Desaceleração do IGP-M reflete queda de itens agropecuários

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A trajetória apresentada pelo grupo Alimentação e Bebidas voltou a ser determinante para o resultado do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) no segundo decêndio de janeiro, quando o índice encerrou o período em alta de 0,46%, pouco abaixo dos 0,54% vistos no mesmo período de dezembro, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em doze meses, o indicador acumulou variação de 5,64%. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de 0,56% para 0,36%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou de 0,62% na segunda prévia de dezembro para 0,73% em janeiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou de 0,26% para 0,53% entre os dois meses.

Análise elaborada pela corretora Concórdia mostra que, na abertura dos índices, o destaque do IPC ficou com o grupo Alimentação – que também foi o principal responsável pelo desempenho geral do índice, ao apontar uma variação de 0,98%, contra leitura de 0,86% na segunda prévia de dezembro. Neste caso, o resultado do grupo foi influenciado pelo aumento dos preços da carne bovina (de 1,13% para 2,84%) e, em menor medida, pelas refeições em bares e restaurantes (de 0,46% para 0,57%). Entre os alimentos que ficaram mais acessíveis no supermercado, destaque para leite longa vida (-4,92%) e o tomate (-7,49%).

Nos Transportes (de 0,51% para 1,07%), a principal contribuição veio dos itens gasolina (de 1,58% para 2,52%) e etanol (de 1,75% para 4,37%). As passagens aéreas ficaram 4,35% mais baratas entre os dois meses. Na categoria Educação, Leitura e Recreação (de 0,89% para 1,56%), cabe citar o reajuste das mensalidades no começo do novo ano letivo (3,14%), em especial o incremento verificado nas mensalidades das faculdades particulares (2,92%).

Em Despesas Diversas (de 0,73% para 1,04%), a aceleração foi atribuída à nova alta dos cigarros (2,12%). Entre os grupos que apontaram desaceleração em suas taxas de variação, estão: Habitação (de 0,49% para 0,37%), Vestuário (0,58% para 0,10%) e Comunicação (0,32% para 0,05%). Em tais categorias, destacam-se os itens: tarifa de eletricidade residencial (de 1,16% para -0,12%), roupas (de 0,66% para -0,12%), e tarifa de telefone móvel (de 0,71% para 0,09%), respectivamente.

“A expectativa é que a deflação dos alimentos no atacado implique uma desaceleração também no varejo, nas leituras dos IGP’s a partir de fevereiro. Para por estante de janeiro, a Alimentação continuará a pressionar o IPC”, diz a corretora, em relatório assinado pelo economista Flávio Combat, ressaltando que o impacto do reajuste no preço dos combustíveis também continuará determinante para os IGP’s em janeiro. “Vale observar o impacto direto dos preços dos combustíveis tanto nos Transportes quanto nos Alimentos (por conta do encarecimento do custo com o frete)”, diz o relatório. Outro destaque ficou com a pressão exercida pela Educação, cujo pico de preços, dentro da metodologia seguida pela FGV, ocorre em janeiro.

Quanto ao INCC, o índice passou de 0,26% na segunda prévia de dezembro para 0,53% em janeiro. Em doze meses, a variação acumulada é de 8,20%. O subgrupo Mão de Obra disparou de 0,28% para 0,74% em janeiro. O subgrupo Materiais, Equipamentos e Serviços apontou leve aceleração na margem (de 0,24% para 0,29%).

Já o IPA caiu de 0,56% em dezembro para 0,36% em janeiro, em boa parte determinado pela deflação do IPA Agropecuário (de 0,86% para -0,45%), enquanto o IPA Industrial mostrou avanço entre os dois meses, ao passar de 0,45% para 0,66%. A deflação do primeiro subgrupo foi determinada diretamente pela queda de alimentos como batata inglesa (-16,61%), feijão (-7,33%), farelo de soja (de -4,69%), o leite in natura (-5,02%) e soja em grão (-3,74%). Já o movimento observado no subíndice relativo aos produtos industriais foi justificado pela alta do minério de ferro (1,84%) e do óleo diesel (2,27%).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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