Nos tempos de João Goulart

A pesquisa do IBOPE, sobre o governo Jango, trouxe de volta velhas lembranças.
 
Acompanhei e participei do clima féerico daqueles tempos na condição de aluno ginasiano do Colégio Marista de Poços de Caldas.
 
Quando o golpe veio eu estava prestes a completar 14 anos. Admito: aos 13 anos meu idolo maior ainda era Carlos Lacerda, amigo do Vô Issa Sarraf e, segundo o próprio Lacerda, salvo do atentado da rua Toneleros graças ao Salmo 90 que vó Martha o presenteou e ele carregava na carteira.
 
Via o Brasil e o mundo a partir das disputas estudantis em Poços de Caldas, das eleições na UEC (União Estudantil Católica), depois do GGN (Grupo Gente Nova) e, especialmente, nas Semanas do Estudante. Nelas, havia uma forte bancada de esquerda constituída de alunos do Grêmio Pelicano, do Colégio do Arinos, da Maçonaria. Do lado contrário os alunos do Colégio Marista e as meninas do São Domingos e Maria José, especialmente os internos, já que os externos dividiam-se nas preferências políticas. De certo modo liderava esse grupo mais à direita, ao lado do meu colega Ricardo Carvalho. Meu apelido era Lacerdinha.
 
Graças aos contatos do meu pai, Oscar Nassif, conseguimos trazer para as Semanas o professor Aluizio Pimenta, bravo reitor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), depois exilado, e o professor Antônio Cândido.
 
O proseltismo chegava até nós de diversas formas, seja através dos artigos de David Nasser, em “O Cruzeiro”, através da rádio Globo e de publicações alternativas.
 
O IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) bancava um jornaleco chamado “Ação Democrática”. Lembro-me até hoje do lide de uma das matérias: “A sanha nacionalista quer tirar do capital privado a oportunidade de modernizar o Brasil”. O livro de Richard Dreiffus sobre 64 trouxe documentos mostrando capital externo bancando a revista.
 
Meu avô lacerdista me estimulava a ler a revista. Mais liberal, e sem ativismo político, meu pai gostava de uma revista econômica não-ideológica chamada de “Política & Negócios”.
 
Havia um sem-número de publicações menores. Do lado esquerdo, o “Brasil Urgente”, do Frei Josaphat, criado em 1963 e que durou pouco mais de um ano; do lado direito, uma publicação católica, de Belo Horizonte – da qual não me recordo o nome. (Clique aqui para acessar uma tese sobre o Brasil Urgente). (Clique aqui para a Ação Democrática)
 
Graças ao turismo nacional e internacional, Poços era um tanto diferenciada. Não saberia dizer se a experiência de política estudantil espalhava-se por outras cidades do interior. Por aqui, recebíamos exilados portugueses, espanhóis, belíssimos agitadores de esquerda e de direita.
 
Do lado das famílias, vinha o padre Charboneau; do lado das esquerdas, frei Josaphat. 
 
Quando frei Josapahat se apresentou na Urca, pedi para meu pai me levar. Ouvi sua palestra, depois arrisquei a primeira provocação:
 
– Que governo é este que põe o Exército no porto de Santos para impedir que os bagrinhos lutem por sua sindicalização?
 
E o frei, impiedoso:
 
– Meu anjo, você é muito novo para entender essas coisas.
 
Os conterrâneos consideraram que ele não encontrou resposta melhor.
 
Nas férias, vinham a Poços os seminaristas dominicanos chefiados por frei João Baptista, que ajudou a organizar uma fábrica de móveis em modelo de auto-gestão. Dentre eles pontificavam frei Beto e frei Tito, que nos acompanhavam nas serenatas e ficavam hospedados no Colégio São Domingos. 
 
As freirinhas do São Domingos seguiam o exemplo das freirinhas do Sion, de Belo Horizonte, e ajudavam a estimular a ação católica no GGN e na JEC. A Ação Popular começava a se organizar. Uma das moças que descobriu a política a partir do GGN de BH atendia pelo nome de Dilma Rousseff.
 
Em todos esses contatos, o meio campo  era feito pelas primas Cristina e Rosa Mesquita, as melhores estrategistas políticas que Poços conheceu. Aliás, alguns anos depois nossas casas abrigaram os estudantes mineiros que foram para o congresso da UNE no Seminário dos dominicanos, em São Paulo, um ano antes de Ibiuna.
 
Antes do golpe,  o sonho maior era colocar, frente a frente, Carlos Lacerda e Leonel Brizola. Chegamos a entrar em contato com ambos mas, creio, não houve resposta de nenhum.
 
De minha parte, sustentava que Lacerda era imbatível em um debate; o povo do Arinos garantia que Brizola era campeão. Mas, admito, os brizolistas tiveram um momento ímpar de regalo político quando Brizola deu um pontapé no traseiro do David Nasser em pleno aeroporto Santos Dumont (clique aqui para ler as versões sobre o episódio).
 
Repito, não sei se Poços era uma exceção no interior, mas a exacerbação política nos atingiu em cheio. Não apenas o intenso tiroteio dos jornais e rádios contra Jango, mas o próprio titubeio de Jango, sua relação conflituosa com os partidos de esquerda, as oscilações da política econômica.
 
Lembro-me até hoje de uma conversa com Gerinho em um início de noite, na esquina da rua Rio de Janeiro com Santa Catarina. Um dos raros integrantes do Partido Comunista em Poços, Gerinho se jactava:
 
– Já conquistamos o poder. Falta só conquistar a presidência.
 
Era apenas um eco vindo dos centros de discussão, mas através das linhas de transmissão do Partidão. Portanto, a ideia da tomada do poder pelas esquerdas contaminou os próprios partidos de esquerda, apesar do enorme desequilíbrio de forças que ficaria claro nos anos seguintes, do blefe das Ligas Camponesas ao dispositivo militar de Assis Brasil. 
 
As ambiguidades de Jango ajudaram a amplificar a sensação de instabilidade e de um golpe que poderia advir de qualquer um dos lados.
 
Lembro-me bem o dia do Comício da Central. 
 
Todos os colégios da cidade estavam empenhados em criar seu grêmio estudantil. E, depois de eles criados, seria concretizada a criação da UME (União Municipal dos Estudantes).
 
Esse movimento todo era coordenado pela União Colegial de Minas Gerais (UCMG), organização mais à direita, que tinha entre suas mais expressivas lideranças o Weber Americano, que depois se tornou policial do DOPS, e o futuro governador mineiro Newton Cardoso.
 
Enquanto não se formalizava a eleiçao para a UME, esta ficou sob intervenção do José Roberto da Silva, nosso companheiro do GGN.
 
O Zé montou uma chapa para concorrer ao recém-criado Grêmio Afonso Celso, do Colégio Marista  e me deixou de fora. Fiquei indignado e resolvi montar uma chapa alternativa. Fui atrás do modelo de estatuto da UCMG, mas o Zé não quis entregar.
 
Montei uma estratégia com o Múcio, amigo cuja irmã queria montar o grêmio do Jesus, Maria José. O Múcio pediu a cópia do estatuto para o Zé e, na noite do comício, subimos até o alto da Vila Nova, onde ele morava.
 
No caminho, todas as casas ligadas nas rádios do Rio transmitindo o comício.Havia pólvora no ar, sim. A Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade levou centenas de poçoscaldenses às ruas. As pregações do padre Peyton insuflaram a indignação da classe média local.
 
Conseguimos o estatuto com o Zé e montei uma chapa que acabou vencendo as eleições. Na cabeça, o Antonio Neto Barbosa, o Netinho; eu de vice; o Tomás Togni Tarquinio de Secretário Geral, ambos do terceiro científico.
 
Vencemos mas não tomei posse. No dia da posse, fiquei de castigo na classe depois que o irmão Baiano me flagrou com alguns colegas tirando a calça do Rowilsinho Flora no recreio.
 
No meio da solenidade, o Newton Morais, colega do 2o científico, apresentou um documento devastador: minha carteira de estudante comprovando que tinha 13 anos, e só completaria 14 dois meses depois, em maio. A molecagem com o Rowilsinho, de fato, não me credenciava para cargos de responsabilidade.
 
Um mês depois veio o golpe. 
 
Nos anos seguintes, todos os jovens estudantes que persistiram na política pagaram caro.
Netinho, que era considerado mais de direita, foi para Belo Horizonte, fez Economia, e, conhecido como Barbosinha, tornou-se agitador, foi preso e permaneceu na prisão por vários anos. Saiu e tornou-se presidente do PCdoB de São Paulo.
 
Tomás foi eleito presidente do DCE da PUC São Paulo e em 1968 fugiu para o Chile, depois foi preso no Estádio Nacional e, libertado, rumou para Paris onde permaneceu exilado.
 
Zé Roberto e Murilo passaram na Faculdade de Direito do XI de Agosto e participaram da tomada do XI em 1968. Depois, foram presos e largaram a política.
 
A prima Rosa Maria terminou presa em Ibiuna.
 
Newton Morais foi fazer engenharia em Ouro Preto, participou do último assalto em Minas. Preso, foi torturado e perdeu todos os dentes na cadeia. Foi um dos prisioneiros que, arrebentados pela tortura, foi exposto no Jornal Nacional se desculpando.
 
Nossos comunistas, como o Sebastião Trindade e o Zé Caé foram presos várias vezes.
 
Gerinho prestou concurso e virou provador de café do IBC (Instituto Brasileiro do Café).
 
Alguns poçoscaldenses comportaram-se como dedos-duros. Declinarei seus nomes em respeito aos filhos.
 
De minha parte, meses depois do golpe esqueci meu avô e Carlos Lacerda e aderi de corpo e alma à JEC. Não foi preciso muito tempo para o golpe perder a legitimidade. A violência da repressão, o choque com o dedodurismo e os amigos comunistas presos em Poços, tudo contribuiu para liquidar qualquer intenção de boa vontade do golpe e desmanchar o clima de discussão política sadia. Paguei caro com o irmão Lino Teódulo, reitor do Marista, que não se conformou com minha conversão.
 
Em 2010 passei uns dias em Poços e revi alguns amigos do GGN que, no governo FHC, passaram por Brasilia.
 
Surpreendeu-me a polarização política, o discurso político dominante, de ódio. Era igualzinho ao discurso das marchadeiras de 64.
Luis Nassif

27 Comentários

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  1. Grande Nassif!

    Uma pessoa com uma história tão rica como a sua, merece nosso respeito. Seu retorno às crônicas tem nos brindado com grandes e divertidos textos. E os teus amigos que passaram por Brasília nos idos de fhc, parece que foram contaminados pelo zumbi-mor Zé bolinha. Que triste esta gente.

    Abraço!

  2. Bravo, Nassif.

    Tudo como dantes no quartel de abrantes.

    “Não apenas o intenso tiroteio dos jornais e rádios contra Jango, mas o próprio titubeio de Jango, sua relação conflituosa com os partidos de esquerda, as oscilações da política econômica.”

    Há diferença entre o que Nassif se refere (acima em itálico) com os tempos de hoje?

    Continuam dizendo que o PT quer implantar uma “ditadura castrista”.

    Teremos um golpe civil – militar?

    O que mudou?

     

  3. Brilhante Nassif!

     

    Nooooosssssa!

    A cada parágrafo lido, eu rolava a barra para baixo, torcendo para não ver chegar o fim do texto.

    Sei lá…jornalista é jornalista. Quem sabe, sabe. Cronista também.

    Só uma possível correção Nassif: Acho que sua avó Martha deu ao Lacerda o Salmo 91 e não o 90. O primeiro está mais próximo do ocorrido na Toneleros.

    Vamos ler?

    Sl. 91.5-8 “Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,  nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.”

    Um abençoado 2014 para o Nassif, sua família, bem como sua equipe, e por extensão a todos os leitores de ideiais de esquerda, de centro e de direita, ateus, agnósticos ou religiosos, de todos os gêneros, que votaram em Dilma (como eu) ou que votaram em Serra, ou que não votaram em ninguém,   pois o país conta com todos nós.  Somos parte deste corpo chamado Brasil. 

    Que possamos nos unir, para semear paz e harmonia, realizar nossos sonhos, pois forças estranhas (Janio?) semearam no nosso quintal o ódio e a discórdia. Estes inimigos querem um Brasil trabalhando para eles, nem que para isto, muito sangue seja vertido, sangue que não é o deles. E nesta hora, talvez não haja um Jango,  para ir embora, evitar o pior.

     

  4. Instigante memorialismo. Mas

    Instigante memorialismo. Mas como fazem diferença três anos de idade na primeira década de vida!

    Mais jovem, ou menos velho, lembro bem de ter sido conduzido, por minhas tias beatas, ao comício do Padre Payton, na Praça da Rodoviária. Elas só sabiam que era contra o Comunismo Ateu, e que o Padre, esse mais que os outros, era um especialista na defesa da fé Cristã.

    Do Golpe, mesmo, a família mais se preocupava era com a saúde de um dos meus irmãos mais velhos, conscrito, acompanhando as tropas em direção ao RJ.

    Quanto às atividades estudantis, é de se ressaltar a importância da instrução familiar, evidente em seu caso, Nassif.

    Agradecido fico pelo usufruto e participação, neste espaço democraticamente compartilhado.

  5. Caro Luis,quando disse que

    Caro Luis,quando disse que você leva jeito para as crônicas de estilo romanticas,estava sendo sincero.Essa por exemplo é otima.O resgate do passado é sempre bem vindo,são   lembranças que jamais se apagarão das nossas mentes.A infância è o que há de mais belo em nossas vidas.Como esquece-las,jamais.A escola,o ginásio a primeira namorada,são fatos que ficaram registrados em nossas memórias em letras de ferro e jaspe.Encho meus pulmões,respiro e lhe parabenizo meu caro e meu nobre Luis Nassif.

  6. Belíssima crônica Nassif! Sua

    Belíssima crônica Nassif! Sua história política foi muito intensa nos período ali próximos de 64. Não vivi esse período, mas vivi os tempos cruéis de FHC. E é por isso que não quero que esse período se repita: ano que vem é tudo ou nada na vida política desse país.

  7. Crônica do Nassif

    Sabia que valeria, como valeu, a pena ler sua crônica. Pena! Que toda a história ou histórias de lutas em nosso país não chegam de fato ao povo. Talvez por que tais lutas não emanam verdadeiramente do povo, assim redundam, por mais belas e nobre que sejam e todo o respeito que tenho para com cada personagem destas lutas, alguns inclusive o senhor os lembrou bem, redunda a penas num enfodonha luta pelo poder.

    Também sou esquerdista, e se nesta época vivesse, principalmente cursando colégios da “burgesia” também teria perdido meus dentes nas masmorras do poder. A troco de quê?

    Toda essa luta não conserta as ruas esburacadas dos bairros mais afastados de minha humilde Paraopeba. Travamos, com disse Raul Seixas, uma enorme briga com os galhos; enquanto que é no troco que esta o Curinga do baralho.

    Contudo grato! Nassif, por esta aula de vida e de história.

  8. É o espelho do que ocorreu na

    É o espelho do que ocorreu na maioria das cidades brasileiras, e com os jovens, à época. E, infelizmente, uma funesta previsão do que estão preparando-de novo!- para o Brasil. E SÃO OS MESMOS….

  9. anos dourados

    Menino Nassif nos  ANOS DOURADOS.

    “E lá vai Nassif xingando padre e pedra

    E lá vai Nassif lambendo podre delícia

    E lá vai Nassif senhor de todo o fruto

    Sem nenhum pecado sem pavor

    O blog  em sua vida nasceu muito depois”

    Inversão alquimística: março de 1964, o ouro virou chumbo…

    “- Já conquistamos o poder. Falta só conquistar a presidência.”

    Hoje, alguns diriam exatamente o contrário.

  10. Inconformado…

    Por que omitir os nomes dos calhordas dedos duros?

    Até este momento a absurda anistia vem absolvendo estes safados de pagarem por seus crimes.

    A execreção pública e o esculacho público são as armas que por ora dispomos para punir estes safados.

    Filhos, netos,   parentes, vizinhos e o público em geral tem o dreito de saber que aquele velhinho gentil foi um alcaguete e encaminhou nossos irmãos às masmorras da dtiadura militar. Que muitas vezes lhe custou a vida.

    Prestaste, caro Nassif, um desserviço ao país.

    Lamento.

     

    1. O golpe de 64 no qual

      O golpe de 64 no qual resultou a ditadura, sendo esta causada pela esquerda, que queria implantar o comunismo no cone sul. Na época, de 60 a 64, nao sei se vcs se lembram? O Brasil, politicamente vivia um periodo   conturbado pela insegurança que o povo tinha. Comecei a trabalhar em março de 64, vivia atormentado pelas desordens da época causada pelos ditos comunistas, que não passavam de pertubadores das ordens vigentes. O golpe de 64, apoiado pela população foi o melhor resultado da época. Graças ao bom Deus tivemos a ditadura militar, sendo os militares os maiores e melhores democrátas  que temos. Se não tivessemos aquela ditadura, teriamos uma Comunista que seria mil vezes pior. O povo não teria a liberdade de ir e vir, seriam levados ao “paredon”, todos aqueles que discordavam dela, as morte seriam aos milhares, talves, milhões. Não sei como pessoas de cultura podem apreciar o comunismo, sendo este considerado o flagelo da humanidade. Hoje, graças a Deus pouco paíse atrasados ainda mantem seu povo 

      escravisado sem o direito de se interagir com o mundo civilizado. Cuba, China, Coreia do Norte, entre outros, são paises atrasados, que para sobreviver escravisam o seu povo, mataram milhões de pssoas só pq não aceitavam o comunismo.

      Uma minoria metida a intelectual, queriam tirar a liberdade da maioria, só para se manter no poder, afim de tirar proveito próprio. Hoje, seo Nassif, se vc quiser o que foi feito durante a ditadura, posso lhe enviar o progresso que tivemos durante este periódo. Naquela época eramos o 42° pib mundial, quando ela acabou eramos 10° pib. Hoje, estamos voltando ao10° com esses pibinho farjutos.  

       

  11. Muito atual
    Parece que a cronica se repetirá em muitos lugares em 2014.

    Ainda creio que um golpe será dado no ano que vêm. Eh tudo ou nada para a direita e certos interesses econômicos.

  12. Interessante Nassif constatar

    Interessante Nassif constatar que em vários lugares as coisas se passaram de maneira semelhante. Aqui na minha Santos, os mais antigos (sou de 1957) me repetiram fatos e “sensações” semelhantes. E também no livro “João Goulart”” do professor Jorge Ferreira, que li recentemente, ele repete no plano nacional os mesmos sentimentos e radicalização política da tua crônica… E eu poderia puxar na memória muito mais em fatos que vivi um pouco mais tarde, e outras leituras sobre a época… 

    O legal de ler isto, foi constatar que como sempre, você executou um belo testemunho político em tom de crônica… Beleza “seo” Nassif!

    Você precisa voltar para as crônicas… rs

    Um abraço.

  13. FHC crê que candidatura de

    FHC crê que candidatura de Joaquim Barbosa seria “aventura”

     

    Valor

    30/12/2013

    O presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, participa de seminário em Brasília em novembro

    O presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, participa de seminário em Brasília em novembro

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acredita que falta a Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), traquejo político para vir a atuar como presidente da República. Crê ainda que Barbosa não tem as características necessárias para conduzir o Brasil e chamou de “aventura” uma eventual candidatura do ministro.

    “As pessoas descreem tanto nas instituições que buscam heróis salvadores… Ele [Barbosa] teria que ter um partido para começar, acho que ele é uma pessoa que tem sentido comum e duvido que vá fazer uma aventura desse tipo”, disse Fernando Henrique em entrevista ao programa Manhattan Connection, da Globonews, no domingo à noite.

    Pesquisa Datafolha realizada no final de novembro indica Barbosa com 15% das intenções de voto para a Presidência em 2014. No mesmo cenário, a presidente Dilma Rousseff lidera com 44%, o senador Aécio Neves (PSDB) tem 14% e o governador Eduardo Campos (PSB) aparece com 9%.

    “É difícil imaginar Barbosa na vida partidária, ele não tem o traquejo, o treinamento para isso, uma coisa é ter uma carreira de juiz, outra coisa é ter a capacidade de liderar um país. Talvez o Senado, a vice-presidência. Não creio que ele tenha as características necessárias para conduzir o Brasil de maneira a não provocar grandes crises. Confio no bom senso dele”, acrescentou.

  14. Nassif, seus textos e artigos

    Nassif, seus textos e artigos deveriam ser gravados para, enquanto se trabalha ou mesmo em viagem, podermos ouví-los. E aprender. Você tem a vantagem de não ser rancoroso ou ressentido como o  “azedo” e outros pigais e sabe usar bem o hai que endurecer quando necessário. Pena termos poucos professores com essas características e história de vida. Sua formação cultural, política e compromissos com o Brasil lhe permite navegar para além das ideologias e angariar o respeito que conquistou. Parabéns!

  15. Tudo se repete não é mesmo?

    Tudo se repete não é mesmo? Aqui, ali e acolá…

    O que não se repete é essa sua capacidade de fazer a gente reviver coisas já vividas…e que, amém, não se repitam…

    Se repete também que vou te dar um beijo na próxima oportunidade, com a licença da Eugenia…rs…

    Felíssimo Ano Novo!

     

  16. Via o Brasil e o mundo a

    Via o Brasil e o mundo a partir das disputas estudantis em Poços de Caldas, das eleições na UEC (União Estudantil Católica), depois do GGN (Grupo Gente Nova) e, especialmente, nas Semanas do Estudante.

    Então foi daí que saiu a inspiração para o nome do site novo?

     

  17. Parabens “Seo” Nassif !

    Parabens “Seo” Nassif ! Escelente sua crônica. Pena que eu não pude desfrutar  destas cenas. Morava no Rio e lá a “coisa” pegava mesmo feia.

  18. No Jornal Nacional se desculpando …

    Nassif, poucos lembram esse episódio tão trágico _ os presos políticos se retratando nos jornais. Ás vezes me parece que só eu vi isso. Me sinto como uma personagem do Cem Anos de Solidão, que era a única testemunha de um fato histórico. Lembro bem de um japonesinho, que após retratar-se no JN e num jornalzão, numa página inteira falando de seu arrependimento, dias depois foi assassinado; foi muito chocante, deve ter sido em 1970/1971. 

  19. nos tempos de joão goulart

    Convivi esssa época com você Nassif! Em Poços de Caldas! Fui para o Juvenato, e depois do Juvenato fui para o exército – Núcleo da Divisão Aeroterrestre – Parquedistas. Não me contaminei pelas “estórias” da esquerda (toda ela festiva, não é?). Você deve estar arrependido de ver hoje o Brasil perder o bonde da história sob o comando desses analfabetos funcionais da qesquerda (des)mandando o país. O antigo Colégio Marista de Poços de Caldas foi expropriado dos maristas pela Maçonaria esquerdista do Zé Vargas (UDN, veja só?!) e hoje é um reduto politicamente fétido do PT. Pobre Poços de Caldas! Pobre Brasil!

  20. Em Poços, em São Paulo, em…

    Assim como ocorreu na cidade natal do Nassif, aqui em São Paulo tambem, no pouco que consigo lembrar, dos meus 12 anos, eu relembro a efervecência política daqueles anos, que antecederam ao maior golpe contra a democracia, que se não era a melhor das formas políticas, era o que o voto do povo, tinha escolhido.

    Depois daquele golpe terrível, demoramos muito tempo, para reconquistar a democracia e de novo, o direito de escolher pelo voto direto e secreto, nossos representantes.

    Alguem do blog, critica o Nassif, por ele está aparentemente alimentando uma possível volta àqueles tempos. pelo temor da volta dos mesmos momentos difíceis.

    Eu penso exatamente o contrário. Acho que devemos mostrar aos atuais atores políticos, que aqueles fatos, não poderão jamais serem revividos, porem só conseguiremos isto, discutindo o atual momento, e fortalecendo a democracia, com a discussão política, e levando a bandeira democrática, a toda sociedade civil.

  21. Grande Nassif (2)

    E eu, nascido em 1960, nissei e analfabeto político até a redemocratização. Ainda bem que descobri o Nassif nessa época e, desde então, venho tentando tirar o atraso.

    Feliz 2014, Nassif e blogueiros. E que venham muitas outras crônicas tão deliciosas quantos estas !!!

  22. Recordar é viver

    Belas lembranças, Nassif!

    Só retificaria uma observação sua:

    “Do lado das famílias, vinha o padre Charboneau; do lado das esquerdas, frei Josaphat.” 

    Para quem não viveu a época pode dar a impressão que Charboneau era um tremendo reaça. Era um conservador, sem dúvida, nos assuntos relativos à família. Embora com visão sobre assuntos morais, até avançadas para época.

    Mas o que não podemos esquecer é que o Colégio Santa Cruz, no qual Charboneau teve atuação importante, foi um marco na educação. O colégio formou grande parte da elite da esquerda e da direita que iria, futuramente, se destacar em vários campos. Jornalistas, artistas, políticos, economistas por lá. Uma lista deles pode ser encontrada aqui.

    Foram tempos difíceis sem dúvida, mas antes toda a direita da época tivesse crença na cultura semelhante à de Charboneau. Com certeza teríamos vivido uma juventude menos sombria.

    Grande abraço a todos!!!

     

  23. Nassif:
    Se você evitou citar

    Nassif:

    Se você evitou citar os dedo-duros, por quê botar o Gerinho na história? Poderia ter colocado, por exemplo, um amigo do “partidão”. O Gerinho, amigo querido, se refugiou na casa de meus pais, na roça, logo após o golpe. Depois, preocupado com eventuais consequências para minha família, voltou a Poços. Foi preso ao desembarcar na rodoviária. O resto você sabe…

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