Jirau e Santo Antônio frustam expectativa de expansão

Do Jornal da Energia

A entrada em operação de novas usinas de Jirau e Santo Antônio, além das eólicas, ficou 30,7% abaixo do esperado pelo governo em 2013. A expectativa era que 8.502 MW de potência seriam adicionados ao sistema elétrico brasileiro em 2013. Na prática, porém, apenas 5.888 MW se tornaram realidade, o que representa uma frustração de 30,7%. Alessandro Cantarino, da Superintendência de Fiscalização de Serviços de Geração da Aneel, explicou a diferença de 2.614MW — equivale a uma usina do porte da hidrelétrica de Paulo Afonso IV (2.462MW-SP), da Chesf.

Segundo o superintendente, no geral, a diferença é explicada por causa da frustração na operação de duas hidrelétricas: Jirau (3.750MW) e Santo Antonio (3.150MW). No caso de Jirau, a previsão era que 1.270MW entrassem em operação comercial ainda no ano passado. Porém, apenas 75MW, o equivalente a uma turbina, está operando. Para Santo Antonio, a expectativa era que 1.400MW estariam funcionando, mas só 502MW se tornaram realidade.
 
“Tínhamos uma previsão de motorização mais intensa dessas duas usinas, o que acabou não ocorrendo”, lamentou Cantarino.
 
Ele contou ainda que as eólicas, ou melhor, a transmissão dos parques também teve a sua parcela de responsabilidade. Esperava-se que 1.600MW em parques eólicos estariam operando ao final de 2013, mas somente 300MW se concretizou.
 
De acordo com Cantarino, algo próximo a 900MW entram na conta dos parques que estão aptos a operar, ou seja, poderiam estar gerando energia, mas não estão por causa dos atrasos nos sistemas de transmissão. O restante estaria atrasado, ou pediram concatenação de cronograma.
 
Por outro lado, as térmicas superaram as expectativas. A previsão era que 3.400MW entrassem em operação, mas esse número ficou em 4.050MW. No time das PHCs, 270MW entraram em operação, contra 340MW previstos.
 
A promessa agora é que 6 mil MW sejam acrescentados em 2014, conforme afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao discursar após a primeira reunião do ano do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de 2014, realizada na quinta-feira (16/1).
 
Por outro lado, dados da Aneel de dezembro dão conta que essa expectativa será de 9.590MW. Cantarino informou que o número final da expectativa de 2014 será apresentado no início de fevereiro.
 
A expectativa do governo de 8.502 MW de potência em 2013 leva em consideração dados da 124ª reunião do CMSE, realizada em 9 de janeiro de 2013, uma vez que para a Aneel a previsão era de algo próximo dos 8.700MW adicionais no ano passado.
 
 
Redação

1 Comentário

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  1. E agora, quem vai desfazer as

    E agora, quem vai desfazer as omeletes e trazer de volta os peixes – sim, eles, os famigerados bagres – para o Madeira? Porto Velho hoje importa peixes de Manaus. Quem fai refazer a orla de Porto Velho, que está desmoronando? Quem vai refazer as cachoeiras destruídas, como Teotónio, que era famosa em toda a Amazônia? E os esqueletos de prédios em Porto Velho, os viadutos que não se terminaram de construir, a infra-estrutura que continua igual, se não pior, ao período anterior às obras? Os impactos das usinas no Madeira são irreversíveis e altíssimos frente aos pequenos benefícios resultantes. Algum dia, e não vai demorar muito, as gerações futuras ficarão pasmas com o absurdo equívoco que a sociedade brasileira cometeu em pleno século XXI ao construí-las.

    Essas usinas jamais produzirão energia a toda carga porque o Madeira é um rio que nasce nos Andes, com uma carga sedimentar muitíssimo maior que a dos outros rios que têm sido barrados para geração de energia no Brasil. Em pouco tempo os lagos estarão totalmente assoreados e as barragens entupidas, como muitos hidrólogos previram. A solução proposta pelo renomado especialista em energia Edison (Sarney) Lobão: a construção de mais uma barragem, desta vez na confluência do Madeira com o Mamoré. Os bancos e grandes empreiteiras, é claro, vão adorar. Dividas de campanha serão pagas e a governabilidade será assegurada. O PMDB se contentarea por alguns meses. O fiasco dessas usinas é a bola mais fácil que já houve para se cantar e o pior é que todo mundo enviolvido sabia. Até quando vamos continuar destruindo os rios da Amazônia a pretexto de gerar energia, quando quem se beneficia são os mesmos banqueiros, empreiteiras e mineradoras de sempre? Está no livro “Honoráveis Bandidos”, de Palmerio Doria: quem manda na Eletronorte e no setor energético do Brasil é o Sarney. É a ele e seu grupo que vamos continuar conferindo a responsabilidade de traçar nosso futuro energético e a destruição de nosso patrimônio natural e cultural?

     

     

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