China, Japão e o livre comércio

De O Globo

Japão e China falam sobre zona de livre comércio entre os dois países

 

Em reunião na capital chinesa, o primeiro-ministro do Japão também disse que seu país pretende comprar títulos do governo chinês

Japão e China concordaram em recomeçar em breve conversas sobre um pacto de livre comércio, que também incluiria a Coreia do Sul, disse o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, logo após conversas na capital chinesa com o premier do país, Wen Jabao.

— Nós discutimos sobre como precisamos conversar a respeito de um pacto de livre comércio entre Japão, China e Coreia do Sul no início do ano que vem, e chegamos a um acordo sobre o assunto — disse Noda a jornalistas, logo após o encontro com Wen.

O anúncio reforça o acordo feito no mês passado entre os três países para a busca de um tratado de investimentos trilaterais e o término, até o fim de dezembro, dos estudos sobre o tratado de livre comércio. O objetivo é o início das negociações formais entre China, Japão e Coreia do Sul sobre o tratado.

— A China está disposta a se coordenar com o Japão para promover o desenvolvimento monetário e financeiro dos dois países, e para acelerar o progresso da zona de livre comércio entre Japão, China e a República da Coreia, além da cooperação financeira do leste asiático — disse Wen Jabao ao primeiro-ministro japonês durante a reunião, de acordo com o site do ministério das Relações Exteriores da China.

Apesar de alguns nós políticos rancorosos entre os dois vizinhos asiáticos, a situação econômica japonesa está cada vez mais ligada ao crescimento econômico da China e à sua demanda de consumo. Wen disse a Noda que acordos econômicos mais firmes são de interesse dos dois países.

— As consequências profundas da atual crise financeira internacional continuam a se espalhar, e a complexidade e gravidade dos desenvolvimentos globais superaram nossas expectativas — disse Wen. — Tanto a China quanto o Japão possuem a necessidade e as condições de dar as mãos mais firmemente para responder aos desafios e aprofundar relações estratégicas mutuamente benéficas.

Em um comunicado emitido depois do encontro dos dois líderes, o governo japonês disse que tentaria comprar títulos do governo chinês — um hesitante passo em direção à diversificação das reservas cambiais de Tóquio, que seriam composta em sua maioria em dólares. A declaração não deu detalhes de quando o Japão deve procurar comprar títulos chineses, mas autoridades japonesas disseram que a quantidade seria pequena.

A China tem sido o maior parceiro comercial do Japão desde 2009. Em 2010, as trocas comerciais entre os dois países cresceram 22,3% comparado com os níveis em 2009, alcançando 26,5 trilhões de ienes, de acordo com a Organização de Comércio Exterior Japonês.

Luis Nassif

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