Diagnóstico da gestão pública domina pauta de colegiado

Do Valor Econômico

Em fase de diagnóstico, Câmara de Gestão encerra o ano sem resultados

Em 2011, as tentativas da presidente Dilma Rousseff de melhorar a gestão do governo federal foram capitaneadas por um colegiado presidido pelo empresário Jorge Gerdau e integrado pelos empresários Henri Philippe Reichstul, Abílio Diniz, Antonio Maciel Neto e os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento).

A Câmara de Gestão recebeu a missão de ajudar o governo a modernizar o Estado brasileiro, dar mais eficiência à máquina e melhorar a qualidade dos gastos públicos e dos serviços prestados à população. A presidente Dilma quer cortar despesas sem prejudicar seus programas prioritários. Com essa economia de recursos e a redução da burocracia, acreditam autoridades do governo, tais verbas poderiam ser investidas em outras áreas.

Até agora, os trabalhos da Câmara de Gestão têm se concentrado em fazer um diagnóstico dos setores da administração aeroportuária, justiça, saúde, os preparativos para a Copa de 2014, Correios e o Ministério da Previdência. O Ministério dos Transportes, também de difícil administração, entrou no campo de atuação do grupo, depois que uma série de denúncias levou à queda da cúpula da Pasta.

Outras áreas do governo mantêm conversas com Gerdau e seus companheiros para também receber a assessoria da câmara, como o Ministério da Agricultura. No entanto, integrantes do colegiado avisam que os resultados só começarão a ser percebidos em 2012. Como esse tipo de consultoria geralmente exige muitos estudos prévios, argumentam, os projetos de melhoria de gestão passam seis meses analisando processos, seis meses implementando medidas e seis consolidando essas ações.

Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, a comissão presidida por Gerdau peca ao não debater uma política de recursos humanos para o setor público que defina planos de carreira, novos critérios de recrutamento e aperfeiçoamento de pessoal, medidas que ajudariam a profissionalizar a máquina pública e reduziriam, por exemplo, pressões sobre o governo na votação doOrçamento. Além disso, acrescentou o professor, até agora a Câmara de Gestão não tomou nenhuma medida que se traduza na redução da burocracia enfrentada pelo cidadão. “A gente está precisando de alguém na administração brasileira que pense no bem estar das pessoas”, concluiu Piscitelli. (FE)

Luis Nassif

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