Para Tourinho, bancos privados precisam atuar no financiamento de infraestrutura

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por Assis Ribeiro

do Brasil Econômico

“O investimento não pode caber apenas ao governo”, afirma Tourinho

Presidente do Sinicon diz que Brasil precisa permitir que bancos privados atuem no financiamento da infraestrutura

Mariana Mainenti

O Brasil precisa abrir espaço para que os bancos privados possam atuar no financiamento da infraestrutura. A opinião é do presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) e ex-ministro das Minas e Energia Rodolpho Tourinho Neto, que será palestrante do Fórum de Infraestrutura promovido pelo Brasil Econômico no dia 4, em Brasília (brasileconomico.ig.com.br/infraestrutura)
 

Que desafios o senhor vislumbra para o desenvolvimento do país?

Eu entendo que, hoje, a questão logística é fundamental. O papel da iniciativa privada, no meu entendimento, deve ser ampliado para que o Brasil possa atingir seus objetivos na área logística. O alto volume de recursos disponível para recuperar o passado e pensar o futuro não pode caber apenas ao governo. Somente o Programa de Investimento em Logística prevê R$ 100 bilhões em investimentos ao ano por cinco anos. As empresas de telecomunicações investem hoje cerca de R$ 25 bilhões ao ano.

Há crédito suficiente para prover liquidez ao setor privado nas concessões que estão por vir? Ou o país depende do investimento estrangeiro?

Os recursos, me parece, estão assegurados. O BNDES é responsável por boa parte dos financiamentos. Outra parcela vem de fundos do exterior, do Banco do Brasil e da Caixa. Mas os bancos privados deveriam participar desse processo, além de ser facilitada a entrada de capital externo.

O Brasil possui hoje um bom ambiente de segurança jurídica para os investidores?

Dizer o contrário seria até contradizer o que foi feito nessa área. O setor de telecomunicações está todo nas mãos da iniciativa privada, já saíram diversas concessões de rodovias e aeroportos. Os exemplos estão aí. Não conheço nenhum caso de quebra de contrato pelo governo. Outro exemplo é o setor elétrico, no qual 80% estão em mãos do setor privado. Se não houvesse segurança jurídica, não haveria investidores.

Os licenciamentos ambientais vêm representando um gargalo para aprovação de obras. De que forma o sr. acredita que isso possa mudar?

Quando eu estava no Senado, vi licenças serem concedidas para termelétricas em 27 dias. Isso é um paradoxo. Como pode ser mais fácil uma usina térmica com combustível importado e isenção de ICMS conseguir uma licença do que uma hidrelétrica com reservatório? O grande problema é que o Brasil precisa entender que precisa de usinas que não sejam a fio d’água.

Há interesse dos empreendedores nas novas concessões de rodovias?

Há interesse, sim. Já saíram seis concessões e quatro estão em fase de manifestação de interesse. Mas é preciso que os projetos sejam robustos. E estamos no limite do que o BNDES pode fazer.

E as ferrovias, também despertam interesse?

Nas ferrovias, está sendo revisto o modelo inicialmente estudado. A revisão está em fase final, com a análise, por exemplo, do risco Valec. Está andando.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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    1. Parabéns, você ganhou 10 anos

      Parabéns, você ganhou 10 anos de assinatura gratuita á revista veja. É um presente do psdb de São Paulo.

    2. Pura verdade, investimentos

      Pura verdade, investimentos por meio de EMPRÉSTIMOS, destinados à EMPRESAS BRASILEIRAS, que buscam internacionalização na economia global, e inserem o Brasil entre os gigantes investidores. Quando a ditadura levou a Odebrecht para atuar no Oriente Médio, vc já era um coxinha?

      Eu sei que vc prefere que todo nosso estratégico sistema de comunicação (voz, net, dados) esteja em mãos de seus amigos estrangeiros, até nosso principal satélite está fora de nossas mãos. Eita saudades do entreguismo, hein meu chapa?

       

  1. Risco é bom para banco estatal

    Tourinho, e eles gostam de arriscar o deles?

    A fórmula certa é risco zero, títulos da dívida pública. Quer investimento mais seguro que esse?

    É bem facil, mesmo que destrua o país. A noção de todo capitalista é essa, eles estão sempre destruindo o planeta a séculos, só muda a forma de destruição.

    A fórmula é simples: aliança com da banca com a mídia. Um canta a pedra do bingo e o outro publica para formar opinião. O governo via BC sempre emparedado, aprova 0,25% de aumento da taxa de juros e pronto! Expropriação dos recursos públicos, mesmo que isso dê um PIBinho. Para a banco o que importa é o “meu pirão primeiro”.

    Existe tanbém o fator “Eike” que levou os principais bancos através de fundos de investimentos a perder rios de dinheiro ao acreditar em um jogador de poker com o dinheiro dos outros. A banca agora tira ele como exemplo para não investir. Mais uma desculpa para a avareza da acumulação de capitais sem fim de desenvolver riqueza. 

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