Moro indica nome do PSDB e de Temer para integrar sua equipe na Justiça

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Delegado da PF integra governo Temer e participou de caso Banestado e Lava Jato e general disputou governo do Ceará pelo PSDB
 
 
Jornal GGN – O futuro ministro Sérgio Moro anunciou mais dois nomes para compor a sua equipe no Ministério da Justiça: o delegado da Polícia Federal (PF), Luiz Pontel, para ser seu secretário-executivo, cargo considerado o número dois da pasta, e o general da reserva Guilherme Theophilo para ser Secretário Nacional de Segurança Pública (Senasp). O primeiro integra o atual governo de Michel Temer e o segundo foi candidato ao governo do Ceará pelo PSDB nas eleições deste ano.
 
Luiz Pontel foi o escolhido por Sérgio Moro para assumir um importante papel dentro do Ministério da Justiça, ele será o secretário-executivo da pasta. Atualmente, o delegado da Polícia Federal ocupa o cargo de Secretário Nacional de Justiça do governo Temer, uma área estratégica do Ministério.
 
Além disso, ele fará a ponte necessário junto à Polícia Federal, órgão independente, mas que é subordinado à Justiça. Isso porque Pontel já foi  número dois da PF, como diretor-executivo, e é ligado ao ex-diretor-geral, Leandro Daiello, e ao atual, Rogério Galloro.
 
Ao indicá-lo a um cargo de extrema confiança do futuro ministro da Justiça, Moro ressaltou que, como delegado, ele participou da investigação do caso Banestado e ajudou na prisão do deleito Alberto Yousseff, na Operação Lava Jato – dois casos de atuação de Moro enquanto juiz da primeira instância.
 

O futuro secretário-executivo do Ministério da Justiça, delegado Luiz Pontel – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil
 
“Ele participou da investigação do caso Banestado, inclusive, foi um dos principais responsáveis pela primeira prisão do Alberto Youssef. E, naquela época, foi possível constatar a absoluta integridade do delegado Pontel”, disse Moro, à imprensa, na tarde de hoje.
 
Ainda, o segundo nome divulgado, o general da reserva Guilherme Theophilo de Oliveira será o secretário de Segurança Pública. Theophilo disputou neste ano as eleições para o governo do Ceará pelo PSDB, sem conseguir a vitória. 
 
Ao ser questionado, Moro respondeu que o general se desfiliou do PSDB e, portanto, dessa maneira, “não existe nenhuma indicação político-partidária”. “O general foi, como é sabido, candidato nas eleições deste ano, mas ele já se desfiliou do partido político ao qual ele estava filiado, então não existe aí nenhuma indicação político-partidária”, disse.
 
Com a responsabilidade de atuar na Força Nacional de Segurança Pública, grupo considerado de elite pela União para uso em ações na área de segurança nacional, o general do Exército, o último posto da carreira no Exército, Moro apostou no seu nome para “padronizar” procedimentos na área de segurança pública dos estados. 
 

O general da reserva Guilherme Theophilo Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
 
Como já havia indicado anteriormente, o objetivo de Sérgio Moro é unificar e centralizar, de certa maneira, as forças de segurança pública de todas as polícias e do país nas mãos do Ministério da Justiça. Por isso, a tarefa dada a Theophilo caminha nesta linha.
 
Como exemplo citou o que foi feito na intervenção determinada por Michel Temer no Rio de Janeiro, nas mãos do general Walter Braga Netto: “Entendo que um trabalho similar, respeitado evidentemente a autonomia dos estados do Distrito Federal, é o objetivo na Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública]”, completou.
 
“A tarefa do novo secretário, general Guilherme Theophilo, vai ser a de ajudar a reestruturar, resguardada as autonomias, tentar padronizar procedimentos, padrões de serviços e gestão envolvendo a segurança pública nos estados”, disse o futuro ministro.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. O nascimento da gestapo.

    O nascimento da gestapo. Todos aqueles que conceberam, planejaram e conduziram o golpe de Estado devem compor o aparelho e as estruturas do Estado policial: políticos, militares, juízes e articuladores externos (órgãos de segurança norte americanos). Enquanto a esuquerda e os progressistas falam em constituição, liberdade de expressão, direitos individuais, presunão de inocência, a tropa de ocupação prepara o porrete.

  2. Moro chuta o pau da barraca: é o tal do “ele já pediu desculpas”
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    Responsável pela prisão do ex-presidente Lula, que tem novo recurso em julgamento no STF nesta tarde, o ex-juiz Sergio Moro diz ter plena confiança em Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, que confessou ter recebido caixa dois da JBS; também hoje o STF decidiu abrir processo contra Lorenzoni para apurar o caso; Lorenzoni já admitiu em vídeos nas redes sociais que recebeu doações de caixa 2 ao menos uma vez

     

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