O mês de janeiro na história, por Francisco Fernandes Ladeira

Para muitos, se trata de um período que traz um frescor de novos começos, promessas de renovação e estabelecimento de metas e objetivos

O mês de janeiro na história

por Francisco Fernandes Ladeira

O nome “janeiro” tem origem do latim Ianuarius, em homenagem a Jano, deus da mitologia romana que possuía duas faces: uma olhando para trás, o passado; e outra olhando para frente, o futuro.

Comemora-se no mês de janeiro, entre outras datas, o Dia da Confraternização Universal (1º), o Dia de Reis (6) e o Dia da Bossa Nova (25).               

Para muitos, se trata de um período que traz um frescor de novos começos, promessas de renovação e estabelecimento de metas e objetivos a serem cumpridos ao longo dos próximos meses.      

No entanto, janeiro também está associado a importantes acontecimentos da história do Brasil (principalmente nos períodos colonial e imperial).

Em 1502, durante uma viagem de reconhecimento das terras brasileiras, uma expedição portuguesa, sob o comando de Gaspar de Lemos, avistou a entrada da baía de Guanabara. No entanto, o local foi confundido com a foz de um imenso rio. O equívoco, somado ao mês da descoberta, originou o nome da cidade do Rio de Janeiro. São Paulo, outra importante metrópole nacional, foi fundada em 25 de janeiro de 1554 por padres jesuítas.

No dia 1º de janeiro de 1808, o Príncipe-Regente Dom João VI decretou a chamada “Abertura dos portos brasileiros às nações amigas”, importante marco para nossa economia.

Já em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro declarou seu desejo de não retornar para Portugal e permanecer no Brasil, onde declararia a independência do país. Era o famoso Dia do Fico: “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Dois anos depois, era promulgada a primeira Constituição do Brasil, outorgada pelo mesmo Dom Pedro.       

Em 25 de Janeiro de 1835 teve início a Revolta dos Malês, importante movimento de escravizados muçulmanos na cidade de Salvador.

Por outro lado, ao analisarmos a história da humanidade, podemos citar vários fatos que remetem ao primeiro mês do calendário gregoriano. Em janeiro de 630, o profeta Maomé partiria rumo à Meca (na atual Arábia Saudita) com seu exército para capturar a cidade (fato decisivo para a consolidação da religião islâmica). Em 1521, Martin Lutero, mentor da Reforma Protestante, foi excomungado pelo papa Leão X. No mês de janeiro de 1839, começava a Guerra do Ópio, entre Grã-Bretanha e China. Já no século passado, em 1933, Adolf Hitler foi nomeado Chanceler alemão. No primeiro dia do ano de 1959, Fidel Castro assumiu a presidência de Cuba, após a queda do regime de Fulgencio Batista.

Também no mês de janeiro faleceram três importantes expoentes do comunismo mundial, Karl Liebknecht, Rosa Luxemburgo (em 1919) e Lênin (há um século). Já o líder pacifista Mahatma Gandhi foi assassinado em 1948.

Para terminar este breve texto, uma curiosidade sobre o primeiro mês do ano. Até 353 d.C., os católicos celebravam o aniversário de Jesus no dia 6 de janeiro. Por sua vez, os cristãos ortodoxos (majoritários em países como Grécia e Rússia) ainda continuam a comemorar nessa data.

Em suma, janeiro está muito além das férias escolares, do recesso parlamentar, das altas temperaturas e das chuvas de verão.

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Francisco Fernandes Ladeira é doutorando em Geografia pela Unicamp. Autor de catorze livros, entre eles “A ideologia dos noticiários internacionais” (Editora CRV).

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