da carta antes de eu viajar. Logo depois da minha eleição, disse que sairia e eu aceitei. Ela me disse que enviaria uma carta”, afirmou Dilma. “Ela não fez nada de diferente de outros ministros. As pessoas têm direito de dar opinião.”

Informações do Painel da Folha desta quarta dão conta de que o ministro Guido Mantega (Fazenda) ficou irritado com as críticas de Marta à política econômica do governo. “Em conversa com auxiliares, o ministro, cuja saída do cargo também é iminente, rebateu a ex-ministra: ‘Das duas, uma: ou ela se rendeu ao discurso do mercado financeiro ou quer desviar atenção de sua gestão na Cultura”. E prosseguiu: “E não faltou dinheiro no ministério dela. O que faltou? Talento?'”, informou o jornal. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. Sim, presidenta, o palácio

    Sim, presidenta, o palácio não fala. Mas a imprensa maldita, se sua modesta pessoa não se manifestar, fala pelas paredes mudas. Trombeteia pelos colunistas de aluguel, pelas manchetes de portais e telejornais e por âncoras radiofônicos seguidores de Pinóquio. E se a honorável presidenta não entrar no jogo, como fez na campanha, ficará de novo tomando bola nas costas durante quatro anos. Traduzindo o jargão futebolístico, a senhora vai sair de campo derrotada pela estratégia errada.

    1. Silvio, acho exatamente ao

      Silvio, acho exatamente ao contrário, a única voz que ela deve escutar é a voz das ruas, e para isto ela deve melhorar a audição, só isto.

      Na composição do ministério vai ter gritarias e bravatas, porém não adianta ouvindo estas gritarias colocar pessoas que ela não confia, ela não tem como se reeleger mais, se o PT quiser outro presidente ele que trabalhe!

  2. Acorda Dilma!

    A Dilma está drogada? Não é possível ficar nessa inercia o tempo todo. Todo o dia uma pessoa dá um nó nela e ele fica com cara de idiota. Em qual lugar Dilma quer chegar? Não compreendendo a situação. Julgo a situação política do Brasil muito difícil e que exige um presidente firme e com vontade. Estão partindo pra cima dela com promessa de impeachement e faz quase 20 dias que nós não vemos uma atuação de Dilma contudente. Tá ficando complicado.

  3. Está certo a senhora Presidenta.

    Como disse um dos personagens de Akiro Kurosawa, a montanha não se meche.

    (Esqueci o nome do filme, alguém se lembra?)

      1. Obrigado pela lembrança,

        Obrigado pela lembrança, estava em dúvida, o Filme no Brasil passou com o título Kagemusha, a Sombra do Samurai.

        Mas a imagem é perfeita, Dilma deve deixar que os outros venham a ela e não sair correndo atrás de políticos decadentes.

  4. “Dilma diz que já sabia da

    Dilma diz que já sabia da demissão de Marta, e defendeu crítica à economia

    de hora em hora o lulopetismo melhora…

    quiçá, não seja aurora inaugural da tão esperada cantada em verso y prosa: a mudança federal!

    uma marca forte original da longa dinastia lulopetista no poder é o ar blasé dis/traído y afetadamente surpreso estampado na expressão cabal de uma mitologia político-semântica deles os donos do poder:

    – eu não sabia!  [ ai que saco… ]

    Dilma afirmar que já sabia de algo que seja… a demissão de uma ministra premium de consolação entre tantos y tantos ministros a se perder nas contas a pagar da babel ministerial… é extremamente eloquente auspicioso de que algo irá mudar! que não seja somente a força na peruca…

    – muda! vai mudar! como diria aquele repórter de campo de futebol…

     

    1. É, foi uma grata surpresa a reação da Dilma à demissão da Marta

       

      André LB (quarta-feira, 12/11/2014 às 18:06),

      Por um bom tempo, eu remoí a carta da Marta Suplicy ainda mais com o destaque que ela recebeu na Folha de S. Paulo. No jornal da quarta-feira, 12/11/2014, a matéria estava no alto da página de capa em espaço que corresponderia, dentro da metade da página abaixo do título, a cerca de 1/3 desta metade. E era o título com letras garrafais que se leria na primeira página na parte que fica exposta nas bancas. E o título dizia: “De saída, Marta provoca mal-estar com o Planalto” e com as letras menores o subtítulo “Petista deixa Ministério da Cultura com crítica à política econômica de Dilma”.

      Coincidentemente há uns dez anos eu só compro a Folha de S. Paulo de quarta-feira, para ler o artigo de Delfim Netto e de quinta-feira para ler a coluna de Pasquale Cipro Neto (Posteriormente passei a ler no jornal de quinta-feira, os artigos de Marcelo Miterhof. E lembro que ainda que com um viés crítico leio também na quarta-feira, o artigo de Alexandre Schwartsman e sem tanto viés leio o artigo de Marcelo Coelho).

      Então veio a explicação da presidenta e hoje, quinta-feira, 13/11/2014, eu comprei a Folha de S. Paulo e a notícia aparece na primeira página. Só que na parte de baixo, e com um espaço que favorecendo um pouco a Folha de S. Paulo corresponderia a 1/36 da metade de baixo e contendo só o título “Dilma poupa Marta após mal-estar em carta de demissão (Poder A8)”. A parte de cima foi destinada primeiro para a notícia com o seguinte título “Espaçonave pousa em cometa pela 1ª vez na história”, cabendo a esta notícia metade da metade de cima da primeira página e logo abaixo o seguinte título “Pacto China-EUA destrava negociações sobre o clima” e que ocupava cerca de 1/3 da metade da parte de cima.

      É a vida que se segue.

      E em homenagem a Folha de S. Paulo deixo o link para a carta de Marta Suplicy:

      http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/11/1546353-marta-suplicy-pede-demissao-do-ministerio-da-cultura.shtml

      Com o título “De saída, Marta diz esperar que equipe “independente” resgate a economia” a reportagem apresenta no final a íntegra da carta de demissão de Marta Suplicy.

      Destaco da carta a parte que gerou maior controvérsia, deixando de lado a falta de oportunidade da renúncia. Diz lá na carta, a senadora Marta Suplicy:

      “Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera”.

      Escrevi aqui para você porque de certo modo a sua reação foi semelhante a minha. Agora dentre os comentários aqui neste post “Dilma diz que já sabia da demissão de Marta, e defendeu crítica à economia” de quarta-feira, 12/11/2014 às 12:20, o mais espirituoso foi o de JC. Pompeu que tem uma postura mais independente (Não sei se já antevia uma possibilidade de ser o escolhido para a assumir a chefia da equipe econômica). Pois bem, no comentário que ele enviou ontem, quarta-feira, 12/11/2014 às 17:23, ele reproduz a notícia da reação da Dilma e lança uma frase auspiciosa. Diz ele lá, sendo que deixo o negrito, itálico e sublinhado como no original:

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      “”Dilma diz que já sabia da demissão de Marta, e defendeu crítica à economia”

      de hora em hora o lulopetismo melhora…

      quiçá, não seja aurora inaugural da tão esperada cantada em verso y prosa: a mudança federal!”

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      O comentário é maior embora não seja grande, mas bem merece ser transformado em um post.

      Bem vale a pena deixa aqui também o link para o post aqui no blog de Luis Nassif da carta de demissão da ex-ministra e senadora Marta Suplicy. Trata-se do post “Em carta de demissão, Marta pede a Dilma atenção com nova equipe econômica” de terça-feira, 11/11/2014 às 11:52, contendo referência do Jornal GGN a publicação pelo Estadão da carta de renúncia da Marta Suplicy e que se acha neste post também transcrita. O endereço do post “Em carta de demissão, Marta pede a Dilma atenção com nova equipe econômica” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/em-carta-de-demissao-marta-pede-a-dilma-atencao-com-nova-equipe-economica

      E também vale deixar o link para o post “O que Marta Suplicy deve saber sobre “economia independente”, por J. Carlos de Assis” de quinta-feira, 13/11/2014 às 09:07, com o artigo de J. Carlos de Assis e que foi transcrito aqui no blog de Luis Nassif. O endereço do post “O que Marta Suplicy deve saber sobre “economia independente”, por J. Carlos de Assis” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-que-marta-suplicy-deve-saber-sobre-economia-independente-por-j-carlos-de-assis

      Achei o post pertinente aqui nessa discussão sobre a demissão da ex-ministra e senadora Marta Suplicy e da reação da Dilma. Penso que houve um exagero de J. Carlos de Assis ao transformar o pedido da ex-ministra e senadora Marta Suplicy de se cuidar em ter “uma equipe econômica independente” em um pedido por um Banco Central independente. Além da pertinência do artigo de J. Carlos de Assis, eu fiz referência ao artigo porque penso que a ideia da ex-ministra e senadora Marta Suplicy de se buscar “uma equipe econômica independente” não faz sentido ou teria que ser mais bem explicitada e considero que J. Carlos de Assis é que tem feito as melhores críticas a idéia de Banco Central independente. Há posts dele da época da eleição em que ele foi bem firme e convincente sobre a falácia de se defender um Banco Central independente.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 13/11/2014

  5. “O Palácio não fala, é

    “O Palácio não fala, é integrado por paredes mudas. Só quem fala sobre reforma é essa pessoa modesta que vos fala aqui”

    Tudo bem que ela é a presidenta e quem manda é ela. 

    Mas esse tipo expressão denota que a Dilma não mudou muito seu perfil centralizador, o que é péssimo. Para governar é preciso saber delegar para pessoas capacitadas e de confiança.

    Será tão dificil ela achar pessoas com esse perfil?

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