Ministro do Planejamento, Diogo Oliveira, e o presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, em cerimônia de posse (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Jornal GGN – Em nota sobre a correção de dados divulgados anteriormente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE) repudia “qualquer ilação sobre manipulação de dados”, mas afirma que o presidente do órgão está mais interessado em fazer propaganda do governo federal do que em preservar a instituição.
O sindicato também afirma que, embora não exista comprovação de alterações propositais na divulgação dos dados, o IBGE está entregue a uma “política perigosa”. A ASSIBGE diz que a direção do instituto deve esclarecer os questionamentos sobre os dados, ao invés de se “preocupar com a defesa da política do governo, tarefa para a qual existem inúmeros porta-vozes”.
Leia a íntegra da nota abaixo:
Nota da ASSIBGE-SN sobre a correção de dados da PMS e da PMC
Por conta da correção de dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que haviam sido divulgados anteriormente pelo IBGE, surgem incertezas sobre o que teria motivado essas alterações, justamente num momento em que há muita polêmica a respeito de uma hipotética recuperação econômica do país.
Ao contrário de tirar conclusões apressadas, sem base ou consistência, a ASSIBGE-SN repudia qualquer ilação sobre “manipulação” de dados e reafirma a seriedade e o compromisso do corpo técnico do IBGE. No entanto, alertamos que dúvidas sobre essas correções são levantadas, na medida em que a condução do Instituto está entregue a um Presidente mais preocupado em fazer propaganda do governo Temer do que em preservar a instituição.
Trata-se de mais um sinal, ainda que pequeno, de que começa a pairar desconfiança sobre o IBGE, algo que é absolutamente danoso para um órgão que vive da credibilidade de suas pesquisas. Vide o caso do Instituto de Pesquisas da Argentina, o INDEC, que sofre até hoje por conta de intervenções governamentais que prejudicaram a sua imagem.
Ainda que não exista nada que comprove uma alteração proposital de rumo na divulgação de dados que precisaram ser corrigidos, a ASSIBGE-SN chama a atenção da sociedade para o fato que o IBGE está entregue a uma política perigosa.
Portanto, qualquer que seja a consequência dos problemas que atravessamos, a responsabilidade é da Direção do IBGE. É a ela que cabe responder e esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir a respeito dos dados divulgados, ao contrário de se preocupar com a defesa da política do governo, tarefa para a qual existem inúmeros porta-vozes e representantes oficiais.
Executiva Nacional ASSIBGE-SN
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Paulo Rabello de Castro tem
Paulo Rabello de Castro tem uma excelente reputação e não creio que faria uma massagem nos numeros deliberadamente MAS foi uma PESSIMA ideia alterar metodologia no meio da tempestade, sempre fica a duvida, às estatisticas se aplica o ditado a mulher de Cesar, TEM QUE SER CONFIAVEIS E PARECER CONFIAVEIS.
Quem Manipula é a mídia e o Governo
Qualquer pessoa, exceto por ignorância ou má-fé, pode ver as informações na página do IBGE sobre a mudança metodológica e entender que os números continuam negativos, como no gráfico da Pesquisa Mensal do Comércio- PMC sobre (%) do Volume de vendas do comércio varejista em relação a igual mês do ano anterior, na página inicial do IBGE.
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3412
Em relação a fevereiro de 2016, o varejo nacional recuou 3,2%, em termos de volume de vendas, vigésima terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação. Assim, o comércio varejista acumulou redução de 2,2% nos dois primeiros meses de 2017 e taxa acumulada nos últimos 12 meses de -5,4%.
As mudanças e ajustes metodológicos são uma prática comum e periódica nos principais institutos de estatística do mundo, seguindo recomendações internacionais.
Se tem alguma manipulação não é do IBGE, mas da mídia oficialista e de integrantes do governo que querem passar a falsa sensação de que a economia está melhorando.