Do Wall Street Journal
A fim de tentar reverter a escassez de motoristas nos Estados Unidos após a pandemia, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, criou o Projeto Boomerang, em que assumiu o volante de um Tesla Model Y para viver na pele o que é ser um motorista de aplicativo em São Francisco.
A primeira frustração veio antes mesmo do primeiro passageiro: em São Francisco, os motoristas não contam com a função de ver o destino e o valor da corrida, o que influencia fortemente a decisão de avaliar se a chamada vale a pena ou não.
O CEO também não gostou de ficar preso no trânsito no horário de pico, foi punido pelo aplicativo por rejeitar viagens e se sentiu constrangido com a grosseria de vários usuários.
Remuneração
“Acho que a indústria como um todo, até certo ponto, não dá valor aos motoristas”, disse Khosrowshahi em uma entrevista. No entanto, depois da debandada de trabalhadores após a reabertura da economia em 2021, o CEO percebeu que precisava oferecer mais que bônus para atrair e manter os trabalhadores na plataforma.
Nos Estados Unidos, diversos estados já entendem que existe um vínculo empregatício entre motoristas e plataforma. A cidade de Nova York, por exemplo, exige o pagamento de um salário mínimo aos motoristas como forma de compensar o tempo de espera por novas viagens ou o deslocamento até elas.
Ativistas também fazem campanhas por melhores remunerações e transparência do aplicativo, já que não sabem como o valor pago pelo cliente pela corrida é dividido.
Bônus
Para atrair motoristas, a Uber apostou na política de bonificação. Apenas em abril de 2021, foram distribuídos 250 milhões de dólares (R$ 1,250 bilhão). No entanto, até esta prática preocupa os trabalhadores.
Afinal, o excesso de motoristas pode fazem com que empresa retire a bonificação para aumentar a margem de lucro. A empresa até já admitiu a redução dos bônus, mas garante que “sua atenção às necessidades dos motoristas continuará”.
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