O governo Lula e a falta de discernimento sobre educação inclusiva, por Luis Nassif

Importante que os ministros da Educação e Direitos Humanos, que têm o melhor dos propósitos, informem-se sobre movimentos de inclusão

Ilustração Universidade Estácio

Ao longo dos anos, um dos movimentos sociais mais relevantes foi o da educação inclusiva, o que defende que crianças e jovens com deficiência sejam educadas em escolas convencionais, ao lado de crianças sem deficiência.

O movimento combateu a indústria que se instalou na Federação das APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), sociedades Pestalozzi e outras que passaram a viver de contribuições públicas mantendo crianças em cercadinhos como animais.

Coube aos ministros Tarso Genro e, especialmente, Fernando Haddad, implementar o mais audacioso programa de educação inclusiva do planeta, colocando quase 800 mil crianças com deficiência nas escolas, preparando a rede pública para recebê-las e integrando-as no convívio social.

Esse modelo foi amplamente prejudicado ainda no governo Dilma Rousseff, graças ao lobby do senador paranaense Flávio Arns, autor de repasses escandalosos às APAES do Paraná, além de ligação íntima com a Lava Jato.

O segundo adversário da educação inclusiva foi uma ala do movimento dos surdos, que criou uma ideologia inacreditável.

Acreditam eles que os surdos formam uma cultura à parte, como os quilombolas. Só aceitam a linguagem de sinais, são contra políticas públicas que possam fornecer fonoaudiólogos, para ensinar as crianças a falar desde a mais tenra idade. Os “surdinistas”, como se autodenominam, impedem que os filhos tenham contato com crianças ouvintes e abominam até o português como língua oficial.

Agora, os dois grupos voltam a se imiscuir nas políticas públicas, as APAES com influência no Ministério da Educação, de Camilo Santana, os “surdinistas” no Ministério dos Direitos Humanos, com Silvio Almeida.

Seria importante que ambos os ministros, que têm o melhor dos propósitos, informem-se sobre os movimentos de inclusão e sobre o prejuízo trazido às crianças pelo jogo político indecente das Federações de APAES e pelo movimento ideológico dos “surdinistas”.

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. O caso dos surdos é realmente diferente. Eles falam OUTRA LÍNGUA, e a aprendizagem da linguagem oral é um tormento para as crianças. Podem aprender Português na escola depois, sob a forma escrita. E nao se pode querer incluí-los contra a vontade deles! Que autoritarismo é esse?

    Detalhe: as crianças podem, e devem, ser educadas em escolas comuns, DESDE QUE EM TURMAS SEPARADAS, para receber conteúdos na língua delas. Nao basta um “intérprete”. Alguém seria capaz de aprender Matemática em Chinês com intérprete? Ainda mais crianças? É o mesmo, na verdade pior ainda porque ouvintes podem perceber o Chinês, e elas nao têm como ouvir o Português. Que brinquem no recreio com as outras crianças, o que teria inclusive a vantagem de ensinar às outras a língua de sinais. Mas que tenham aulas em Libras.

  2. É. Não dá para ir pelas aparências. Nem buscar faturar mocismo à custas de pautas danosas. Apesar das aparências. Tem soltar a cartilha e fazer política de verdade.
    “Quem sabe faz a hora; não espera acontecer”.

  3. Acho que não é só sobre isso, até agora, não vi nenhum projeto para corrigir a covardia na previdência para gerações que contribuíram em uma regra e foram roubadas com reformas, que penalizaram apenas elas. UOL, viúvas e dependentes de militares, em 4 anos consumiram mais de 94 bilhões, como uma reforma para em dez anos economizar 100bilhões em cima do trabalhador diante disso está justa? Outra, tirar dinheiro da previdência para pagar médicos filhos de ricos que nunca contribuíram, nesse Novo Mais Médicos pode está correto? Até o senador Paulo Pain está como num sepulcro de tão silencioso, até dinheiro para larápios religiosos o governo já sinalizou, menos para os que foram roubados. É assim, deixam os velhos indigentes, e dependentes de outros, eles adoecem sem as suas aposentadorias que pagaram, e pegam o dinheiro que lhes foram roubado, e pagam médicos filhos de ricos que nunca contribuiu para lhes passar remédios genéricos sem eficácia para morrerem, para com os velhos que diferença faz esse governo em relação ao genocida de antes? Nesta questão dos velhos nenhuma.

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