Finep anuncia criação de cinco fundos de equity para reduzir custos

O presidente da Agência Brasileira de Inovação (FINEP), Glauco Arbix, revelou, nesta terça-feira (4), que a agência deverá lançar em breve um programa de equity – não irá mais só emprestar, como também passará interferir na gestão como sócio – para apoiar os financiamentos do programa Inova Empresa. Segundo Arbix, inicialmente serão destinados R$ 200 milhões para o primeiro fundo de equity, mas outros R$ 400 milhões devem ser liberados em quatro novos projetos até o final deste ano.

“Serão fundos de investimento controlados pela Finep, com uma gestora privada para gerir os fundos. As empresas poderão se qualificar juntamente com os pedidos de financiamento do Inova Empresa, e os fundos de equity poderão mitigar os custos iniciais”, explicou Arbix, na abertura do Fórum “Investimentos em Inovação para a Competitividade”, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo na capital paulista.

Segundo Arbix, os R$ 400 milhões serão destinados a outros quatro fundos de investimento, cada um com verba de R$ 100 milhões para projetos de biotecnologia, projetos voltados para TICs (tecnologias de informação e comunicação), projetos em novos materiais e projetos para incubadoras e parques tecnológicos.

Lançado em 14 de março pela presidenta Dilma Rousseff, nos próximos dois anos, o programa Inova Empresa vai oferecer R$ 32,9 bilhões – R$ 28,5 bilhões do Tesouro Direto e R$ 4,4 bilhões de parceiros. O programa financia até 90% dos projetos de inovação, com juros de 2,5% a 5% ao ano, carência de quatro anos para início do pagamento e até 12 anos para a amortização  –  “condições execpecionais”, segundo Arbix. “O fundo de equity será um apoio a mais da Finep para os custos e investimentos em inovação”, acrescentou Arbix.

Finep se reinventa

A demanda inicial do programa Inova Energia foi de R$ 12,2 bilhões, com 166 planos de negócios e 373 empresas, mais de quatro vezes o total de R$ 3 bilhões destinados ao programa, comentou o presidente dda Finep.  “Em uma primeira demanda qualificada, a Finep baixou para R$ 7,8 bilhões, com 117 empresas líderes e a participação de 63 parcerias entre empresas e universidades”, disse.

O presidente da Finep divulgou ainda que o Inova Petro, no entanto, com R$ 2,8 bilhões em recursos para o setor petroleiro, tem uma estimativa de contratação de R$ 492 milhões e 16 planos de negócios. Depois de comentar que o Brasil vai demandar 70% de tecnologias críticas para o pré-sal, Arbix explicou que “é preciso o aumento da participação da indústria nacional, que é praticamente restrita à Petrobras”.

Arbix afirmou que para se reinventar, a Finep deverá lançar em julho um programa que irá introduzir um novo modelo de crédito, que espera reduzir, ainda neste ano, para até 30 dias o tempo de enquadramento de projetos para financiamento em inovação – prazo que era de 452 dias em 2011 e caiu para 112 dias no ano passado. “Criamos três ratings com 84 indicadores para avaliar as empresas, o que permitirá reduzir o tempo”, disse.

O presidente da Finep disse ainda que apenas a inovação poderá reverter o cenário de estagnação da economia brasileira, cuja produtividade é a mesma desde 1980. “Ou nós revertemos essa situação ou teremos muita dificuldade para crescer. Se não houver tecnologia para alterar o padrão da produtividade, não teremos saída; é um imperativo inovar”, disse.
 

Redação

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