Imigrantes podem ajudar na recuperação e crescimento econômico da Europa

A chegada de imigrantes na União Europeia pode ajudar a economia dos países combalidos, isso porque parte considerável dos países europeus enfrenta hoje o envelhecimento da população
 
 
Jornal GGN – Para especialistas, a chegada de imigrantes na União Europeia pode ajudar a economia dos países combalidos, isso porque parte considerável dos países europeus enfrenta hoje o envelhecimento da população, logo a nova massa populacional não necessariamente contribuiria com o aumento do desemprego. Um dos defensores dessa tese é coordenador do departamento de migrações da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jean-Christophe Dumont.  
 
“Inúmeros estudos econômicos sobre essa questão não conseguiram mostrar impactos negativos da imigração nem sobre o desemprego, nem sobre os salários. O único efeito constatado foi sobre os imigrantes que já estão instalados no país em questão, que sofrem essa concorrência”, afirmou em entrevista ao RFI.
 
Segundo Dumnont é possível realizar um planejamento para reduzir e até evitar os impactos negativos na chegada de um grande contingente de imigrantes, considerando que os maiores custos para o país que os recebe está na fase inicial quando é preciso providenciar o apoio emergencial. O segundo passo é integrar os estrangeiros à força de trabalho local. Gaspard Koenig, diretor do think tank GenerationLibre destaca que muitos deles são qualificados e podem contribuir no desenvolvimento de setores estruturados da economia. 
 
 
 
 
O desembarque de milhares de imigrantes na União Europeia assusta os governos de países menos desenvolvidos, como a Hungria, e até de potências mundiais, a exemplo do Reino Unido. Eles alegam que os estrangeiros atrapalhariam a lenta recuperação econômica no bloco. No entanto, especialistas advertem que o efeito pode ser justamente o contrário: os imigrantes podem gerar resultados positivos na economia.
 
Os países que enfrentam as consequências do envelhecimento da população e têm uma legislação trabalhista mais flexível, como a Alemanha, seriam os maiores beneficiados. O coordenador do departamento de migrações internacionais da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), Jean-Christophe Dumont, afirma que o medo do aumento do desemprego devido à imigração é normal – mas injustificado.
 
“Inúmeros estudos econômicos sobre essa questão não conseguiram mostrar impactos negativos da imigração nem sobre o desemprego, nem sobre os salários. O único efeito constatado foi sobre os imigrantes que já estão instalados no país em questão, que sofrem essa concorrência”, afirma.
 
A estratégia de recepção de migrantes deve ser pensada a médio prazo. Os maiores custos envolvidos com a chegada em massa dos imigrantes ocorre na fase inicial, como agora, em que é necessário providenciar apoio emergencial aos estrangeiros.
 
“Mesmo assim, esse custo é mínimo. A Alemanha acaba de desbloquear € 4 bilhões para a questão dos migrantes. Para se ter uma ideia de grandeza, gasta-se € 43 bilhões por ano em jogos de azar na França”, diz o pesquisador do CNRS Thibault Gajdos.
 
Mão de obra qualificada
 
Em um segundo momento, os estrangeiros se integram à força de trabalho dos países – a maioria deles, em setores qualificados da economia, como observa Gaspard Koenig, diretor do think tank GenerationLibre.
 
“Ao contrário do que podem indicar as fotos, não estamos diante de analfabetos. Um relatório da associação Secours Catholique mostra que mais da metade dos imigrantes em Calais [norte da França] tem um diploma universitário”, sublinha. “São professores, engenheiros, médicos, especialistas em informática: uma série de profissionais que podem ser úteis em qualquer sociedade.”
 
Aumento do consumo e da arrecadação
 
Dumont ressalta que, uma vez estabelecidos nos novos países, os imigrantes passam a contribuir para melhorar as estatísticas de consumo e arrecadação. “Essas pessoas não viram somente novos trabalhadores: elas consomem, se alimentam, pagam impostos, como qualquer outro cidadão. Ou seja: elas acrescentam oferta, mas também acrescentam demanda”, explica.
 
Gajdos lembra que, em alguns casos, a imigração em massa pode melhorar os salários da população, ao ocupar postos de trabalho menos qualificados e levar os nacionais a subirem de categoria.
 
“Eu acho que a questão da oportunidade econômica não deve ser determinante para acolhermos os migrantes. Não deve ser esse o fator a definir se vamos fazê-lo ou não, mas sim como vamos fazer”, destaca. “Com 25% da riqueza mundial e 500 milhões de habitantes, a Europa pode recebê-los. E maneira como isso será feito terá um impacto sobre o quanto eles poderão se integrar e contribuir com a nossa economia.”
 
Para Koenig, o desafio da imigração força os europeus a se modernizarem e a reformarem legislações “ultrapassadas”. “Só pode dar certo em uma economia flexível. Para que a imigração não gere efeitos negativos na França, por exemplo, são necessárias mais reformas no Código do Trabalho francês”, observa o escritor. 

 

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Argumentos péssimos p/ uma boa tese, e incoerentes entre si…

    Gosto da tese da necessidade de abertura aos imigrantes, mas acho que o texto argumenta incoerentemente (e de forma meio revoltante). Ora os imigrantes nao causariam desemprego, apenas entre os imigrantes mais antigos (deduz-se: apenas entre os trabalhadores menos qualificados que fazem os trabalhos que os franceses nao querem mais fazer) ora metade dos imigrantes tem diploma superior (e portanto concorrem sim pelos empregos dos franceses) .

    O pior de tudo é para mim a terrível frase “São professores, engenheiros, médicos, especialistas em informática: uma série de profissionais que podem ser úteis em qualquer sociedade.” Quer dizer que outros profissionais nao sao úteis? Ou entao só para fazer os nacionais subirem de categoria, como em outra frase horrorosa: “Gajdos lembra que, em alguns casos, a imigração em massa pode melhorar os salários da população, ao ocupar postos de trabalho menos qualificados e levar os nacionais a subirem de categoria”.

    E desconfio ainda — isso está dito de forma meio encriptada — de que o autor está defendendo a “flexibilizaçao” das leis do trabalho francesa, ou seja, a perda de direitos trabalhistas, provavelmente.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador