Outros bandidos famosos

Comentário do post “Goias e o caso Leonardo Pareja

Pareja gerou polêmicas e desmoralizou a polícia e as autoridades constituidas até mesmo quando estava sendo levado para a sepultura. Morto e enterrado no Dia dos Direitos Humanos, teve direito a bandeira do Brasil encobrindo o caixão, prontamente arrancada pela polícia a caminho da sepultura:

No CMI

Leonardo Pareja (1974-1996) 

A carreira de Pareja foi curta. Aos 15 anos, ele começou a roubar carros. Com 16, usava revólver. Ganhou fama em 1995, quando seqüestrou uma menina de 13 anos e depois passou quarenta dias brincando de esconde-esconde com a polícia. Na prisão, liderou um motim e foi aplaudido por cuidar bem dos reféns. Acabou assassinado numa penitenciária de Goiás aos 22 anos. 

O destino colaborou para o marketing de Pareja até no dia do seu sepultamento. O corpo do bandido foi enterrado no cemitério “Parque Memorial” na terça-feira 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A coincidência motivou o representante do movimento “Tortura Nunca Mais” de Goiânia, Valdomiro Batista, a colocar sobre o caixão uma bandeira do Brasil. A iniciativa foi considerada um abuso pelo comandante do batalhão de choque da Polícia Militar de Goiás, tenente Nilton Neri de Castilho. “Isso é um desrespeito”, afirmou o policial depois de ordenar a retirada da bandeira. “Não podiam fazer isso com um homem que se tornou um símbolo de Goiás. Todo detento tem o direito à vida” , disse Batista.

Outros bandidos famosos:

Amleto Meneghetti (1878-1976) 

“A propriedade é um roubo; portanto, não sou ladrão” , costumava dizer o assaltante italiano que chegou em 1913 a São Paulo e logo se tornou conhecido. Em geral, andava desarmado. Sua agilidade, tanto para entrar em mansões como para escapar da cadeia, impressionava. É o mais famoso bandido urbano brasileiro. 

Era um profissional de princípios! E m 1970, uma grande agência de publicidade cogitou de fazer com ele um filme comercial para a televisão, no qual tentaria arrombar a fechadura do veículo e, finalmente, desistiria, afirmando que encontrara uma trava de segurança mais firme que sua habilidade como arrombador. Meneghetti jamais passaria um atestado de incompetência.

No dia 13 de junho de 1970, com 92 anos de idade, Amleto Gino Meneghetti tentou praticar o seu derradeiro golpe. No meio da noite, escolheu com cuidado uma casa da rua Fradique Coutinho, no bairro de Pinheiros, e forçava o portão, quando um policial, que o observava de longe, surpreendeu-o na tentativa. Prendeu-o, levou à delegacia mais próxima. Era o fim da carreira de um dos mais famosos ladrões da história do crime no Brasil. 

Bandido da Luz Vermelha (1942-1998) 

João Acácio Pereira da Costa foi roubar uma lanterna para usar nos assaltos em São Paulo e só encontrou uma de luz vermelha. Daí o apelido. Em agosto de 1967, em pleno período autoritário da Ditadura Militar , foi condenado a 351 anos de prisão por quatro assassinatos e outros crimes. 

Em O Bandido da Luz Vermelha, de 1968, um dos melhores filmes brasileiros, aparece como um sedutor carismático. 

O Bandido da Luz Vermelha, aos 54 anos de idade, deixou a prisão num sábado de agosto de 1997, em plena era pré-democrática popular, depois de cumprir exatos 30 anos no Carandiru. 

O personagem mais famoso da crônica policial brasileira na década de 60 teve apenas quatro meses e 20 dias de liberdade. Depois de passar 30 anos preso em várias penitenciárias do Estado de São Paulo, o “sedutor”, já esclerosado e desdentado, foi morto no dia 5 de janeiro de 1998 por um pescador, que disse estar defendendo sua família. 

Manoel Moreira, o Cara de Cavalo (1941 – 1964) 

Cara de Cavalo tinha ligações com o jogo do bicho, realizava pequenos furtos, vendia maconha e era cafetão na zona do meretrício. Apesar da fama, Cara de Cavalo não tinha em seu currículo ações espetaculares ou assassinatos cruéis. Isso até 1964 (tinha que ser), quando matou com um tiro de sua Colt 45 o temido detetive de origem francesa Milton de Oliveira Le Cocq. Cara de Cavalo foi então caçado implacavelmente durante quatro meses, entre maio e agosto de 64, e morreu em Cabo Frio, com mais de cem tiros, sendo considerado sócio-fundador do “Esquadrão da Morte”. 

A morte de Cara de Cavalo voltou a ser destaque na imprensa carioca quando o artista plástico Hélio Oiticica homenageou o bandido com um estandarte onde foi reproduzida a foto do bandido caído numa poça de sangue e a inscrição: “Seja marginal, seja herói”. 

Cara de Cavalo e Hélio Oiticica freqüentaram juntos rodas de samba em favelas cariocas. Sobre o amigo, Oiticica escreveu : “O crime é a busca desesperada da felicidade autêntica, em contraposição aos falsos valores sociais”. 

A artista plástica Lygia Clark também falou sobre a bandidagem dos anos 60 e o tráfico de drogas nas favelas: 

” Na nossa época (Lygia e Hélio Oiticica freqüentavam a Mangueira), o máximo que tinha era um pouco de maconha, de cheirinho-da-loló. Conheci o Mineirinho, a mulher dele, Maria Helena, e o Cara de Cavalo. Eram bandidos românticos. Poderiam até atirar num policial, o que significava que estariam jurados de morte. Mas você podia freqüentar o morro inteiro. Agora não, você não entra no morro se não tiver autorização do chefe da droga. O narcotráfico fez da favela uma coisa doente”.

Lúcio Flávio Vilar Lírio (1944-1975) 

Filho da classe média alta carioca, Lúcio Flavio dizia que era assaltante porque gostava. Ficou com fama de herói por dezoito fugas incríveis e pelas denúncias que ajudaram a desmascarar o Esquadrão da Morte, grupo de policiais que assassinava sumariamente aqueles considerados suspeitos. 

Em 1977, virou filme: Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia, que c onta a história “verídica” de Lúcio Flávio, capixaba que virou bandido após ter a candidatura de vereador interrompida devido ao golpe militar (tinha que ser). Com apenas 30 anos, ele já tinha em seu currículo 18 fugas, 73 processos e 530 inquéritos por crimes cometidos. 

“Bandido é bandido, polícia é polícia. Como água e azeite, não se misturam” , disse certa vez o bandido mais famoso do Rio. Morreu, em 1975, na cadeia, vítima de, somente, 28 facadas. 

CMI

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. sucurí

    Se não me falha a memória existia na decada de 60/70 um bandido carioca com o apelido de sucuri , que tambem desafiava a polícia da época nos morros cariocas onde formou um forte bem protegido  queria saber a sua história

    ejj

  2. Vulgo baianinho Jardim novo mundo Goiânia -Goiás

        Em meados de 1975 a 1980 havia um procurado da polícia que agia no Setor Palmito situado no jardim novo mundo , em Goiânia -Go. Foi morto em um confronto com a polícia em uma colisão de um fusca no setor Jaó.

  3. Vulgo baianinho Jardim novo mundo Goiânia -Goiás

     Vulgo baianinho agia no Jardim novo mundo em meados de 1975 1980 morreu em um confronto com a polícia em um fusca no Setor Jaó Goiânia -Goiás. 

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