Netanyahu nega plano de cessar-fogo e fala em “meses” de conflito com Hamas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"A vitória está ao nosso alcance, não é uma questão de anos ou décadas, é uma questão de meses"

Foto: Marc Israel Sellem/Divulgação/Estado de Israel

Apesar de tentativas internacionais, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou o acordo oferecido pelo Hamas de cessar-fogo e troca de reféns nesta quarta-feira (07). “A vitória está ao nosso alcance”, afirmou, indicando ainda “meses” de duração do conflito.

Mais cedo, uma proposta do grupo palestino armado divulgada pela agência Reuters indicava três etapas e troca de reféns e prisioneiros, com duração de 4 meses e meio, até o encerramento completo do conflito em Gaza. Leia:

Netanyahu chegou a se encontrar com o secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, que em comunicado à imprensa narrou que pediu ao primeiro-ministro e às autoridades israelenses uma entratégia para o encerramento do conflito e “últimos esforços para garantir a libertação de todos os reféns restantes”.

Não se sabe se o plano estudado pelas autoridades israelenses foi exatamente a proposta divulgada pela Reuters, mas o tema foi debatido e os porta-vozes informaram que o primeiro-ministro daria a sua resposta sobre as atuais negociações entre as partes do conflito.

Ao final do dia, Netanyahu chamou de “condições ilusórias” do Hamas das quais Israel não iria “se render”. Alegou que a troca de reféns e prisioneiros levaria “a outro massacre” e traria “uma grande tragédia sobre Israel que ninguém estaria disposto a aceitar”.

“A rendição às condições ilusórias do Hamas levará a outro massacre e trará uma grande tragédia sobre Israel que ninguém estaria disposto a aceitar”, afirmou.

Benjamin Netanyahu deixou claro que a operação militar para desmantelar o Hamas continuará até o fim e que a pressão militar sobre o Hamas era necessária para garantir a libertação dos reféns israelenses mantidos em cativeiro.

Questionado se Israel libertaria os prisioneiros do grupo armado, Netanyahu disse que não concordou. “Supõe-se que haja um processo de negociação mediado, mas o que entendo pela resposta do Hamas é que eles não estão nessa fase”, afirmou.

O primeiro-ministro também disse que espera que o conflito dure “meses”: “A vitória está ao nosso alcance, não é uma questão de anos ou décadas, é uma questão de meses.”

Imediatamente após o pronunciamento de Netanyahu, o alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, afirmou em coletiva de imprensa que a fala do primeiro-ministro mostra que ele quer continuar com a guerra na região.

Ele afirmou que uma delegação do Hamas viajará ao Cairo, no Egito, nesta quinta, para prosseguir com negociações de cessar-fogo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. O crápula sabe que quando a guerra acabar, ele está frito. Logo, o massacre tem que continuar. A propósito, por onde anda o mandado de prisão do TPI contra Bibi? O gato roubou a caneta dos procuradores de Haia? Continuamos esperando, doutores!

    PS: Aos eventuais patrulheiros conibentos de plantão, um registro: chamar um crápula de crápula não é antisemitismo, talkey? (para usar a linguagem que vocês entendem, p*!)

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