Brasil, teu nome é traição, por Arkx

Brasil, teu nome é traição, por Arkx

uma cadeira sempre vazia. uma cadeira vazia se torna a grande questão. talvez a resposta não venha de quem nela estaria sentado, ou poderia senta-ser. seja como for, a foto é um símbolo de nossa época: o Pacto à la Brasil sendo firmado, não com sangue mas sim cerveja, nos fundos de um boteco qualquer. então, a cadeira vazia ali está justamente para ficar vazia. uma garantia aos demais, revezando-se nas outras duas cadeiras, que a Justiça jamais compareceria aquele encontro. com esta certeza, mesmo não retratados na foto, todos os demais estiveram naquela mesa de fundo de bar: PGR e STF, Temer e Aécio, Gilmar Mendes e Sérgio Moro, FHC e o embaixador dos EUA, Serra e Jorge Paulo Lemann, e também, como não, Lula, o PT a CUT e a Frente Brasil Popular. e porque não também setores militares. Brasil, teu nome é traição;

o colapso atual não é obra de amadores. assim como nosso subdesenvolvimento, o colapso atual foi meticulosamente preparada desde a Constituição de 1988. a “Constituição Cidadã”, apesar de seus inúmeros avanços, não passou de outro Pacto à la Brasil, sem remover o entulho autoritário foi firmada com o sangue dos torturados e desaparecidos pela Ditadura Civil-Miltar. um pacto sempre renovado com a indecorosa participação de Lula e do PT. como no impeachment de Collor, quando a cúpula do partido não se poupou de comparecer ao beija mão de Roberto Marinho. um ano depois, em 1993, o escândalo dos anões do orçamento foi o gênesis do pacto de governabilidade agora demolido pela Lava Jato. apesar de usarem cartões premiados da Loteria Federal para legalizar as comissões recebidas, a sorte grande vinha mesmo é do propinoduto das empreiteiras. Lula e o PT optaram então pelo conchavo de cúpula, por julgarem ser inevitável sua vitória nas eleições do ano seguinte. esqueceram de combinar com FHC e o Plano Real;

as caravanas passam para que os cães permaneçam imóveis. seja qual for seu destino de chegada, a Caravana de Lula pelo Nordeste ficará como um dos mais belos momentos de nossa História: o emocionante reencontro de Lula com o Povo Brasileiro. neste reencontro os dois Lulas se apresentam com toda sua força: o Lula político e o Lula símbolo. entretanto, os dois participam da mesma Caravana, ao mesmo tempo e percorrendo os mesmos lugares, mas separados por um infinito no tempo e no espaço. o problema com o Lula político não é sua opção por acordos e conciliações, mas sua ferrenha oposição a qualquer outra possibilidade. como se não houvesse alternativa. a mesma fórmula consagrada pelo neoliberalismo: TINA (There Is No Alternative). o Lula político jamais quis acordo com aqueles à sua Esquerda, sempre impôs submissão incondicional. o Lula político reduz toda a vitalidade da Caravana a uma pré campanha eleitoral, impedindo que torne um potente motor de mobilização social contra o golpe. submetendo ainda mais uma vez o movimento social ao calendário eleitoral, engessando-o na via institucional. um campanha eleitoral para um eleição incerta na qual ele nem sabe se poderá legalmente se candidatar. mas sempre se colocando como o único que pode “salvar o Brasil”, muito embora sem jamais apresentar um programa mínimo claro para que isto se viabilize. o Lula símbolo se atira nos braços do povo, de onde jamais deveria ter saído, desde as memoráveis assembleias da Vila Euclides, passando pelas Diretas Já e a campanha de 1989. o Lula símbolo é aquele com o qual o povo se identifica como “um dos nossos”. e aqui está o ponto crucial: não se trata de “nos representa”, e sim “é um dos nossos”. então surge a insuperável contradição, embora seja autenticamente “um dos nossos”, não é assim que o Lula político pensa e age efetivamente. o Lula político sempre se impôs e manipulou o Lula símbolo. mas quanto mais se atira nos braços do Povo Brasileiro, mas o Lula símbolo se fortalece. em situações limites, como a que vivemos com o golpe, as contradições se acirram e tendem a um desenlace;

vai uma cervejinha aí? vivemos os mais perigosos dos tempos: a queda inexorável de um Império, o mais poderoso Império já constituído em toda a História: o Império do Caos. este Império está ruindo. sofremos no Brasil os impactos desta queda. como era previsível, Trump falhou miseravelmente em drenar o pântano e fazer com que o Império voltasse a ser uma nação entre as nações, ainda que numa posição hegemônica. Trump foi a última tentativa do próprio establishment de resgatar os EUA enquanto nação, mas para isto o Império deveria se sacrificado. só pelo lema “America First” os EUA seriam grandes novamente. ao invés disto, o Império vai destruir o que restou dos EUA, inclusive, lá como aqui, a legitimidade residual do sistema político. os EUA estão experimentando em sua própria casa aquilo que o Império tanto e tantas vezes já fez pelo mundo. na demolição controlada do Brasil o Comando em Chefe do golpe é um Comitê Anglo-SioNazi. jamais poderiam admitir que o Brasil se tornasse um dos principais tijolos dos BRICS, para a construção de um mundo multipolar. daí o atual presidente do BC brasileiro, nascido em Israel e onde viveu até os 10 anos de idade, e o Ministro da Fazenda Henrique Meirelles com sua cidadania norte-americana. assim como o mais rico dos banqueiros do mundo ainda é um desconhecido para a maioria de seus “compatriotas” brasileiros, são hoje propriedade do bilionário Lemann três dos mais tradicionais ícones da economia dos EUA: Burguer King, Budweiser e Heinz. Cunha e Temer, com sua gangue de ladrões e os mais de 300 picaretas no Congresso e no Judiciário, são apenas a ponta do iceberg do Deep State no Brasil. os CEO são: Lemann, Armínio Fraga, Goldfajn, Safra, Setúbal & Marinho, Steinbruch, Henrique Meirelles;

enfim, o caos e o banho de sangue. prossegue em estado avançado a decomposição do Brasil, um país em vias de desaparecimento. para viabilizar o Pacto à la Brasil, nenhum preço é alto demais. por toda parte e vinda de todos: traição é o nome deste jogo jogado. a Ex-querda prossegue com sua política como se estivesse negociando algum tipo de acordo, mas que na verdade nunca esteve em qualquer mesa de negociação, pois o outro lado não quer mais negociar, quer rendição incondicional e extermínio completo. nenhuma surpresa com a delação de Palocci, é apenas o coroamento de toda uma trajetória de traições sucessivas que desde 1989 o Lulismo comete. a “classe média” Lulista debita os maiores problemas políticos brasileiros à própria “classe média”, da qual se julga não fazer parte, e a Globo, a qual está sempre assistindo em suas muitas TV espalhadas pela casa. é o melancólico resultado de 13 longos anos infantilizando e pauperizando o debate político. o Império enlouqueceu definitivamente. novo crash financeiro se aproxima, ainda mais violento do que em 2008. o capital fictício girando no mercado altamente especulativo precisa se fixar em ativos concretos. por isto o Brasil foi colocado à venda: todo um continente a ser expropriado e ocupado. em julho de 2017: “As As operações overnight corresponderam a 98,3% do total das operações compromissadas, com médias diárias de R$1,1 trilhão e de 6.284 operações.”. terra, água e energia são os ativos cobiçados para neles ancorar o capital improdutivo. vai ter fome, violência, caos social, desagregação, doenças. o Brasil ruma para se tornar um mix de Grécia, Colômbia e Síria. arruinados pelo mercado financeiro especulativo, dominados pelo narcotráfico e destruídos pela guerra civil. não esperem pelo banho de sangue. porque desta vez, por toda parte, o sangue já está jorrando pelas veias abertas do Brasil. e a realidade chegou naquele ponto que deixa humilhada a mais fanática das teorias da conspiração.

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Redação

23 Comentários

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    1. Brasil, teu nome é traição

      ao invés de repetir chavões, vai ler um pouco do que um surpreendente e criativo escritor de ficção é capaz de escrever sobre um dos mais importantes fatos históricos: “Outubro”, de China Miéville.

       

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  1. Os militares engolem Temer; o problema deles é lula
    Anarquia militar, na verdade, é medo do Lula5 de outubro de 2017 http://blogdacidadania.com.br/2017/10/anarquia-militar-na-verdade-e-medo-do-lula/ No último fim de semana encontrei um militar de alta patente, hoje na reserva, e que conheço desde os tempos em que era sócio do clube Círculo Militar, que fica no bairro paulistano do Ibirapuera, próximo ao Comando Militar do Sudeste e o extinto DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), órgão subordinado ao Exército durante o regime militar de 1964.   À época em que frequentávamos o Clube – e lá se vão mais de vinte e cinco anos – os meus filhos, crianças, brincavam com os netos dele enquanto conversávamos sobre vários assuntos. Era um sujeito simpático e liberal, à época, e, inclusive, crítico ao golpe de 1964, que sempre dizia que tinha sido ruim para as instituições militares. Residimos na mesma região, próximo ao Ibirapuera. Eis que, domingão à tarde, ele me convidou para tomarmos um drinque e aceitou imediatamente, antevendo, quem sabe, a possibilidade de uma entrevista ou de informações privilegiadas sobre o que o jornalista Elio Gaspari está chamando de “volta da anarquia militar”. O sujeito é rico. Mora em um luxuoso condomínio em um dos bairros mais elegantes de São Paulo, o bairro do Ibirapuera. Como todos os chefes militares da época da ditadura, ele se deu bem, enriqueceu muito. Toda essa gente vive como nababos. A empregada me serviu uma cachacinha mineira e um copo d’água e ficamos conversando quase uma hora. As informações que obtive são muito simples. É claro que a situação patética de Michel Temer, processado pela Justiça e envolvido até o pescoço em corrupção, não é a razão das declarações de generais como Mourão, Heleno e cia. Ltda, agora com endosso do general Villas Boas.   Apesar da impopularidade, Temer vem servindo bem à elite étnica, financeira, geográfica e empresarial que fomentou tanto o golpe de 1964 quanto o de 2016. O fato de estar sendo processado por corrupção mesmo no exercício do cargo não incomoda nem militares, nem empresários, nem ninguém que compactou com os golpes de Estado pretéritos. O problema é que os militares têm informações de que, se Lula for candidato a presidente e puder concorrer, será o próximo presidente da República sem choro nem vela. Os militares acham que nem Bolsonaro, nem Doria, nem Alckmin serão páreo para ele. O recado dos militares, portanto, é o de que o Judiciário trate de condenar e até prender Lula para que até para apoiar algum candidato de esquerda ele tenha dificuldade, pois, se estiver solto, mesmo impedido de competir, ainda assim será muito perigoso, pois o povo, agora desesperado com o recrudescimento da pobreza no país, votará em quem ele mandar. O país precisa chamar os militares às falas. A sociedade deve exigir deles o compromisso de não se meterem em política. Se não quiserem se submeter, há que fazer  ampla denúncia internacional para impedir que usurpem a lei e o Poder de Estado. O problema dessa gente não é, nunca foi e nunca será a corrupção. Durante a ditadura roubaram desbragadamente. Só que, à época, ninguém podia falar nada. E, se falasse, “sumia” Cabe a cada um de nós pressionar os poderes constituídos para que exijam dos militares que assumam o compromisso de não se intrometerem em política e de respeitarem a Constituição. E o primeiro passo será os setores democráticos da imprensa tradicional e/ou alternativa deixarem claro que não existe dispositivo constitucional que autorize “intervenção militar”. A militares de alta patente que acreditam nessa tolice.   Assista, abaixo, o comentário em vídeo. Em seguida, veja mensagem do Blog com instruções para acessar a home page e ver  outras matérias.   *

    1. Brasil, teu nome é traição

      -> O país precisa chamar os militares às falas. A sociedade deve exigir deles o compromisso de não se meterem em política.

      sim! só que o país teve 13 longos anos para fazer isto. e não fez! a rigor isto deveria ter sido feito na Constituinte de 1988, e não foi feito!

      portanto, compreenda-se algo: não há saída para o Golpe de 2016 que passe por eleições. senão vamos repetir os mesmos erros da saída da Ditadura Civil-Militar.

      para não repeti-los é necessário: a nulidade do impeachment, a revogação de todos os atos e contratos do governo golpista e a punição de todos os responsáveis pelo golpe.

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  2. Caro  arkx, concordo com sua

    Caro  arkx, concordo com sua linha de pensamento, com uma ressalva, o caso Lula. Lula foi um operário, que se tornou líder sindical e líder do único partido de massas que o Brasil teve e, por conta dessa história de lutas, tornou-se presidente.  Lula não se considera socialista, parece que nem mesmo de esquerda. Pode ser que tenha mudado diante da tragédia presente. Penso que você espera demais de um operário que conseguiu se tornar presidente do Brasil. Você supõe que Lula falhou, que traiu o país, porque não radicalizou a ponto de romper com o poder estabelecido. Mas eu te pergunto: alguém previu  o golpe e todo o caos subsequente, derivado em grande parte do processo de decadência dos Estados Unidos ? Você acredita que Lula poderia antever essa tragédia ? E se pudesse, você acredita que o grande capital  aceitaria sem reagir ? A Venezuela está tentando resistir, mas veja que lá a resistência  partiu de um militar. No caso do Brasil, nossas forças militares são um apêndice dos norte-americanos. Os 13 anos de governo do PT resultaram numa grande obra: mostraram  o que o Brasil poderia ser, a exposição da ideologia fascista das castas privilegiadas, , mas principalmente, a força descomunal  de uma potência hegemônica em queda que fará tudo para impedir que o Brasil ou qualquer outro país emergente se realize como nação.  E que o PT, como partido, deve recomeçar do zero. Li em um artigo do GGN uma frase de Lênin: para fazer uma revolução, três elementos são fundamentais: o povo, as armas e muito dinheiro. Lula não é Lênin,  não tem dinheiro, não tem sequer  parte do exército e só tem uma parte do povo. 

    1. Brasil, teu nome é traição

      -> Caro  arkx, concordo com sua linha de pensamento, com uma ressalva, o caso Lula.

      escrevi sobre vários pontos, como sempre faço. por que só as críticas ao Lulismo provocam reação? a verdade é que não deveríamos há muito tempo estar debatendo sobre Lula e o Lulismo. e se o estamos é sintoma de algo muito disfuncional com a política no Brasil. não é sem motivo que foi, e continua sendo, um golpe muito fácil. aliás, como o de 1964. prova que desde então, a Esquerda nada aprendeu e apenas repete os mesmos erros.

      -> alguém previu  o golpe e todo o caos subsequente, derivado em grande parte do processo de decadência dos Estados Unidos ?

      foi o golpe mais anunciado do mundo. foi seguidamente anunciado aqui no GGN, inclusive por este que agora escreve. assim como o de 1964 foi também anunciado. o mesmo com a Crise de 2008. ao menos desde 2007, tudo já indicava o crash. como agora também a um colapso global anunciado. só que desta vez em várias esferas: financeiro, econômico, social e ambiental. sem falar na possibilidade concreta de conflito nuclear.

      -> A Venezuela está tentando resistir, mas veja que lá a resistência  partiu de um militar.

      por que Maduro ainda não caiu? porque tem respaldo popular e militar. por que o Lulismo caiu? porque não construiu base popular tampouco militar.

      em 13 anos Putin tirou a Rússia de condição de semi colônia e a trouxe de novo como um dos grande players globais. por quê? porque teve um projeto de país. o que devíamos estar fazendo, ao invés de tentar defender o Lulismo, é analisar como a Rússia se reergueu.

      abraços

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      1. Repito, concordo com sua

        Repito, concordo com sua linha de pensamento. Mas reforço: Lula não é Putin. A diferença é abissal. Lula é um estadista do século XX, o mundo teve poucos da mesma estatura, considerando sua origem e formação. Mas o mundo do século XX não existe mais, como todos sabemos.  O exercício do poder afetou o PT, que deixou de pensar um projeto de nação, que se afundou na política rasteira. O PT do século XX morreu, a esquerda do século XX morreu. Não existe oposição efetiva ao poder dominante. Não temos um passado histórico que faça emergir um Putin, um Chavez. As cinzas do presente talvez nos deem algo parecido, mas o que temos para hoje é Lula. 

        1. Brasil, teu nome é traição

          -> Repito, concordo com sua linha de pensamento.

          -> mas o que temos para hoje é Lula.

          entendo sua linha de pensamento. e não preciso concordar 100% com ela para respeitá-la. aliás, poderia mesmo discordar 100% e ainda assim respeitá-la. porque o mais importante é autenticidade, algo que fica flagrante no que vc expõe. sem subterfúgios, sem segundos interesses.

          a rigor, minha linha de pensamento vai muito além das críticas ao Lulismo. infelizmente é a repetida conjuntura que acaba me forçando a fazê-lo. deveríamos todos estar em outros temas e outros debates.

          exemplo, conhece o que vai abaixo?

          em 2007 um coletivo denominado Comitê Invisível publica o livro “A Insurreição que vem”. uma  notável prospecção de cenário, antecipando as diversas insurreições que de fato vieram: Tunísia, Egito, Grécia, Ucrânia, Espanha, Itália, Brasil.

          em 2014, o Comitê Invisível publica “Aos Nossos Amigos”, com uma análise destas insurreições.

          “A Insurreição que Vem” já descrevia o grau zero da representação e a falência das instituições, algo cada vez mais presente no Brasil atual:

          Sob qualquer ponto de vista, o presente é um beco sem saída. Não é essa a menor das suas virtudes. Aqueles que desejariam acima de tudo esperar, vêem ser-lhes retirado qualquer tipo de sustentação. Os que pretendem ter soluções são imediatamente desmentidos. Todo mundo sabe que as coisas só podem ir de mal a pior.

          “O futuro já não tem futuro” constitui a sabedoria de uma época que atingiu, sob a sua aparência de extrema normalidade, o nível de consciência dos primeiros punks.

          A esfera da representação política fecha-se. Da esquerda à direita, é o mesmo vazio que toma, alternadamente, a forma de cão de guarda ou ares de virgem, como os técnicos de vendas que mudam de discurso conforme as últimas descobertas do departamento de comunicação.

          Aqueles que ainda votam parecem ter como única intenção explodir as urnas, de tanto votarem como puro ato de protesto Começamos a pensar que é efetivamente contra o próprio voto que as pessoas continuam a votar.

          Nada daquilo que se apresenta está à altura da situação, nem de longe nem de perto. Até no seu silêncio, a população parece infinitamente mais adulta do que todos os fantoches que se atropelam para a governar.

          A tampa da panela de pressão foi fortemente fechada, mas lá dentro as tensões sociais não param de aumentar. Vindo da Argentina, o espectro do “Que se vayan todos!” começa seriamente a assombrar as cabeças dirigentes.

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          1. Arkx, troco ideias contigo

            Arkx, troco ideias contigo porque vejo também a autenticidade de sua fala. E toda troca de ideias visa alcançar uma verdade maior. Penso que todos estamos cientes de que o mundo está num beco sem saída, o sistema capitalista está próximo do limite da ruptura. O Brasil pode se transformar numa Líbia ou numa Síria. O que pode ser feito para evitar esse destino: esperar que o povo se revolte, esperar que Ciro Gomes vença as eleições e depois rezamos para que ele não troque de lado. A alienação do povo é tão profunda que nada se pode esperar e não é justo esperar isso. O sistema político é uma farsa, isso todos sabemos. Quando defendo Lula, não é porque acredito que seja uma boa alternativa, é porque é a única alternativa, e pode ser eleito e … conciliar, ele pode ser preso, ele pode ser impedido de se candidatar, as eleições podem ser canceladas, podem ser fraudadas, pode haver um golpe militar… Bom, qual é a sua idéia para o futuro próximo, esperar para ver no que val dar ?  

          2. Brasil, teu nome é traição

            -> Bom, qual é a sua idéia para o futuro próximo, esperar para ver no que val dar ?  

            tratamos do mesmo assunto com as réplicas do Eduardo Ramos acima.

            como resistir ao Golpe de 2016?

             participando das lutas concretas de pessoas concretas em lugares concretos, e potencializando estas lutas através de um incessante trabalho de divulgação e conexão nas redes virtuais.

            seja quem formos, seja aonde vivemos, sempre haverá inúmeras demandas para agir. militar é viver. não existe militância política separada da vida. é em nossa própria forma de viver que fazemos política. e só é possível fazer política em comunidade.

            A Guerra da água: Caxambu e Cambuquira (2)

            A Guerra da água: Caxambu e Cambuquira

            ..

  3. Qual o equilíbrio entre a utopia perfeita e o pouco viável?
    Suponhamos que você esteja certo, Arkx, que Lula “tenha sido um atraso”, pior, siga sendo um atraso…. Que o “Lula político” USE o “Lula símbolo” não só para se reerguer politicamente como, como você diz, impor a teoria e modus operandi da “conciliação” como único caminho. Vou além: que todas as tuas ideias sobre o “lulismo”, a esquerda, estejam corretas! (não falo isso com ironia, você logo vai perceber isso….) – Do que adiantaria algumas centenas de pessoas “fecharem com essa utopia” (porque verdadeira, em sendo…), desejarem o confronto, desejarem “a verdade mais pura e profunda”, desejarem uma transformação política, social, cultural, existencial mesmo, nesse país único com o potencial para essa visão, se hoje, diante do esmagador PODER das forças contrárias “às verdades e ideologias plenas”, tudo isso é absolutamente IMPOSSÍVEL de ser concretizado?
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    Utopia por utopia, vamos ao sonho aparentemente majoritário da esquerda brasileira: Lula escapa da condenação em segunda instância e ganha a eleição em 2018. Pega um país em frangalhos, Eletrobras privatizada, os melhores campos de petróleo do pré-sal vendidos, a miséria aumentando, as instituições em frangalhos, perdidas, o país num caos ainda pior do que este, o de hoje…. – Esse Lula que mistura teimosias com concessões exageradas aos mega oligarcas de nosso país, que cede às pressões como no caso da demissão do Paulo Lacerda, que infantiliza as reflexões e os debates políticos, ainda assim, frear, estancar o desmonte, iniciar uma reconstrução mínima de Estado democrático, deixar esse país moribundo sair da beira da morte para um quarto de hospital, respirar um pouco, recuperar forças, ENQUANTO OS DEBATES SÃO PROPOSTOS, não é melhor do que assistirmos à destruição total do Brasil nas mãos de uma Marina Silva, um Dória Jr., um desses qualquer?
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    Porque, do jeito que a sociedade está entorpecida, enferma, catatônica, alienada como nunca fui capaz de imaginar, se não tivermos um nome de apelo popular, corremos o risco de nem em 2018 tirarmos essa quadrilha do poder. Se é que o Brasil aguenta esperar até 2018…..
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    Minha última esperança, confesso, era que a sociedade despertasse em algum momento e tomasse as ruas, como eles tomaram, essa é a verdade, quando se dispuseram a tirar Dilma da presidência. Cadê o povo “do lado de cá?” Nossas “ruas”, onde bradamos nossas perplexidades, indignações, tristezas, parecem ser estas, as “ruas virtuais”, dos blogs e do Facebook…… Já reparou que a ÚNICA exceção foi a caravana de Lula….? Ora, nesse momento de desespero, como prescindir dessa liderança ainda viva, mítica, simbólica? O que nos restaria, PRAGMATICAMENTE falando, e apesar de todos os pesares?
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    Mas na verdade, mais parecemos dois tolos, você e eu, no meio de outros milhões deles. Solto o azedume, pela pergunta que me persegue e incomoda: O QUE PODERÍAMOS FAZER para que o desmonte, a destruição cessem, se nosso Judiciário é cúmplice de todo o horror?
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    Hereticamente, afirmo: quem me dera tivéssemos militares honrados, lúcidos, dignos, para tomarem o poder sim, PELO POVO, não pelos oligarcas, dissolvendo esse Congresso, anulando as vendas espúrias de nossas riquezas, num “GOLPE RELÂMPAGO”, e convocando eleições diretas ou reconduzindo a presidente afastada pelo golpe e realizando eleições para um novo Congresso e um enquadramento das instituições dentro das normas legais.
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    Sim, minha utopia é pior do que a sua, é tosca, é inviável…… Cito-a para constar que cada brasileiro desesperado deve ter a sua utopia na cabeça.
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    Vejo artigos brilhantes, teus, do Nassif, do Saul Leblon, do professor Fornazieri, do Fernando Horta, de tantos! Já reparou que afora as generalidades do tipo: “precisamos nos levantar e…….” nenhum desses articulistas consegue apontar UM caminho concreto e viável de luta e resistência para hoje? E se não o fazem PORQUE NÃO HÁ? Porque não há povo disposto a ir às ruas, nem líderes dispostos a liderá-los ou “capazes de”? E se eles, por exaustão e desesperança, esperam, como todos nós, o desenrolar dos fatos, dos eventos, de quem será o próximo “Cancellier”, a próxima delegada Érika, a próxima juíza Janaína, a próxima miséria, a próxima humilhação nossa, desse país entregue, usurpado, estuprado todos os dias por gente como Temer, Moro e toda a corja…?
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    E se for preciso irmos de fato até as profundezas do inferno, e se, por inacreditável que seja, tudo isso “ainda for pouco?”
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    Um abraço!

    1. Brasil, teu nome é traição

      como lhe conheço há muitos anos, vou lhe fazer desta vez uma detalhada resposta.

      -> Porque, do jeito que a sociedade está entorpecida, enferma, catatônica, alienada como nunca fui capaz de imaginar,

      -> Nossas “ruas”, onde bradamos nossas perplexidades, indignações, tristezas, parecem ser estas, as “ruas virtuais”, dos blogs e do Facebook…… Já reparou que a ÚNICA exceção foi a caravana de Lula….?

      -> nenhum desses articulistas consegue apontar UM caminho concreto e viável de luta e resistência para hoje?

      nada resume melhor nossa diferença em relação ao Brasil em que ambos vivemos do que estas suas afirmações.

      compreendo que vc acredita mesmo que a sociedade está ” entorpecida, catatônica, alienada” e que a única exceção de movimento popular tenha sido a caravana de Lula.

      só que isto não tem a menor base na realidade dos fatos. muito pelo contrário.

      a verdade é que a Caravana de Lula foi um dos poucos momentos em que o Lulismo foi para as ruas. enquanto há um Povo sem medo que ocupa as ruas desde antes do impeachment.

      então, por que temos tão discrepante avaliação e opiniões tão antagônicas?

      porque tanto vc, quanto a quase totalidade dos que apoiam o Lulismo (e uso o termos sem nenhum tom pejorativo) pouco ou mesmo nada estiveram presentes nas ruas durante todo este tempo!

      o que se cobra da população é justo aquilo que os apoiadores do Lulismo jamais fazem: ocupar as ruas. por outro lado, uma grande parte do povo delas jamais saiu, em massivas e combativas manifestações.

      e este é o “caminho concreto e viável de luta e resistência” para hoje e sempre em qualquer ocasião: só um amplo e capilarizado movimento de massas.

      este rumo jamais deixou de ser apontado, sempre foi defendido e vendo sendo concretizado em diversas vezes. em cada uma deles o Lulismo operou para esvaziar o movimento.

      e após o Ocupa Brasília de 24/MAI o Lulismo decidiu por não mais ocupar as ruas. e por que isto ocorreu? porque o Lulismo viu que perderia completamente o controle das massas! e estas marchavam decididamente para o confronto agora e não para as hipotéticas e viciadas eleições de 2018.

      então o Lulismo abandonou totalmente a bandeira do “Fora, Temer” para candidamente desfraldas o “Lula 2018”.

      os exemplos de presença nas ruas, assim como a desmobilização do Lulismo, são vários e já os citei aqui inúmeras vezes. vou repetir os mais emblemáticos.

      – na fatídica noite em que Cunha e os 300 picaretas aprovaram a admissibilidade do impeachment, e selaram o golpe, havia dezenas milhares de pessoas acampadas em Brasília, multidões se reuniam pelo Brasil afora acompanhando a votação. o que fez Lula? segundo relato da própria Dilam: “Ela também recorda a reação do ex-presidente Lula, que estava junto com ela no momento. “Ele chorou e me abraçou. Ele disse ‘chore, Dilma, chore!’. o que caberia ter feito? se juntado ao Povo sem Medo acampado em Brasília. feito um histórico discurso, inclusive com transmissão ao vivo para SP, RIo, BH e demais cidades com manifestações contra o impeachment. convocar o povo para acampar em frente ao STF e intensificar pelo Brasil a fora a mobilização e os acampamentos;

      – um exemplo de nos toca diretamente, no Rio de Janeiro. durante o processo de votação na ALERJ da privatização da CEDAE, foram dias e dias de manifestações, com intensas batalhas campais, algumas com cerca de 5 horas de duração. Lula e Dilma não apareceram em nenhuma delas, tampouco Deputados e Senadores do PT. inclusive um Deputado Estadual do PT votou a favor;

      – em MG, uma poderosa greve dos trabalhadores em educação, liderada Sind-UTE MG, sacudiu o estado no primeiro semestre deste ano, coincidindo com os atos contra o golpe e as contra reformas neoliberais de Temer. esta greve foi esvaziada com base em promessas, e mesmo o Governador do PT não tendo cumprido o que se comprometeu, ainda assim o sindicato reluta em retomar o movimento: não querem mais liderar greve contra o ‘governador companheiro” Pimentécio (Aécio + Pimentel). pode ter certeza: o PT não elege mais governador em MG e, caso haja eleições em 2018  e Lula seja candidato, este terá uma votação no estado muito abaixo das expectativas;

      – neste exato momento resiste a ocupação do MTST em S. Bernardo, e esta ocupação não é apenas uma proposta é um fato concreto. nada poderia ser mais simbólico, no coração do que foi o berço de nascimento do PT. onde estão Lula e Dilma? quantas vezes estiveram nesta ocupação ao longo de todos estes dias?

      – estive na última ter feira, 03/10, no participando do Ato em Defesa da Soberania Nacional no Rio de Janeiro, inclusive com a presença de Lula. caía uma chuva fina e achei que seria uma manifestação reduzida. para minha surpresa, a Pres. Vargas estava repleta. grupos de representantes de várias estatais. e a maciça presença do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens). qual foi o tom dos discurso de Lula? votem em mim em 2018 que vou salvar a pátria. chegou-se ao ponto de atravessar o carro de som na av. Chile para impedir que as manifestação chegasse a Petrobrás, pois o Lulismo temia que o povo quisesse invadir e ocupar o prédio;

      – durante a manhã de ontem, 06/10, centenas de moradores de Rios das Pedras fizeram ato diante da Câmara dos Vereadores, no Rio. justiça seja feita: o bravo vereador Reimont do PT estava presente. recorde-se aqui Dilma nos palanques de Crivella, Sérgio Cabral e Eduardo Paes. lembra-se também a intervenção feita no PT do Rio para impor a candidatura de Garotinho, em 1998, com quem, por sinal, Lula se apressou em se solidarizar recentemente.

      o Povo sem Medo sempre esteve e ainda está nas ruas, com centenas de milhares de pessoas. quem nelas se recusa a por os pés são Lula, Dilma, o Lulismo e a quase totalidade de seus apoiadores. e sem ocupar as ruas não há como derrotar o golpe.

      nossas divergências advém que vivermos não em mundos diferentes, mas de modos diferentes. arkx é virtual, mas existe no mundo concreto. a maior parte dos apoiadores do Lulismo é concreta, mas só existe no mundo virtual

      vídeo: Ocupa Brasília 24/MAI/2017

      [video: https://www.youtube.com/watch?v=xpB-46949Dc%5D

      vídeo: ALERJ 09/02/2107 – TV Sind Justiça RJ

      [video: https://www.youtube.com/watch?v=rQv0mWyxGAM%5D

      vídeo: Dilma e Lula choram abraçados

      [video: https://www.youtube.com/watch?v=pWCUKjPzNbY%5D

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      1. Obrigado pela resposta e

        Obrigado pela resposta e pelas coisas que tenho para refletir.  Confesso que mesmo reconhecendo a presença de vários grupos nas ruas, às vezes isolados, às vezes juntos, não consigo ver uma massificação desses movimentos, unida numa bandeira única, e talvez você esteja certo no sentido de Lula não desejar participar de nada que significasse o confronto AGORA, seja lá por que motivo for.  Como entendo que o massacre sobre ele e sua família foi tão selvagem, que é normal e humano que em alguns períodos ele tenha pensado apenas em se defender e tentar sobreviver até psiquicamente mesmo, Lula, o ser humano, não o político.

        Uma coisa que me faz pensar é a coesão da direita e como facilmente movimentos toscos, bestiais como MBL e revoltados online colocavam às vezes centenas de milhares de pessoas na Av. Paulista, e apesar daquilo ser uma Babel, como a nossa esquerda, eles se uniram em bandeiras mínimas – golpe e prisão de Lula – com muito mais copnvicção do que nós – cansei de ver debates intermináveis na internet sobre “diretas já” ou “volta Dilma”? – sem que se chegasse a um consenso.

        Em tempo, o fato de eu admirar e respeitar Lula, não faz de mim um “Lulista” – rs – não que eu me incomode com o termo, me identificarem com Lula segue sendo para mim uma “coisa boa”, no sentido das pessoas saberem que eu reconheço as coisas boas que ele fez.  Mas não sei se você se lembra, em 2009 escrevi um texto ácido, fortíssimo, CONTRA Lula e sua candidata, Dilma, porque achei – e sigo pensando assim… – que Lula traiu Ciro Gomes, na época o único candidato – em minha opinião – capaz de levar adiante a obra iniciada por Lula, avançando em pontos essenciais, como o combate aos juros obscenos que pagamos ao capital especulador nesse país.  Amigos do PT me teceram críticas ferozes, cheguei a dizer que não votaria em Dilma e expus o motivo: “ela não é política, é gerente! será devorada pelas raposas de Brasília.”  – Foi você e a anarquista lúcida que saíram em minha defesa.

        Depois me afastei por anos do GGN, me dedicando apenas à poesia nas redes sociais e pouco ativismo político, confesso que nem de longe achei que chegaríamos a esse horror.

        Se esse pesadelo se arrastar até 2018 e as eleições forem mantidas, nem é Lula meu candidato, é Ciro Gomes, pessoa que deixei de apreciar e admirar em muitas coisas, será um voto com o estômago meio embrulhado, um voto “envergonhado”, mas desejo TANTO um confronto, que coloco nesse quesito peso CEM na hora do voto em 2018.

        Abraço!!!!!

        1. Brasil, teu nome é traição

          -> Em tempo, o fato de eu admirar e respeitar Lula, não faz de mim um “Lulista” – rs

          eu sei muito bem como vc pensa a questão. e respeito sua coerência. não é de hoje que leio suas postagens e comentários. vc sabe disto.

          -> Mas não sei se você se lembra, em 2009 escrevi um texto ácido, fortíssimo, CONTRA Lula e sua candidata, Dilma,

          -> Foi você e a anarquista lúcida que saíram em minha defesa.

          não esquecemos. não temos misericórdia. recordar é viver: -> (Pergunto que um gaiato desses teria coragem de substituir o nome de Lula pelo nome da própria mãe?)

          arkx em 5 dezembro 2008 at 10:49

          1. grupo de agitadores com missão de impedir, a todo custo, que floresça o debate político nesta Comunidade;

          2. sobrevivência da Comunidade está ameaçada, tanto como oportunidade de construção de conhecimento quanto de relacionamento pessoal;

          3. contra-medidas são simples e de fácil implementação:

          – não aceitar provocações;

          – não se intimidar;

          – prosseguir encaminhando o debate;

          – focar o encaminhamento da discussão com os participantes de fato interessados em debater.

          Eduardo Ramos em 5 dezembro 2008 at 21:00

          Obrigado pelo apoio implícito. Não foi à tôa que nos demos bem, desde antes disso aqui – rs. Um abração, meu amigo !!!

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          p.s.: caro, estou super preocupado com a marcha da insensatez em que estamos. desta vez a crise vai ser múltipla: financeira, econômica, social, política, institucional e ecológica. tudo indica que teremos graves problemas, sem que ninguém, e nenhuma instituição, esteja capacitado para enfrentá-los. será necessário formar redes de informação e sobrevivência. penso que todos deveríamos considerar seriamente esta possibilidade. abração!

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          1. Bom rever esse histórico,

            Bom rever esse histórico, Arkx.   Uma das coisas que mais me desespera no ser humano é a armadilha fácil de transformar em “mantras” ideias, crenças, ideologias, e até a sensação que temos sobre os eventos históricos.   Se perdemos o espírito crítico, o amor à verdade, perdemos essa possibilidade do novo, da apreensão tanto da realidade que já passou como do momento presente….  

            Por isso tento com toda a honestidade de que for capaz, manter a mente aberta.  Aprendemos mais com quem nos traz contraditórios ou visões paralelas à nossa, diferenciadas, do que com os que pensam totalmente igual a nós mesmos.

            Abraço!!!!!

          2. Brasil, teu nome é traição

            -> Aprendemos mais com quem nos traz contraditórios ou visões paralelas à nossa, diferenciadas, do que com os que pensam totalmente igual a nós mesmos.

            se em 2008, época do fato que vc citou e eu transcrevi, o debate não estivesse sendo sistematicamente interditado, talvez, e apenas talvez, tudo agora seria muito diferente.

            cito em seguida palavras de um vereador do PSDB, atual presidente da Câmara Municipal de Caxambu (MG), onde a comunidade se mobiliza contra as intenções do Governador Pimentécio (Pimentel + Aécio), do PT, em privatizar as águas minerais e o Parque com fontes medicinais:

            “O diálogo não é a conversa entre iguais, mas sim a conversa real e concreta entre diferenças que evoluem na busca do conhecimento e da ação que dele deriva. Diálogo é resistência.”

            e isto nos ensina muito de como resistir ao Golpe de 2016: participando das lutas concretas de pessoas concretas em lugares concretos, e potencializando estas lutas através de um incessante trabalho de divulgação e conexão nas redes virtuais.

            vídeo: Audiência Pública – BH – 28/09/2017

            [video: https://www.youtube.com/watch?v=x6kMsRm-r4E%5D

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          3. “O diálogo não é a conversa
            “O diálogo não é a conversa entre iguais, mas sim a conversa real e concreta entre diferenças que evoluem na busca do conhecimento e da ação que dele deriva. Diálogo é resistência.”

            “e isto nos ensina muito de como resistir ao Golpe de 2016: participando das lutas concretas de pessoas concretas em lugares concretos, e potencializando estas lutas através de um incessante trabalho de divulgação e conexão nas redes virtuais.”

            Uma das coisas que mais tenho refletido é o quanto o PT e outros partidos de esquerda erram em não formar verdadeiras comunidades de base, onde política e a economia sejam debatidos em linguagem apreensível a todos, junto com os problemas específicos de cada comunidade…… Trinta, quarenta mil voluntários que se dispusessem a mergulhar nessa obra, dando apenas três, quatro horas de sua semana para esse intento, talvez em dois, três anos, formassem um contingente humano mínimo, esclarecido e disposto a lutar por seus direitos. Sem falar das redes solciais, assisti ao vídeo sobre o MBL no outro post…… É inacreditável que essa gente tosca tenha movimentado centenas de milhares de pessoas no decorrer do golpe. Só os blogs e eventuais manifestações não produzirão muito efeito, nem a curto, nem a médio prazo.

            De quem é a frase sobre o diálogo enquanto resistência, Arkx? Um primor de pensamento!

            Abraço!!!!

          4. Em tempo, assisti boa parte

            Em tempo, assisti boa parte do vídeo…… Estarrecido com o desprezo do presidente da CODEMIG, e a intenção inominável de privatizarem essa riqueza natural……. 

          5. Brasil, teu nome é traição

            -> Uma das coisas que mais tenho refletido é o quanto o PT e outros partidos de esquerda erram em não formar verdadeiras comunidades de base, onde política e a economia sejam debatidos em linguagem apreensível a todos, junto com os problemas específicos de cada comunidade……

            pois é… é o que eu defendo desde, pelo menos, 1989. o PT nasceu assim, com esta proposta. é a única forma de se fazer política para de fato transformar a sociedade.

            -> Trinta, quarenta mil voluntários que se dispusessem a mergulhar nessa obra, dando apenas três, quatro horas de sua semana para esse intento, talvez em dois, três anos, formassem um contingente humano mínimo, esclarecido e disposto a lutar por seus direitos.

            pois é, de novo… exatamente o que eu defendo. e vc mesmo já constatou que não leva tanto tempo assim prá se formar uma vanguarda social sólida. mais uma vez: o PT nasceu prá fazer isto.

            ficou feliz por vc compreender o meu ponto de vista.

            -> De quem é a frase sobre o diálogo enquanto resistência, Arkx? Um primor de pensamento!

            também não sei. Paulo Freire?

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  4. O autor com sua ark as vezes

    O autor com sua ark as vezes parece disparar para todos os lados na crença de que pelo menos um tiro acerte ao alvo.

    Não sabe se ama Lula e o lulismo ou se os odeia. Confunde patrões com funcionários (ainda que muito bem remunerados mas ainda funcionários, com muito dinheiro mas ainda uma miséria perto dos seus patrões). Não sabe se opera na macro política ou na micro como se isso fosse realmente um problema. Não sabe se  bota todas suas fichas nas instituições ou monta um grupo armado de ideias e ideais sublimes como se isso fosse uma contradição.

    Se tudo que é sólido desmancha no ar imagina o que não é “sólido”. Esse marxismo tragédia e desespero, esse marxismo sebastiano sem santo, tem lá sua graça, ainda que pouco fundamento. Essa modas intelectuais tem sua graça, mas ainda prefiro as dicotomias secas de um Noberto Bobbio e as ironias do velho alemão. Nele fica bem, nos outros um pouco ridículas, mas vá lá, é tudo uma opinião deste velho chato.

    Não é que não nos querem (digo nós de esquerda), não nos querem (digo os de sempre) nas instituições esse é o ponto que você não enxerga. O único medo que os golpistas têm, e essa foi a razão do Golpe, foi justamente o PT ocupar espaços cada vez maiores e mais significativos nas instituições. E o PT fez isso através da democracia. Foi a democracia e a Constituição de 88, mesmo essa franzina e severina, que fez o PT crescer como partido e os movimentos sociais que gravitavam em seu entorno crescer também. Essa é a razão do Golpe, os golpistas sabiam que teriam poucas chances no embate eleitoral, além de seu DNA golpista e suas velhas raízes autoritárias e tecnocráticas sempre renovadas.

    O colapso não foi preparado desde a Constituição, foi feito apesar a revelia dela, e muita agua já passou desde a sua promulgação no ano limite de 1988 (um ano antes do annus mirabilis veja só!). Não podemos esquecer que o PT e outros grupos de esquerda escreveram os capítulos mais generosos daquela Carta com o apoio que daquele setor que mais tarde formaria o PSDB, contra as organizações, federações e confederações empresáriais, os jornalões e o Velho Centrão e com o apoio do Governo Sarney que negociava seu 5 anos de mandato, e com a sombra e as ameaças do antigo regime. 

    Poucos anos depois os tucanos aninhados no PSDB ajudou a reescrever a maioria dos capítulos econômicos e quase avançou sobre os sociais. Estava formado o novo centro do poder no Brasil (uma espécie de reorganização dos antigos estamentos e das novas e antigas elites). No outro polo militava praticamente sozinho o PT numa luta que já vinha se delimitando desde a derrota das direitas e o caminho da aliança liberal que formou a Nova República.

    Desde então o PT lutou sozinho com todos os demais movimentos sociais para fazer frente a esse novo centro do poder do país. Parecia pouco a pouco consolidar-se a custo de muito sacrifício e dificuldades e credenciar-se como alternativa viável e real de poder no Brasil. E assim foi e me parece um erro profundo das esquerdas desprezar ou não valorizar esses resultados mesmo apesar do golpe sofrido pelo partido. Me parece uma temeridade fazer crítica as alianças eleitorais que fizemos.

    Tenho repetido que a política não é uma competição de patinação artística, nem uma apresentação dos Harlem Globetrotters, onde uma equipe dá o show e a outra é responsável por servir de apoio para o brilhantismo da outra equipe. Nem um jogo de xadrez com insiste Nassif. As vezes me dá a impressão que alguns raciocinam como se a política fosse um passeio e quando algo não dá certo a explicação e todas as razões para o erro ou a derrota sai prontamente como óbvias e evidentes, como apostadores de páreo corrido que não erram uma, profetas do fato consumado.

     

     

    1. Brasil, teu nome é traição

      -> O único medo que os golpistas têm, e essa foi a razão do Golpe, foi justamente o PT ocupar espaços cada vez maiores e mais significativos nas instituições.

      o golpe não foi por causa disto. já escrevi e reescrevi aqui no Blog do Nassif sobre como cada “conquista social” promovida pelo Lulismo se revela um engodo. e também já escrevi e reescrevi várias vzs aqui sobre quais foram os motivos do Golpe de 2016.

      vou ainda repetir mais uma vez o caso do Salário Mínimo:

      não é verdade que o SM teve uma recuperação diferenciada nos 13 anos de Lulismo. os dados não confirmam isto.

      em 1994 a relação entre o SM Nominal e o necessário era de 10,06%;

      em 2003 a relação entre o SM Nominal e o necessário era de 15,41%;

      em 9 anos de FHC variou + 5,35 pp.

      em 2003 a relação entre o SM Nominal e o necessário era de 15,41%;

      em 2016 a relação entre o SM Nominal e o necessário era de 23,19%;

      em 13 anos de Lula/Dilma variou + 7,78 pp.

      ainda pior: em JAN-2016 o SM era apenas 23,19% do necessário, deixando claro que não houve nenhuma recuperação estrutural ao longo de 22 anos (desde 1994), com uma pífia recuperação de apenas 13,12 pp (cerca de 0,60 pp / ano).

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