Indústria de transformação afeta dados de folha de pagamento

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria ajustado sazonalmente recuou 0,5% no mês de março, revertendo o avanço de 3% registrado no mês anterior. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os dados do mês foram afetados pelo comportamento da indústria de transformação (0,6%), uma vez que o setor extrativo mostrou queda de 8,4%, pressionado pelo pagamento de participação nos lucros e resultados em várias empresas do setor no mês anterior, quando houve um aumento de 10,5%.

 

O índice de média móvel trimestral recuou 1% na passagem dos trimestres encerrados em fevereiro e março, queda menos intensa do que a verificada no mês anterior (-1,5%). Ainda na série com ajuste sazonal, a comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior mostra que o valor da folha de pagamento real recuou 2,5% no período janeiro-março de 2013, após crescer por dois trimestres consecutivos, período em que avançou 4,7%. A taxa acumulada nos últimos 12 meses, ao crescer 3,7% em março de 2013, apontou redução na intensidade do crescimento frente aos resultados de dezembro (4,4%), janeiro (4,1%) e fevereiro (3,8%).

 

No confronto com igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento real cresceu 2,5% em março de 2013, marcando sua 39ª taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. Neste caso, a expansão foi afetada por dez dos 14 locais investigados. As maiores influências positivas sobre o total nacional foram verificadas em São Paulo (3,2%), Rio de Janeiro (8,9%), Minas Gerais (2,2%), Rio Grande do Sul (2,4%), Região Norte e Centro-Oeste (2,2%) e Paraná (1,7%).

 

Em sentido contrário, as principais contribuições negativas vieram da região Nordeste (-1,7%) e de Pernambuco (-6,7%), pressionadas, em grande parte, pelas reduções em alimentos e bebidas (-5,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (-16,6%), no primeiro local, e alimentos e bebidas (-16,6%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-25,4%), no segundo. Setorialmente, ainda no índice mensal de março de 2013, o valor da folha de pagamento real no total do país cresceu em 12 dos 18 ramos investigados.

 

O índice acumulado no primeiro trimestre avançou 1,9%, mas reduziu o ritmo de expansão frente ao resultado do último trimestre de 2012 (7,5%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior. O valor avançou em 11 dos 14 locais pesquisados. As maiores contribuições positivas sobre o total da indústria vieram de São Paulo (1,3%) e do Rio de Janeiro (6,7%). Vale mencionar também as influências vindas da Região Norte e Centro-Oeste (4,4%), Minas Gerais (2%), Rio Grande do Sul (2,0%) e Paraná (1,8%). Em sentido contrário, os impactos negativos vieram da Região Nordeste (-1,0%), Pernambuco (-3,5%) e Bahia (-1,6%).

 

Setorialmente, ainda no índice acumulado no ano, o valor da folha de pagamento real avançou em 13 das 18 atividades pesquisadas, impulsionado, principalmente, pelos ganhos vindos de alimentos e bebidas (3,7%), produtos químicos (6%), indústrias extrativas (6,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (4,6%), papel e gráfica (4,0%), borracha e plástico (4,1%) e máquinas e equipamentos (1,6%). Por outro lado, os setores de metalurgia básica (-4,4%), vestuário (-5,1%) e produtos têxteis (-2,0%) exerceram as influências negativas mais relevantes sobre o total nacional.

 

Na análise trimestral, o valor da folha de pagamento real manteve a sequência de taxas positivas iniciada no 1º trimestre de 2010 (3,1%), mas reduziu o ritmo de crescimento frente ao resultado do período outubro-dezembro de 2012 (7,5%), todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior.

 

Este movimento de perda de dinamismo do valor da folha de pagamento real entre o último trimestre do ano passado e o primeiro desse ano ocorreu em 17 das 18 atividades, com destaque para alimentos e bebidas (de 13,9% para 3,7%), máquinas e equipamentos (de 6,4% para 1,6%) e produtos de metal (de 8,9% para 0,5%). Entre os 13 locais que desaceleraram entre esses dois períodos, destacaram-se Paraná (de 11,3% para 1,8%), Santa Catarina (de 10,7% para 1,5%) e Ceará (de 11,4% para 3%).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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