Pagamento de auxílio não vai evitar recessão, diz Laura Carvalho

Em entrevista, economista e professora da USP diz que não haverá crescimento que reverta a pobreza sem que ocorra a vacinação em massa

Laura Carvalho, economista e professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Foto: Reprodução/Twitter

Jornal GGN – O momento vivido atualmente pelo Brasil é dramático, e tudo indica que as desigualdades devem ficar ainda mais evidentes com a demora no pagamento do auxílio emergencial e a falta de vacinação em massa contra a covid-19.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), afirma que a política federal tanto no âmbito sanitário como no econômico é “catastrófica”, e o que se tem visto é que sempre se pode piorar.

“O fato é que, hoje, o país está rumando para duas décadas perdidas na economia em termos de renda média e de renda per capita. O que, por si, já seria um problema. Mas acho que o que cria mais dificuldades para o futuro é a deterioração das nossas instituições democráticas”, explica.

A economista ressalta que, com o agravamento da pandemia, o governo federal teria ter mantido o pagamento do auxílio emergencial desde janeiro, em valores maiores e para um grupo maior de pessoa. “Parece-me que os R$ 300 que estavam sendo pagos no fim do ano passado deveriam ser o mínimo nesse novo desenho, porque, ali, já estávamos vendo os indicadores de pobreza se deteriorarem. E a situação da pandemia é, hoje, muito pior”, lamenta.

Sobre a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos holofotes políticos, Laura vê um lado positivo: “a polarização que está colocada é entre um governo que nega a ciência, não está governando em prol da melhoria das condições de vida e de saúde da sua população. E, do outro lado, o contrário disso”.

Redação

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