Novos apontamentos sobre Rússia e Ucrânia

Por Gunter Zibell – SP

As discussões vão e vêm e na área de comentários não se avança.

É meio paradoxal que parece que pessoas pró-Rússia (por que alguém o é nesse contexto é de difícil justificativa, acho) acreditam mesmo na demonização que os EUA (e mídia ocidental em geral) fazem da própria Rússia.

Isto é: lembra um pouco aquela estória dos anos 1960/1970 que nunca foi comprovada: que a CIA/Pentágono saberiam que o potencial bélico da URSS seria menor que o anunciado, mas que deixariam ser divulgado assim para conseguir mais orçamento. (Essa circunstância da Guerra Fria, se real fosse, daria um interessante debate à parte…)

Proponho algumas reflexões adicionais:

– Porque acho que, apesar do sucedido (e não inesperado) na Crimeia, o “Ocidente” tem suas razões (inconfessáveis) para comemorar o desenrolar dos acontecimentos:

http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/gambito-crimeiense

– Porque acho que, o falado “Projeto Eurasiano” de Putin não deve passar do que já é, à luz do já sucedido com quase todos os ex-parceiros do Comecon

http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/o-pos-comecon-a-ucrania

– Porque acho que é pouco crível, para o momento atual e para efeitos de propaganda pró-Putin, a atribuição de homofobia e antissemitismo ao novo governo ucraniano, ainda que com a participação do Svoboda:

http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/que-nao-se-manipule-co…

Ainda que em um comentário recente o colega AA tenha exagerado na diminuição do que é a Rússia presente, o pano de fundo é válido:

– nenhum líder latinoamericano endossou até o momento o discurso russo. Chile e Argentina votaram ao lado dos EUA em recente discussão sobre o referendo na ONU. Quem acha que o governo russo é “popular” ao redor do mundo pode analisar essa circunstância.

– ninguém nega que a Rússia, como Coreia do Norte, Israel, Paquistão e Índia tem armas nucleares. Mas daí a imaginar que um país com PIB brasileiro, concentração norte-americana de renda, população pouco maior que a do México e renda per capita do Chile irá ser uma superpotência capaz de mudar os destinos geopolíticos vai um longo caminho.

– são tão comuns as analogias com o heroismo russo vis-a-vis Napoleão e Hitler, não é mesmo? Vamos fazer, de vez em quando, analogias com os Impérios Britânico e Otomano também.

E assim passam os dias até a eleição ucraniana de 25 de maio. Se ela vier a haver.

Redação

77 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Avançar, para o propagandista

    Avançar, para o propagandista da linha de Washington, é concordar com ele. Se não concorda, não avança.

    O mesmo propagandista da linha de Washington se arroga o direito de ditar a linha chinesa. Pena (para ele) que o People’s Daily não concorde:

    http://english.peopledaily.com.cn/98649/8570918.html

    Four lessons to be learned from the Ukraine crisis

    (People’s Daily Online)    09:14, March 19, 2014

    Ukraine has become the final battlefield in the “cold war”, and it is becoming a possibilitythat the crisis will trigger a second “cold war”. The Crimean parliament’s declaration ofindependence from Ukraine ahead of the March 16 referendum indicates that Crimea maygo ahead and join Russia. The tug of war between Russia and western countries teaches usfour things. 

    A geostrategic conflict leads to the tragedy of big-power politics

    Most people in west Ukraine are Catholics while in east Ukraine most are RussianOrthodox believers. The financial crisis caused conflict between civilizations, pushingUkraine to the brink of bankruptcy and fragmentation. This created a vacuum thatprovided the big powers wth an incentive to meddle in Ukraine’s affairs.
      
    Ukraine’s economic over-reliance on Russia is the soft underbelly of itsnational security

    In recent years, the western countries have succeeded in promoting several regimechanges. Ukraine is on the brink of debt default and bankruptcy. Ukraine’s economic over-reliance on Russia is the soft underbelly of its national security. Western countries havetaken advantage of this weak spot in their efforts to promote regime change in Ukraine.

    Western countries’ failure to grasp the lessons of history results in conflict

    The collapse of the Soviet Union and the end of the cold war generated a degree ofcomplacency in the West. Subsequently, with the rise of Neo-Conservatism and Neo-imperialism, the US has embroiled itself in conflicts such as theinvasion of Iraq and the warin Afghanistan. These stress points are a result of the West’s inability to understand thelessons of history.

    The double standards of western countries demonstrate their hypocrisy

    Some Western countries were quick to back the independence referendum held in theAutonomous Province of Kosovo and Metohija between Sept. 26 and 30, 1991; now theyvoice their objections to the referendum in the Crimea. In the past they have advocatedthat human rights – for example the right to self-determination – take precedence oversovereignty; now they claim that the sovereignty and territorial integrity of Ukraine areparamount. Such double standards are rooted in the fact that in the final analysis, thevalues of the western powers are entirely determined by their own self-interest.
      
    On March 17, first results showed that 96.6 percent of Crimeans had voted to join Russia inSunday’s referendum. The US refuses to accept the outcome of referendum. The Ukrainecrisis will continue to pose a huge challenge to the major powers.

    The article is edited and translated from《乌克兰危机的四点启示》, source: People’sDaily Overseas Edition, author: Wang Yiwei.

     

  2. Quer dizer, quando

    Quer dizer, quando confrontado com visões diferentes da sua, o outrora respeitável Gunter diz que “as discussões vão e vêm e na área de comentários não se avança”.

    Não se avança na direção que ele almeja… Praticamente todo o mundo adquiriu extremo respeito pelo Putin por sua postura firme e ética, colocando a Rússia como uma verdadeira alternativa ao cada vez mais brutal “mundo ocidental”, e o Gunter prefere fingir que os neonazis colocados no poder pelos EUA não são neonazis, embora tenham colocado no parlamento, em destaque, bandeiras dos Confederados, do Orgulho Branco, e a bandeira vermelha e preta, que simboliza os “ideais” de Stefan Bandera, colaborador do nazismo.

    Por que não há essa horrorização e perseguição com a Arábia Saudita, caro Gunter? Não há ninguém condenado à morte por ser gay na Rússia, mas na Arábia Saudita isso é comum.

    No mínimo suspeito.

     

  3. Gunter,eu não minimizo que o

    Gunter,

    eu não minimizo que o atual governo ucraniano derrubou um governo eleito legitimamente. Do meu ponto de vista é um governo golpista, portanto.

    Não minimizo que o golpe foi dado explicitamente contra a “influência russa” com apoio do ocidente. Atos iniciais do governo golpista foram de clara provocação anti-russa, como criar constragimentos ao uso da lingua, por exemplo.

    Isso faz de mim um admirador de Putin, da Rússia ou de seu sistema político? Isso faz de mim antiamericano?

      1. Vamos proibir as colonias

        Vamos proibir as colonias alemãs de falarem alemão, afinal de contas no Brasil só vale o português…

         

        [/ironia]

      2. Mais incoerência, agora você

        Mais incoerência, agora você não é contrário à autodeterminação da Criméia, apenas que ela use sua autodeterminação para se federar à Rússia.

        Gunter não é contrário à autodeterminação, desde que esses povos a usem apenas para satisfazer os interesses dos EUA e seus aliados.

        1. Agora não.

          Eu nunca fui contrário. Nem à eventual independência nem à anexação. Você não encontrará uma única fala minha nesse sentido.

          Eu apenas disse que a postura da Rússia nesse momento não favorece à própria Rússia em seu projeto de estreitar relações com outras repúblicas ex-soviéticas.

          E que a Rússia deveria ter endossado a independencia de Kosovo também.

          E eu disse em três posts que a separação da Crimeia favorece os interesses dos EUA, ao facilitarem a coopção dos 95% restantes da Ucrânia. Um post inteiro é só sobre isso.

          Eu não tenho responsabilidade nenhuma se o discurso da diplomacia americana não bate com os interesses do establishment dos EUA. Aliás, você mesmo é quem gosta de ressaltar essa circunstância.

          Além de você inventar algo a meu respeito, nesse seu processo de transferência de Kerry para mim, suas duas frases são contraditórias entre si.

          1. A Rússia deveria ter ignorado

            A Rússia deveria ter ignorado o pedido da Criméia, mandado ela respeitar as ordens oriundas do governo neoanzista de Kiev.

            A Rússia deveria também ter reconhecido a independência de Kosovo, para os EUA montarem sua base militar direcionada à própria Rússia.

            É, a Rússia só está causando mal a si mesma, pena não terem um conselheiro tão bom quanto você.

            E a Criméia é apenas 5% da Ucrânia, o resto está tudo dominado por EUA e UE, que maravilha!

            Many Ukrainians Want Russia To Invade

             @shustry March 1, 2014    A woman waves a Russian flag as armed servicemen wait near Russian army vehicles outside a Ukrainian border guard post in the Crimean town of BalaclavaA woman waves a Russian flag as armed servicemen wait near Russian army vehicles outside a Ukrainian border guard post in the Crimean town of Balaclava March 1, 2014.Baz Ratner—REUTERS

            Across Ukraine’s eastern and southern provinces, hundreds of thousands of people gathered to welcome the Kremlin’s talk of protecting pro-Russian Ukrainians against the revolution that brought a new government to power

            http://time.com/11005/many-ukrainians-want-russia-to-invade/

             

  4. ucrania nos

     

    a satisfaçao do autor é fazer o evidente ”down play’. O fato do putsch, a desmobilizaçao pronta do aparato de segurança ucraniano anterior, a nomeaçao de ‘democratas’ no novo gov provisorio,  a grita unânime da midia ocidental, a unica dimensao que importava acima de tudo, a geopolitica  de sebastopol…

    nada disso existe. A liçao ao obama tambem não houve. A devastadora percentagem de pro anexaçao (incluindo tartaros) acho que foi uma ilusão urnótica. O importante é o downplay.

     

     

     

  5. Gunther ou Roy Cohn?

    Eu não entendo essa perseguição do Gunther com relação somente ao Putin. Onde está a perseguição aos países africanos que adotam leis parecidas? Eu também abomino as atitudes “Putinianas”com relação aos gays, mas vejo uma seletividade nos seus artigos.

    Certa vez eu postei o trailer do filme “God Loves Uganda” e o Gunther não teve interesse.

    Ao que me parece, guardada as devidas proporções, Gunther é uma espécie de Roy Cohn brasileiro.Tira-se os Rosenberg´s e coloca-se o Putin.

     

    1. Obama já condenou a Uganda:

      Obama já condenou a Uganda: http://www.nytimes.com/2014/02/17/world/africa/obama-condemns-tough-antigay-measure-in-uganda.html?_r=0

      Todavia, enquanto pressiona ugandenses e russos sobre direitos Lgbt’s, cala-se completamente sobre a homofobia da aliadíssima Arábia Saudita: http://cnsnews.com/news/article/michael-w-chapman/state-dept-criticizes-russians-not-saudis-gay-rights

      Este é o tipo de hipocrisia diplomática, que usa o direitos de minorias para interferir na política interna de alguns países, mas dá as costas a elas quando o governo repressor é um aliado.

      Eu acho terrível que alguns militantes abracem este tipo de política hipócrita, só porque é mais conveniente para os seus próprios interesses.

       

       

      1. Isto tem a ver com a independência econômica

        Não dá para pressionar um país que não precisa de ajuda externa nem de financiamento para compra de armas.

        E considerar os EUA como algo homogêneo também é reducionismo. Esse país é federativo em legislação e seus estados devem ser tomados individualmente. Em questões como Casamento LGT, pena de morte e maconha há diferenças tremendas! (O aborto e a criminalização da homofobia são competência judicial federal, no entanto.)

        E é preciso pensar também nos níveis de representatividade internacional. Se cobramos dos EUA pressões sobre Arábia Saudita (e até há, tanto que esse país deixou de ser o último a não mandar mulheres para Olimpíadas e não deixar mulheres votarem), não deveríamos cobrar da Rússia que pressionasse pelo fim da pena de morte na Bielorússia?

        Uma outra coisa é a direção e sentido. Medidas para retrocesso naturalmente ganham muito mais destaque que o ‘atraso permanente’. São criticados pela mídia os 3 países africanos que recentemente criminalizaram LGBTs (Uganda, Camarões e Nigéria) e a Índia, mas não são criticados os 30 e tantos que nunca descriminalizaram (pense-se em Angola! É poupada pela mídia por seus laços comerciais com o Brasil?)

        A razão é que em países historicamente preconceituosos, como Irã e Arábia, as pessoas já crescem convivendo com isso. Se um dia têm consciência de sua orientação sexual tentam emigrar. 

        Mas em países onde antes a vida era normal e de repente começa a perseguição, há um pânico justificado. Muitos judeus fugiram da Alemanha quando foi dado o sinal, em 1936, de que a legislação os perseguiria (com a proibição de cursar faculdades, p.ex.)

        Existe uma hipocrisia na diplomacia sim, como há na mídia….

        Note-se como as denúncias sobre homofobia e machismo em países aliados dos EUA aparecem até mais em mídias ‘pró-ocidente’, é por elas que sabemos dos casos. 

        Nesse assunto a mídia independente ou de esquerda é mais omissa do que não. Por quê? Pelo telhado de vidro dos regimes que apoia. Não se ‘estressa’ as críticas às petromonarquias para não estendê-las ao Hamas (financiado por algumas delas) ou Irã. 

        Elogios às medidas anti-homofobia de outros países, mesmo “aliados” (como Argentina e Uruguai) também são discretas para que não se ressalte a contradição brasileira.

        Alguém viu artigo na blogosfera elogiando o Casamento Igualitário? Não. Porque 4 deputados de partidos distintos da bancada governista têm projetos ou discursos contra.

        Enquanto a lei anti-gay de Putin é de julho/2013, quando surgiram matérias na mídia alternativa condenando isso? Um post na Cynara Menezes em setembro e um na Forum em janeiro/2014? Foi +/- isso, não?

        Faz tempo que comento sobre o silêncio de túmulo da “Blogo” sobre a homofobia no Brasil, não é mesmo?

        Enquanto a “mídia nativa” fala sobre isso desde o dia seguinte ao cancelamento do kit Escola sem Homofobia (maio/2011), quando vimos uma crítica ao governo federal na blogosfera? Que eu lembre a primeira foi em nov./2013 no Viomundo. 

        Eu gosto mesmo de falar sobre hipocrisia, portanto…

        “Eu acho terrível que alguns militantes abracem este tipo de política hipócrita, só porque é mais conveniente para os seus próprios interesses.”

        Como vê, concordo totalmente!

         

        1. Então quer dizer que Obama

          Então quer dizer que Obama fustiga Uganda e Rússia pelas leis contra Lgbt’s, mas deixa a Arábia Saudita quietinha, por causa de respeito ao multiculturalismo?

          Se formos seguir esse caminho, a lei anti-Lgbt russa obteve aprovação da maioria esmagadora da população. Pressionar, então, Putin a revogá-la, não seria um atentado a conservadora sociedade russa, que apóia a medida?

          Você, eu, Obama, todo mundo sabe gue não. Tanto a legislação russa quanto a saudita são draconianas, atentam contra direitos humanos básicos, e se é para fazermos uma diplomacia minimamente coerente, que critiquemos todos, opositores e aliados.

          Ninguém mais acredita nesse papo que EEUU é do bem e Putin é o demônio na face da terra. É uma guerra sem santos.

           

          1. Claro que não.

            Quem falou em ‘multiculturalismo’? Você, não eu. Você continua com essa mania de atribuir pensamentos a mim. Meus pensamentos e conclusões são próprios, não pautados por mídias ou blogueiros. 

            Eu não acredito nas teses de relativismo cultural e multiculturalismo. Nunca as defendo. Acho que o machismo e o sexismo devem ser repudiados em todos os países. A começar pelo Brasil, não é mesmo?

            Aliás, há um atraso com risco de acontecer no Brasil. Se a maioria do Congresso aprovar esse trem da redução da maioridade penal eu serei contra do começo ao fim. Nunca vou usar esse discurso “aprovação da maioria”

            A esse respeito, sobre direitos e o papel de cada ente (poderes do Estado e população) já escrevi:

             https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/direitos-opiniao-de-maioria-e-a-conciliacao-de-ambos

            Quando eu escrevi sobre islamofobia na Europa foi para criticar a demonização feita com preconceitos a imigrantes, mas eu também acho que o secularismo precede tudo: imigrantes islâmicos devem respeitar a legislação dos países para onde imigraram.

            Então, não insista mais nisso de me atribuir ‘multiculturalismo’ ou ‘marxismo cultural’ porque não responderei mais repetidas vezes às mesmas inferências. (Poderei responder a novas inferências rsrsrsrs)

            Vou lhe copiar o que respondi agora mesmo a outro colega:

            “Eu já expliquei para o Taguti que há uma diferença entre países que sempre foram discriminatórios e aqueles que pioraram a situação agora. O fenômeno político da demonização de LGBTs só acontece nos últimos. É isso que cria uma sensação de vulnerabilidade e preconceito, com agressões, demissões, etc. /// É o retrocesso que diferencia a Índia, a Rússia, Nigéria e Uganda da maioria dos países muçulmanos e outros onde historicamente há intolerância em relação à homossexualidade. /// Uma questão que esqueci de abordar na outra resposta é o machismo. Na maior parte do mundo a homofobia declinou muito com o respeito aos direitos femininos. Isso é histórico e universal. /// Assim, nos países asiáticos onde o machismo é muito arraigado, é isso que se combate antes, não adianta cobrar direitos para LGBTs onde mulheres não podem dirigir, receber heranças ou estudar. /// Mas ficam como contraditórios os países que dizem que há igualdade de direitos por gênero, que não são sexistas mas manêm na legislação a homofobia. /// Essa percepção não ajuda em nada ao discurso “EUA não pressionam petromonarquias”.  Mas isso não é responsabilidade minha.”

            Também vou copiar o que respondi ao Ed sobre lei anti-LGBT:

            “No caso dos países do Leste Europeu as populações são maciçamente homofóbicas. Aí a homofobia de Putin ou do Svoboda não tira valor do camarote, até pode atrair votos. /// No Brasil é o contrário, a população é menos homofóbica do que os políticos querem fazer parecer. /// Como já comentei em outras ocasiões, de 55 a 77% dos brasileiros, de acordo com o tema e pesquisa, apoiam a criminalização da homofobia e o combate da mesma em escolas. /// É o governo, na forma de ações dos seus ministros ou líderes nas Comissões do Congresso, que trabalha contra. Além de contraditoriamente em relação ao discurso de 5 anos atrás (quando deputados do mesmo governo protocolavam projetos pró-direitos LGBT, não engavetando.) /// Isso é possivelmente constrangedor para apoiadores do governo brasileiro ou para brasileiros apoiadores de Putin. /// E é por perceber que homofobia é constrangedora junto à opinião pública que parece provável que U.E. e EUA pressionem o Svoboda a não insistir no assunto, mesmo que faça parte da ideologia de extrema-direita.”

            E o álibi da Arábia Saudita não anda mais sendo usado em discussões sobre direitos. Ficou aparente que isso é uma tentativa de sair pela tangente. E colocar Rússia ao lado da Arábia como objeto de pressões é reduzir demais a própria Rússia.

            A legislação e estamentos da Rússia devem ser comparados com a de estados dos EUA ou países da Europa Ocidental, afinal é com esses entes que a Rússia disputa as opiniões pública e publicada.

            É claro que ninguém acredita em santos e demônios.

            A discussão é sobre regimes políticos. O da Rússia tem uma desvantagem em relação aos de China e EUA, é muito personalista, isto é, dependente dos gestos de Putin. Da China ninguém lembra do nome do novo presidente, não é?

            Um outro problema é que a Rússia se pretende uma democracia, coisa que a China não faz. E é por isso que questões como liberdades políticas, de informação e de expressão são aventadas nesse país. 

             

             

             

    2. Esse documentário é muito conhecido

      Parabéns por tê-lo indicado. 

      Sua associação com Roy Cohen é mera tolice.

      E eu não persigo nada ou ninguém. São os entes que cometem posturas homofóbicas e caem em descrédito junto às opiniões públicas. Eu apenas apresento esse fato.

      Ninguém é obrigado a ser homofóbico, certo?  Se é, que se mostrem as críticas.

      E não sou eu quem tem o hábito de ‘indignação seletiva’ por aqui. 

      Fui eu quem indicou link sobre a Nigéria. E antes, bem antes desse país ter ficado contra o referendo, certo?

      Também indiquei dois links sobre o governo Yanukovich, antes do mesmo ser deposto.

      Eu comento sobre as manipulações envolvendo política e homofobia de qualquer lugar onde a questão pareça crucial ou com possibilidades de mudança.

      Indiquei nos últimos tempos links “negativando” sobre Gâmbia, Zimbabwe, Autoridade Palestina, Bolívia, Venezuela, Equador, Polônia, Espanha. Uganda também.

      E “positivando” sobre Chile, Colômbia, Argentina, Turquia, Vietnã. (E estados do Rio Grande do Sul e Bahia, e PMSP)

      Isso do que eu lembro agora.

      Dos mais recentes links teve dois elogiando a descriminalização de LGBTs no Líbano (clap, clap, clap)

      Achei até estranho não ter virado post algo tão bacana vindo da suprema corte de um país que proíbe casamentos religiosos mistos.

      Você poderá encontrar esses links pelo Google, pesquisando por meu nome + país + jornalggn

      Agora, não é minha responsabilidade se apenas Obama, Mujica, Putin e Papa Francisco dão Ibope.

       

       

      1. Gunter,

        “Parabéns por tê-lo indicado”.

        Obrigado. Você já assistiu?

        “Sua associação com Roy Cohn é mera tolice.”

        Por quê? Eu vejo um paralelo entre você e Roy Cohn, e como eu disse: “guardada as devidas proporções”, não vejo tolice na comparação. Cohn tinha essa obsessão anti-URSS e você tem essa com a Rússia (tentando colocá-la como um peão e não a Rainha no xadrez geopolítico).

        Quanto aos links sobre os direitos GLBT no mundo, você postou muita coisa. Até onde me leva a memória, você citou um livro da editora do Malafáia vendido na revista AVON.

        Ultimamente você está sendo seletivo focando somente na Rússia, esquecendo o filme já citado e outros países como EAU, Arábia Saudita, Qatar por exemplo (posso estar enganado com relação a esses países, pois não acompanho tudo no Nassif).

        Quanto à perseguição que eu citei, não veja como algo negativo ou literal. É válido perseguir e enquadrar pessoas homofóbicas e seus respectivos governos que o incentivam.   

        Quanto ao Ibope dado ao Obama, Mujica, Papa Francisco, Putin o quadro atual é bastante propício (incluindo você no caso Putin).

        1. Não vi todo, só uns trechos.

          Mas seu conteúdo é muito citado e debatido. E a situação de Uganda se tornou quase um paradigma do que é a atuação da extrema-direita dos EUA na África. E sim, eu fui um dos que mostrou como a prática feita em Uganda é tentada aqui por Malafaia. Mas com tão pouco resultado que já caiu em descrédito. 

          E quando alguém se dispôs a elogiar uma aliança política com Malafaia eu lembrei que ele também é demonizador do Irã e não obtive resposta rsrs.

          Eu continuo achando que é tolice porque eu não tenho obsessão anti-URSS. Estou apenas explicando em posts, para os colegas, que a Rússia não é um modelo que conseguirá se projetar. Se é um peão (ou ainda um cavalo) e não é o rei, rainha ou mesmo torre, lamento, não é culpa minha. Não vejo porque omitir isso, não ajuda a nada e a ninguém. 

          Aliás, eu foco muito mais em ideias e conceitos que em entes como países, partidos, políticos, etc.

          Se eu não vejo nada a elogiar em Putin ou no sistema político da Rússia, não é minha tarefa ficar elucubrando sobre isso. Eu não vou ficar inventando coisas nas quais não acredito para ser ‘popular’ entre comentaristas de blogs. É tarefa de quem vê algo a elogiar. 

          Se essa tarefa é difícil porque Putin e estamentos russos não ajudam, oras, porque constatar isso seria uma ‘obsessão’? Obsessivo, no caso, seria fingir que não há problemas. 

          Os colegas tão preocupados com justiça social, liberdade de expressão e de atuação política deveriam pensar em como é pouco crível cantar odes a um regime de Imposto de Renda linear e regressivo (a mais baixa alíquota do mundo para ricos), que está em 148º lugar no relatório do Repórteres sem Fronteiras, que é o único país importante que rivaliza com EUA em presos/habitantes e onde manifestação públicas são proibidas (a última, pacifista, redundou em prisões.)

          Se alguém é preocupado com imperialismo, deve pensar se não é interessante comentar sobre os ‘métodos’ usados para para influenciar na Ucrânia, o que passa por chantagem de corte de gás em pleno inverno. E se estiver preocupado com fascismo poderá abordar várias coisas também.

          Pode-se fazer um quadro comparativo entre países, por exemplo, porque não?

          Se você acha mesmo que existe ‘indignação seletiva’ da minha parte, na área de combate à homofobia, é simples: participe do trabalho de construção do conhecimento citando tudo o que você julgar negativo e que lhe pareça subdimensionado.

          Eu já expliquei para o Taguti que há uma diferença entre países que sempre foram discriminatórios e aqueles que pioraram a situação agora. O fenômeno político da demonização de LGBTs só acontece nos últimos. É isso que cria uma sensação de vulnerabilidade e preconceito, com agressões, demissões, etc. 

          É o retrocesso que diferencia a Índia, a Rússia, Nigéria e Uganda da maioria dos países muçulmanos e outros onde historicamente há intolerância em relação à homossexualidade.

          Uma questão que esqueci de abordar na outra resposta é o machismo. Na maior parte do mundo a homofobia declinou muito com o respeito aos direitos femininos. Isso é histórico e universal.

          Assim, nos países asiáticos onde o machismo é muito arraigado, é isso que se combate antes, não adianta cobrar direitos para LGBTs onde mulheres não podem dirigir, receber heranças ou estudar.

          Mas ficam como contraditórios os países que dizem que há igualdade de direitos por gênero, que não são sexistas mas manêm na legislação a homofobia. 

          Essa percepção não ajuda em nada ao discurso “EUA não pressionam petromonarquias”.  Mas isso não é responsabilidade minha. 

           

  6. Tristes diversionismos de uma mente tacanha e colonizada

    Segundo o insuspeito Goldman Sachs, a Rússia terá em 2050 (faltam apenas 36 anos, ou seja, é logo ali) a 6ª maior economia do globo terrestre. Entre as 05 maiores economias em 2050, 03 fazem parte dos BRICS, cuja próxima Cúpula será em Fortaleza, no Brasil, em julho deste ano de 2014. Entre as 10 maiores economias do mundo em 2050, 04 fazem parte dos BRICS! Seguem as dez primeiras economias, segundo o Goldman Sachs:

     

    1- China;

    2- Estados Unidos;

    3- Índia;

    4- Brasil;

    5- México;

    6- Rússia;

    7- Indonésia;

    8- Japão;

    9- Reino Unido;

    10- Alemanha.

     

    E não é só isso. Também de acordo com as projeções do Goldman Sachs, a Rússia terá o 4º maior PIB per capita do globo terrestre, entre as grandes nações, no ano de 2050. Mais uma vez contata-se que entre os 12 países com maior renda per capita, no ano de 2050, teremos a presença de 03 representantes dos BRICS. Segue a projeção:

     

    1- Estados Unidos;

    2- Coréia do Sul;

    3- Reino Unido;

    4- Rússia;

    5- Canadá;

    6- França;

    7- Alemanha;

    8- Japão;

    9- México;

    10- Itália;

    11- Brasil;

    12- China.

     

    Como vemos, é um disparate completo e absoluto dizer que a Rússia não terá papel relevante no mundo nas próximas décadas. Este disparate é fruto de mentes colonizadas que ao invés de estudar com rigor as projeções políticas, econômicas e sociais do mundo, trocam o rigor analítico pela repetição acrítica da propaganda ocidental.

     

    A Rússia já é um ator importantíssimo no globo terrestre e TODAS as projeções futuras AUMENTAM a projeção política, econômica e bélica da Rússia, não o contrário!

     

    O que está a acontecer agora, neste episódio da Ucrânia e da Crimeia, é que alguns reacionários, verdadeiros papagaios dos interesses dos EUA, repetidores de fantasias que são, tratam de escrever textos inúteis e imprestáveis, verdadeiras peças de propaganda anti Rússia e anti multipolaridade de poder global. Passam vergonha estes colonizados, mas o tempo há de lhes mostrar o ridículo de suas estúpidas posições.

     

    Agora um pouco mais sobre a propaganda e a tática diversionista do Ocidente, repetida pelos seus papagaios colonizados. Para não falar no Golpe de Estado praticado por nazistas financiados pelos EUA, deitam falação contra a Rússia! A quem pensam que enganam com esta torpe tática? Nem o mais idiota ser humano da face da Terra acredita nestes leguleios dos golpistas, dos nazistas e dos imperialistas!

     

    Quanto a questão da Crimeia, basta lembrar que ela cumpriu os mesmos trâmites internacionais pelos quais passaram o Kosovo (quando se separou da Sérvia) e a própria Ucrânia (quando se separou da antiga URSS). Nestes dois casos citados, o Kosovo e a Ucrânia contaram com o apoio incondicional dos EUA, da União Europeia e da OTAN. Ou seja, os cínicos criticam a Rússia e a Crimeia a respeito de medidas que eles próprios apoiaram e implementaram em passado não muito distante!

     

    Enfim, este post é apenas uma lamúria de um coxinha fantasiado, de um papagaio dos interesses dos EUA que perdeu de vez o senso crítico e o senso do ridículo. Que lamentável é constatar que mentes colonizadas insistem com as suas medíocres falácias, e que insistem em trocar a realidade concreta e objetiva dos fatos pelos seus sonhos, delírios e devaneios. E chegam até mesmo a apoiar nazistas!

    1. Não sei porque ainda paro pra ler o autor

      Toda vez que vejo os comentários vejo gente falando:

      “O autor xxx é bom é ja contribuiu muito com o blog, mas pisou na bola dessa vez”, e toda vez que sai texto dele eu leio pra ver o lado bom, mas está complicado… cada coisa absurda, ridicula, sem sentido e sem indicio algum que já estou achando perda de tempo parar para comentar.

       

      Parabéns Diogo Costa, é um excelente contra ponto, se jutar seu texto e de mais uns 3 comentários que li vale a pena o tempo que perdi lendo as abrobrinhas do texto.

  7. Essa forma de qualificar as

    Essa forma de qualificar as pessoas  em  pro ” ditadura” russa ou pro “democracia”, mais parece o discursinho montado pela CIA para seus meios de comunicação, como Globo e Veja.

    O estigma ao adversário eh que norteia a cultura disseminada pelos donos do mundo: Voce eh comunista e come criancinha…… Você vota no PT, então eh petralha, corrupto…. Quem vota em Chavez, Maduro, Cristina são antidemocráticos e contra a liberdade expressão…. Eh contra a invasão do Iraque, Líbia, Síria e extermínios em muitas áreas da África. ….então, você estah ao  lado dos ditadores.

    Ver uma pessoa tão bem informada, que se diz de esquerda e de um grupo social tão perseguido como eh o Guter, abraçar esses estigmas horrendos, cheira muito mal.

  8. Não dá pra acreditar que uma

    Não dá pra acreditar que uma pessoa bem informada não percebe uma cobertura midiática da imprensa ocidental totalmente pró-ocidente e omissa em relação a Rússia.

    Foi justamente a necessidade de se competir com os gastos militares americanos que desintegrou a URSS se descuidando de outras áreas.

    Exemplo: imagina se a URSS fosse exportadora de petróleo e integrante da OPEP na crise do petróleo em 73, muito provavelmente não seria extinta, o país tinha economia mais dinâmica que os grandes exportadores de petróleo (Oriente Médio e Venezuela) e o governo militar brasileiro poderia até ter se aproximado do regime soviético antes. Os soviéticos poderiam também ter contribuído para a formação de um novo lastro monetário alternativo ao Dólar (já que os americanos jogaram Bretton Woods no lixo).

    Nenhum líder latino-americano endossou, mas a grande maioria não ficou do lado da Ucrânia, até me surpreende a postura argentina se for verdade mesmo: parece a Argentina do Ménem, talvez porque tenha muitos descendentes ucranianos (mesmo assim o governo golpista ucrâniano não é unanimidade entre os próprios cidadãos do país). Esperava essa postura da Colômbia, Peru, México, etc. O silêncio brasileiro caiu como poesia aos russos, que em breve estarão em Fortaleza/CE para a reunião dos BRICS.

    1. …até me surpreende a postura argentina se for verdade mesmo: parece a Argentina do Ménem, talvez porque tenha muitos descendentes ucranianos…

      Na verdade a Cristina Kirchner quis criticar a hipocrisia da ONU. Isto é, a ONU não declarou ilegítimo o referendo feito pela população das Malvinas para decidir sobre a soberania da ilha. Logo a ONU, e a Inglaterra, estão em contradição evidente no caso da Criméia.

      http://www.diariodarussia.com.br/internacional/noticias/2014/03/18/argentina-critica-posicao-do-ocidente-sobre-a-crimeia/

    2. Qualquer um percebe…

      que há uma cobertura da imprensa pró-ocidente. Há essa tendência mesmo.

      E essa é uma desvantagem para a Rússia, não? Ao menos se investidores e importadores atribuírem importância a isso.

      Cristina Kirchner fala sobre o paralelo com Malvinas/Falkland:

      http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/referendo-da-crimeia-e-sem-valor-diz-cristina-kirchner

      O silêncio brasileiro é porque neste biênio o Brasil não é membro temporário do CS-ONU. A última vez foi em 2010-2011. Apenas Chile e Argentina foram levados a votar.

      É só coincidência agora, mas depois de Brasil e Japão, a Argentina é o país que foi mais vezes ‘temporário’.

      Não dá para imaginar como o Brasil votaria. Ou seria igual à Argentina ou abstenção, como a China. De qualquer modo, foi cômodo, pois assim o Itamaraty não é criticado internamente.

      Mas isso é apenas simbólico. Se fosse realmente importante o noticiário diria os países que votaram:

      http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/russia-veta-resolucao-da-onu-sobre-crimeia-china-se-abstem.html

       

  9. O chato do blog.

    Há uns dois ou três meses, deixou de fazer qualquer sentido debater com o autor do texto. Ele transformou-se em algo como um Magnoli menos furioso, sem a titulação acadêmica.

    Toda a baboseira escrita por ele não resolve um ponto crucial, como aliás, ninguém dos que se alinham aos EEUU e ao “Ocidente” conseguiu resolver:

    A Ucrânia foi alvo de uma ação deliberada, onde os sentimentos nacionalistas forma exacerbados para a formação das condições de um golpe de Estado!

    Neste caldo de forças políticas, destacam-se os fascistas e ultra-direitistas.

    Esperemos o começo do banho de sangue, as prisões e torturas pelo “novo regime”, se bem que estas notícias sumirão do noticiário, assim como sumiu a Líbia e seu “novo governo”, os abusos do governo iraquiano ou afegão, afinal, a “democracia” está implantada.

    Vocês têm notícias de como andam a “democracia” em Honduras, Paraguai.

    A questão Putin/Rússia é relevante neste contexto, afinal, ninguém imagina que os EEUU tolerariam uma ingerência deste naipe no México.

    É só olhar Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, para entender como funcionam estes assuntos chamados estratégicos.

    Mas o fato é que a violação foi ao povo ucraniano e seu sistema representativo. É esta a questão.

    Putin tenta tirar algum proveito, como qualquer líder em sua posição o faria.

    No entanto, repito, a gravidade do assunto reside no golpe de Estado patrocinado por Europa e EEUU. Aliás, mais um.

    O comentarista vai continuar a tentar filtrar o assunto pelo seu tema de eleição: a homofobia.

    É seu direito, mas encurta o panorama.

    Ninguém no mundo está em condição de debater e apontar o dedo quando se trata de Direitos Humanos, nem o papa.

    Assim como ninguém é santo em geopolítica.

    A questão é que sempre temos que escolher um lado.

    Neste caso, se ficar contra o golpe de Estado é estar ao lado de Putin, que seja.

    Stalin não serviu tanto a Hitler quanto a Roosevelt e Churchil?

  10. Em primeiro lugar quero

    Em primeiro lugar quero ressalvar que coloco uma argumentação sem querer chegar a lugar algum. Se posto algumas opiniões é só para debater os pontos abordados. Não defendo nenhuma tese, muito menos a de ser a Rússia um contraponto ao imperilismo capitalista.

    No entanto não consigo resistir a questionar alguns argumentos, talvez peolo costume de aprender com as respostas dadas ou simplesmente por ser palpiteiro mesmo.

    Ao ler a frase abaixo:

    – ninguém nega que a Rússia, como Coreia do Norte, Israel, Paquistão e Índia tem armas nucleares. Mas daí a imaginar que um país com PIB brasileiro, concentração norte-americana de renda, população pouco maior que a do México e renda per capita do Chile irá ser uma superpotência capaz de mudar os destinos geopolíticos vai um longo caminho.

    Imaginei uma avaliação semelhante que fosse feita em 1940. A União Soviética era um país extremamente pobre, o mais atrasdo da Europa e que estava correndo atrás de uma industrialização tardia contra diversas adversidades (incluindo-se nas adversidades o totalitarismo de Stalin.

    Quem apostaria que esse país aparenteente sem condições de se proteger, viria a se tornar o segundo polo de poder mundial, contrapondo-se aos EUA e toda a Europa Ocidental?

    Vejam bem, eu não estou dizendo que isso vai acontecer. Estou apenas lembrando que esse mesmo país já surpreendeu não uma, mas diversas vezes. Será que não pode surpreender de novo?

    Com relação ao poder nuclear, não dá para comparar a Rússia com Paquistão, Coréia do Norte ou mesmo a Índia. Além de ter um arsenal nuclear muito maior, com vários modelos de artefatos nucleares, a Rússia também tem os meios para entregar essas bombas em qualquer parte do mundo, além de ter um serviço de inteligência muito maior e mais estruturado que o dos demais países citados. MAis do que o uso efetivo das bombas (que seria o fim para todos), o arsenal nuclear vale pelo seu poder de dissuasão, ou seja, sua capacidade de botar medo nos outros. Uma coisa é saber que o país tem bombas nucleares, outra é saber que essas bombas estão apontadas diretamente para sua cabeça e são tantas que mesmo que se conseguisse interceptar algumas, o que certamente passaria ainda seria o suficiente para fazer o maior estrago possível.

    Em resumo, o baixinho pode até ser um grande capoeirista e ter mais capacidade de te dar uma surra, mas você tem medo mesmo do grandão.

    Por fim, apenas colocando minha opinião, acho que não tem nada a ver dizer que quem está contra o governo golpista de Kiev é automaticamente fã do Putin ou pró-Rússia. A Guerra fria acabou. Eu não me considero nem uma coisa nem outra. O que acontece é que eu reprovo a forma pela qual o antigo governo Ucraniano foi derrubado e a composição ideológica do novo governo. Obviamente que com isso possso concordar com uma ou outra ação russa, mas isso é uma questão pontual em um evento específico (como o plebicito da Criméia), não significando posição pró-Russa.

  11. Oi Gunter,
    De minha parte nem
    Oi Gunter,

    De minha parte nem Putin (Rússia), nem Obama (EUA).

    Vez ou outra vejo algum texto mais ponderado, mas na maior parte das vezes, prevalece a demonização de um lado com a consequente exaltação exagerada do outro.

    Os EUA jogou verde, tentou avançar, mas veio a reação. Não acredito que vá alterar muito a relação de forças na região.

    Tem um detalhe: países imperialistas como os citados, precisam ter inimigos. Quando a guerra fria acabou surgiram muitos filmes de invasão alienígena no império do norte. Depois foram os terroristas. Depois o Irã. Agora a Rússia.

    Do outro lado a Rússia ficou muito tempo lambendo as feridas da crise e agora que se recuperou. Mas funciona igualzinho. Uma grande ameaça externa ameaçando as fronteiras. E a mobilização interna contra um grande inimigo.
    E internamente Putin é bem autoritário.

    Por tudo isso e algo mais, nem um, nem outro.

    A admiração ao Putin, creio, vem da crença de que ele está fazendo uma espécie de justiça ao estabelecer um contraponto à expanção da OTAN/EUA. Como se isto fosse mudar o equilibrio de forças no mundo. Não vai. É mais do mesmo. Não acredito que a Rússia tenha forças para ampliar sua influência. Acho que ela sabe disso. Por enquanto ela quer ficar no canto dela, desde que não cheguem perto da fronteira.

    A admiração ao Obama/EUA vem da crença de que os EUA têm papel importante na manutenção da democracia e das liberdades. Também é uma ilusão. A política externa americana é muito diferente da política interna. MUITO…. Parece até um ser bipolar.

    Enfim, nem outro, nem um.

    1. Não acredito que vá alterar muito a relação de forças na região

      Exato, também acho isso. 

      Como o processo é de muito longo prazo, não há espaço mesmo para reações como a de Putin.

       

       

  12. Os comentários de Gunter

    Os comentários de Gunter saltam aos olhos pela mais completa falta de coerência e lógica, provavelmente movida por sua aversão à homofobia na Rússia.

    Quando questionado sobre as ações dos EUA no Iraque, Afeganistão e outras regiões, que visam tão somente a busca de seus interesses econômicos e políticos, apesar da retórica enganosa sobre promoção de Democracia e Direitos Humanos, Gunter, com uma cara-de-pau de fazer corar até os mais crédulos, afirma que isso não é verdade, pois nunca foi expresso em nenhum discurso oficial do governo americano. Oras, como se o governo norte-americano fosse emitir declarações anunciando seus interesses inconfessásseis.

    A afirmação sobre a CIA divulgar informações falsas sobre o arsenal russo(algo sabido até mesmo pelo presidente JFK)é um exemplo disso.

    No caso russo, porém, todo o pudor demonstrado em relação aos EUA simplesmente desaparece, e qualquer insinuação, achismo e wishful thinkness, das fontes mais suspeitas, é apresentado como fato inconteste.

    1. Ah… Cada um encontra seu Judas para malhar.

      Que as posições homofóbicas de Putin foram uma tolice, ninguém duvida. Não beneficiaram em nada nem a ele nem ao país. Se é constrangedor para ele e seus apoiadores isso, problema dos mesmos, posto que obrigado a ser homofóbico ou omisso ninguém é.

      Mas imaginar que alguém fala dos sucedidos na Ucrânia por isso é ridículo. Quando isso aparece é apenas pelo lado pró-Putin que tenta manipular a homofobia do Svoboda (e já fiz post a respeito.)

      Sabe essa prática de atribuir falas aos outros? É anti-ética. É um modo de tentar desqualificar discursos quando não se têm argumentos. Você só sabe falar “ele não tem lógica”, sem nunca demonstrar.

      Eu nunca afirmei que não é verdade que os EUA não usam retórica. Isso está até explícito em vários posts recentes:

      2014 03 01 http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/anotacoes-para-uma-conversa-sobre-crimeia

      2014 03 16 http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/as-matrioskas-do-ocidente-sao-mais-sutis

      2014 03 18 http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/gambito-crimeiense

      Em todos esses posts aparece uma avaliação que não é corrente na mídia: a de que o establishment das economias da OCDE está satisfeito com o desenrolar dos fatos, mas que não declara isso.

      E você mesmo reconhece minha coerência agora, que neste mesmo post falei disso! (CIA/JFK)

      Se você deseja enveredar pela linha de acusações personalistas, prove que eu uso como ‘fato inconteste’ achismos de ‘fontes suspeitas’.

      Nesse nível eu simplesmente não respondo.

      Ontem você parecia respeitoso, até elogiei isso no final de uma resposta minha.

      Hoje você está no nível para trocar fofocas com colegas.

      Lamentável.

       

      1. Caro Gunter, como assim não

        Caro Gunter, como assim não demonstrei?

        Salientei seu inacreditável comentário, alegando não ser crível atribuir atos de antissemitismo e homofobia ao governo ucraniano “apenas” pelo fato do Svoboda(partido abertamente neonazista)ocupar altos escalões(nível ministerial)daquele governo.

        Você realmente vê alguma lógica nesse comentário?

        Seria o memso que negar a possibilidade de homofobia em um governo liderado pelo Bolsonaro, aliás, o Bolsonaro, para todos os efeitos, é bem menos radical que o Svodoba.

        Sobre o comentário CIA/JFK, o que eu disse foi exatamente o contrário, eu afirmei ser mais um exemplo de sua incoerência, Você afirmou que o exagero proposital da CIA, prestando informações falsas sobre o arsenal soviético, “nunca foi comprovado”, tentando, claramente, descreditar um fato que era de conhecimento até mesmo do ex-presidente JFK.

        Os dois pesos e duas medidas que você usa ao falar dos EUA e da Rússia é patente, não se faça de desentendido.

        1. Não me faço de desentendido

          Nem tem sentido alguém que só usa inferências e busca desqualificar usar ‘caro’, ok?

          Que um governo liderado por Bolsonaro não teria como implantar homofobia já expliquei pro Ed.

          Que o Svoboda provavelmente vai ceder às necessidades de propaganda da UE já expliquei em um vários momentos.

          Eu falei que ‘nunca foi comprovado’ exatamente por cuidado com fatos. E eu até propus o debate sobre isso. Vide a resposta ao Junior50. Não desacreditei nada, até reforcei sua tese de como os EUA omitem! Vide resposta a Ari.

          E não vale mais a pena ficar lhe respondendo, você só está atuando assim nestas discussões porque a realidade não combina com seu discurso. E eu não preciso passar por bode expiatório.

          Se eu escrevo alguma é com boa vontade para a disseminação de conhecimento e evolução da humanidade. E se me disponho a responder comentários é para que as coisas avancem.

          Se você não entende assim ou não me percebe assim, lamento, não há como debater.

          1. Prezado Gunter(já que você

            Prezado Gunter(já que você não gosta de Caro), isso de acusar alguém falsamente de não apresentar qualquer argumento apenas para fugir de uma discussão que não está se desenvolvendo da maneira que deseja(no seu caso, convencer a todos das versões inverossímeis disseminadas pela mídia ocidental)é um ardil muito manjado, pensei que você fosse melhor que isso.

            Dizer que eu não apresentei nenhum argumento é simplesmente falso, apresentei vários argumentos geopolíticos, jurídicos e históricos, obviamente sem qualquer relação com as versões fantasiosas disseminadas pela mídia ocidental que parece ser sua única fonte de informação. Aliás, nem isso, pois quando te questionei sobre os 5 bilhões que os EUA alegam ter gasto para “promover a Democracia” na Ucrânia(você alegava que não havia ocorrido qualquer intromissão americana), você simplesmente confessou estar desinformado e fugiu do assunto.

            Que feio, seu Gunter, que feio. É uma pena, porque agindo de maneira tão intelectualmente desonesta, você só prejudica outras causas nas quais você teria razão.

             

  13. “Porque acho que é pouco

    “Porque acho que é pouco crível, para o momento atual e para efeitos de propaganda pró-Putin, a atribuição de homofobia e antissemitismo ao novo governo ucraniano, ainda que com a participação do Svoboda”

    Esse comentário é simplesmente inacreditável, no sentido que o Veríssimo dá ao termo.

    Representantes do Svoboda, partido explicitamente nazista, ocupam altos escalões no governo(oriundo de golpe)da Ucrânia, e Gunter quer nos fazer crer que a tribuição de antissemitismo não é crível?

    O que não é nem um pouco crível é acreditar que um partido abertamente nazista como o Svoboda não seja antissemita, o que faz Gunter, com uma desfaçatez sem paralelo.

    1. E não apenas isso: esses

      E não apenas isso: esses mesmos fascistas estão montando sua própria SA, recrutando os bandidos que apoiam o Svoboda e Right Sector.

      Mas a semelhança com a Alemanha dos anos 30 para por aí: sem o dinheiro de Nova Iorque e o apoio da burguesia local (a Ucrânia mal tem burguesia, só oligarcas), essa aventura não tem como ir longe.

      E eles já anunciaram corte de 50% no pagamento das aposentadorias, que já eram de incríveis R$420.

  14. Gunter, não parei no primeiro parâgrafo

    “É meio paradoxal que parece que pessoas pró-Rússia (por que alguém o é nesse contexto é de difícil justificativa, acho) acreditam mesmo na demonização que os EUA (e mídia ocidental em geral) fazem da própria Rússia.”

     

    Gunter, não parei no primeiro parágrafo em respeito às suas diversas contribuíções sobre os inúmeros temas do blog. Você tem crédito.

     

    Mas, sinceramente, você não pode acreditar ingenuamente na primeria frase que escreveu, me faz pensar que você está sofrendo de TOC.

     

    obs: Não é preciso ser pró-Rússia prá acreditar na demonização como forma de luta política e enconômica.

     

    1. Pelo visto a frase ficou dúbia, né?

      Meu erro de redação;

      A demonização em si é sobre os potenciais de risco que a Rússia pode representar em termos bélicos e/ou chantagens de gás.

      A mídia mais do tipo “falcão” diz que são grandes (daí as analogias com Sudetos, etc.) e pessoas pró-governo atual da Rússia também (vide comentários do tipo “Obama não sabe com quem está lidando”.)

      Uma coisa é saber que há demonizações, outra coisa é dar crédito às mesmas.

      Mas o exemplo com as estórias contadas no passado deveria ter elucidado isso.

      Se eu estou sofrendo de TOC? Não parece, né?

      Mas imagino que possa incomodar eu não usar argumentos de mídia nessa e outras questões.

      Talvez isso seja um TOC…

      1. Obrigado pela

        Obrigado pela resposta.

         

        Agora sim faz sentido. Sua frase tinha ficado solta. Não acho que a Rússia está com esta bola toda. Mas acredito que existe um poderio bélico russo suficiente para neutralizar qualquer tentativa de confronto em um guerra convencional em pleno solo europeu. As consequências seriam desastrosas para todos.

         

        Acho que existem outras demonizações que fazem parte do jogo, como colar em Putin a figura de um aloprado, aventureiro, inimigo da ordem internacional. É preciso entender o contexto em que tudo se desenrolou. Houve uma acordo, onde representantes da Russia, Ucrânia (oposição e governo) e UE estavam presentes. Porém no dia posterior este acordo foi rasgado e o golpe ocorreu.

         

        Acho que estamos muito distantes e talvez não temos profundidade nos conhecimentos das diversas estruturas de poder que compõêm as ex repúblicas soviéticas, mas meu sentimento é que, se a Criméia não se desvinculasse da Ucrânia (com ou sem anexação russa, não importa), haveria um banho de sangue e uma guerra cívil, que ainda não está descartada com relação a outras regiões da Ucrânia.

         

        Talvez não sofra de TOC, mas você anda muito preguiçoso prá escrever. Tem que imaginar que pode ter leitores com dislexia diseidética na percepção gestáltica, que pode ser o meu caso.

  15. “nenhum líder latinoamericano

    “nenhum líder latinoamericano endossou até o momento o discurso russo. Chile e Argentina votaram ao lado dos EUA em recente discussão sobre o referendo na ONU. Quem acha que o governo russo é “popular” ao redor do mundo pode analisar essa circunstância.”

    Agora o discurso do Gunter descamba para um concurso de popularidade. Desnecessário questionar qual a popularidade e credibilidade do governo norte-americano ao redor do mundo, pois é claro qeu Gunter imediatamente buscará refúgio em seus dois pesos e duas medidas, como sempre faz.

    A Argentina possui motivos de sobra para se opôr ao referendo na Criméia, com Cristina Kichner afirmando que um referendo nas Ilahs Malvinas teria ainda menos credibilidade. Acontece que as questões internacionais são pautadas pelo equilíbrio entre a busca do interesse nacional e as normas do Direito Internacional. Assim, muito complicado para Gunter explicar porque a Rússia não estaria justificada em proteger a vizinha Criméia, com população majoritoriamente russa(ao contrário dos EUA, que visam tão somente sabotar os gasodutos russos). Também fica difícil para Gunter explicar a ilegalidade do referendo na Criméia, tendo em vista a Advisory Opinion da Corte Internacional de Justiça.

    Mas isso apenas se fôssemos ingênuos o bastante para esperar alguma lógica e coerência nas posições de Gunter.

     

    “ninguém nega que a Rússia, como Coreia do Norte, Israel, Paquistão e Índia tem armas nucleares. Mas daí a imaginar que um país com PIB brasileiro, concentração norte-americana de renda, população pouco maior que a do México e renda per capita do Chile irá ser uma superpotência capaz de mudar os destinos geopolíticos vai um longo caminho.”

    Além de Gunter ignorar o papel estratégico das armas nucleares, que alteraram completamente o cálculo de poder nas relações internacionais, ele faz uma série de afirmações incorretas. A Rússia não possui armas nucleares como Israel, Índia, Paquistão, Coréia do Norte. A Rússia possuí o maior arsenal nuclear do planeta(maior que o americano), além de mísseis intercontinentais e outros armamentos de altíssima tecnologia.

    Na cabecinha de Gunter, um país que possuí o maior território do mundo(várias vezes aquele dos EUA)e uma das mais poderosas forças militares não representa um poder bastante para influenciar os destinos geopolíticos em um país vizinho como a Ucrânia.

    “são tão comuns as analogias com o heroismo russo vis-a-vis Napoleão e Hitler, não é mesmo? Vamos fazer, de vez em quando, analogias com os Impérios Britânico e Otomano também”

    Ok, A Rússia salvou a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial, ao derrotar Hitler em seu território, Naquela época, o poderio russo era bem menor do que é hoje, e Hitler cometeu o erro de subestimar a Rússia(não tanto Gunter o faz).

    Mais analogias?A Grã-Bretanha também possuia uma pequena população, quando derrotou a China, país mais populoso do mundo, nas Guerras do Ópio.

    O Vietnã derrotou e humilhou os EUA nos anos 70.

    Enfim, só mais algumas analogias, já que Gunter não conhece a história.

  16. Ter armas nucleares é uma

    Ter armas nucleares é uma coisa, ter 5.000 mísseis com ogivas nucleares capazes de acertar um alvo a 10.000 kilometros com uma precisao de 50 metros é outra.

    Ter submarinos nucleares com mísseis nucleares também é diferente de ter um submarino nuclear, como o Brasil terá.

     

    O autor me  parece ter total desconhecimento sobre capacidade militar.

    Conhecimento é poder. O conhecimento, a tecnologia, está calculada ali no PIB ou isso são apenas palavras ao vento sem o menor sentido?

  17. No caso da Ucrânia, o ponto

    No caso da Ucrânia, o ponto principal é a legitimidade e a capacidade dos EUA em fomentar guerras civis em outros países.

    Gunter não aborda esse ponto porque, em sua opinião, enqaunto não houver uma declaração oficial do governo americano admitindo fazer isso, isso não é verdade. Gunter é da opinião que o governo dos EUA não mentem nunca, nem possuem interesses escusos, como os outros países. Os EUA é um país “excepcional”.

    1. Você não leu uma resposta minha de ontem

      Eu sei que incomoda eu não usar argumentos de grande mídia nas discussões.

      Mas não me responda como se estivesse respondendo ao Kerry. 

      E nem você é capaz de adivinhar opiniões dos outros. Comente em relação ao que é escrito, sem inferências.

      Em nenhum momento estou falando em ‘legitimidade’.  Estou falando de ‘imagem junto à opinião pública’.

      Nem disse que os “EUA são um país excepcional”. Eles estão muito aquém em várias coisas se comparados às economias de ‘Welfare State”, não?

      O que eu disse ontem é que dizer que EUA queriam pôr base na Crimeia durante as Olímpiadas é apenas uma especulação.

      Que eu julgo improvável porque já há três países da OTAN no Mar Negro.

       

       

       

      1. Gunter, sua determinação em

        Gunter, sua determinação em continuar sen incoerente é impressionante. Você diz:

        “Eu sei que incomoda eu não usar argumentos de grande mídia nas discussões.”

        Depois você completa:

        “Em nenhum momento estou falando em ‘legitimidade’.  Estou falando de ‘imagem junto à opinião pública’.”

        Por “opinião pública” leia-se “opinião publicada”, basta ver como os comentários de Gunter são a mera reprodução do que é divulgado pela grande mídia, notória por seus posicionamentos incondicionalmente enviesados e americanófilos.

        “Nem disse que os “EUA são um país excepcional”. Eles estão muito aquém em várias coisas se comparados às economias de ‘Welfare State”, não?”

        Falei em excepcional porque o Excepcionalismo é um dos princípios que regem a política externa americana, é o princípio que assegura aos EUA o direito de intervir livremente nos assuntos de outros Estados, baseado em uma auto-alegada superioridade moral dos EUA e sua suposta missão para salvar o mundo.

        Estamos conversando sobre política internacional, não é?

        1. Bom, Daytona

          Você insiste nessa tese de me criticar com base em inferências como tentativa de atingir o que você considera ruim.

          No lugar de fazer associações indevidas poderia se dedicar a escrever sobre o que condena. Só acho.

          Mas se você acredita que conseguirá seus objetivos, quais forem, com essa postura, vá em frente.

          Você continua agora a discussão com os colegas de postura semelhante.

          Para mim não há benefício em alimentar isso, que se reduziu a ‘trollagem’.

          1. Gunter, minha crítica, que

            Gunter, minha crítica, que você tenta desqualificar como sendo trollagem, é baseada em seus próprios textos, que eu reproduzi para ilustrar sua incoerência. Minha única inferência em toda essa longa discussão relaciona-se a suas motivações, que imagino partirem de sua aversão à homofobia russa(estranho sua falta de repúdio aos nazistas do Svoboda), mas, independete de ser essa sua motivação ou não, isso não muda em nada a falta de coerência e lógica de suas afirmações sobre o caso ucraniano. Sua disposição em partir para inferências pessoais completamente desnecessárias e negar um debate que não se limite ao senso comum imbecializante da grande imprensa apenas comprova que sua intenção nunca foi discutir esse assunto de boa-fé, infelizmente.

  18. Democracia ucraniana

    Nao entendi. O colega escreveu tudo isso com algum inuito de defender o recente golpe na Ucrania ?

    Por acaso acha que todos devem assistir a tudo calados ?

    O que aconteceu na Crim’eia me parece muito mais democr’atico do que o que aconteceu na Ucrania.

    Embora que tudo esteja muito longe do que penso ser democracia.

    Mas fazer o que, ne?

    Os lobos estao soltos.

    Att

     

     

     

     

  19. E o Gunter ainda preocupado

    E o Gunter ainda preocupado com o Putin…

     

    EE.UU. boicotea la conferencia de la ONU sobre la resolución contra el uso de drones

    Publicado: 20 mar 2014 | 3:15 GMTEl Gobierno de Pakistán ha propuesto a la consideración del Consejo de Derechos Humanos de la ONU un proyecto de resolución sobre los aviones no tripulados, informa ‘The Foreign Policy‘.

    Pakistán espera persuadir al Consejo para que apruebe una resolución que prohíba el uso de aviones no tripulados en la región. El documento prevé un debate abierto sobre los drones y una investigación imparcial de todos los casos en los que su uso ilegal causó víctimas civiles. 

    El Consejo de Derechos Humanos de la ONU, con sede en Ginebra, está discutiendo desde hace varios días el proyecto de resolución de Pakistán. Sin embargo, las autoridades estadounidenses decidieron boicotear las negociaciones.
     

     

    1. Não, Marco.

      Preocupação é uma coisa, relatar sequências de fatos históricos é outra.

      Se você ler os dois primeiros posts mencionados, verá que não há nenhuma preocupação com a Rússia, ao contrário.

      Parte da mídia, a mais ‘falcão’, é que difunde preocupações.

      Há uma preocupação (não grande, posto que são responsáveis por sua própria conscientização), isso sim, com a população da Rússia. Se vier a haver menor crescimento econômico por uns anos na Rússia, quem pagará essa conta?

      É por isso que eu sempre pergunto aos colegas quais são os benefícios que eles acham que a Rússia (e sua economia e sociedade) terão com a diplomacia ‘estilo-Putin’.

       

      1. O que a Russia quer ela não está tentando via diplomatica

        Acredito que saiba a resposta para a pergunta: “Quais beneficios que a Rússia terá com a anexação da Crimea? e também no que se baseia a polítca doplomatica de Putin”

        Ela sabe as consequencias de seus atos, está nesse jogo ciente do que pode perder e do que tem a ganhar.

        Crimeia tem  importância geopolítica e isso a mais de um seculo, H.J. Mackinder – geógrafo britânico – apresentou na Royal Geographical Society um artigo “O Pivô Geográfico da História” Quem domina a Europa Oriental comanda o Heartland (coração da terra). A anexação da Crimeia representa um passo nessa direção, e creio eu uma sinalização do que Putim pretende (não parar por ai), embora ainda não esteja claro de que forma fará.

        O acesso naval às aguas quentes do Mar Negro é essencial à ideia (russa) de segurança nacional e de projeção de poder, o que faz do litoral da Crimeia peça-chave na geoestratégia formulada no Kremlin. A base de Sebastopol tem posição estratégica no acesso ao Mediterrâneo e é a única capaz de receber toda a frota russa do Mar Negro e eles não darão esse acesso a ninguém.

        A saída para o conflito, conforme diz o mais influente analista geopolítico dos USA, – Ian Bremmer – (acho ele um tremendo tendencioso pro USA em suas analises, mas correto nesse ponto) será fazer uma intervensão com vista a normalizar a situação na Ucrania com os Russos e mais do que isso, fazer de uma forma que os Russos aceitem.

        Não questiono que em termos de geopolitica e economia o USA leve vantagem contra quem quer que seja, mas negar que militarmente a Russia é um perigo para qualquer um é um erro. Negar que qualquer interferencia em area que a Russia considere fundamental para si não iria gerar conflito é outro erro, hoje demonstrado com a anexação.

        O USA e o ocidente se precipitaram em intervir na Ucrania.

        A Russia anexou a Crimeia como uma forma de falar duas coisas:

        1. A Crimeia é nossa e ponto final, e com isso manter sua frota naval.

        2. A saída para a crise será uma solução negociada para a Ucrania da forma que a Russia quiser ou… (conflito militar está fora de cogitação simplismente porque ninguem consegue brigar com a Russia, por isso que não interessa a OTAN pegar países perifericos ao redor da Russia sendo que isso não irá influenciar em sua economia e muito menos na parte militar.

        Ou seja, nada diferente do que os USA fazem, com a diferença de que a politica dos USA e expansionista e dos Russos limitado a uma linha demarcada como intocavel por eles e definida como area de segurança nacional e de interesse deles.

         

        Como eu sempre digo os russos farão o que querem dentro da sua forma de política.

        A falha é que, assim como o USA, a maioria não entende a forma dos Russos pensarem e querem agir e negociar com base no que pensam.

         

         

         

  20. Gunter está cometendo um

    Gunter está cometendo um suicídio de reputação.

    Diz que é pouco crível a explosão de anti-semitismo e homofobia na Ucrânia, mesmo com os nazi-fascistas dominando o aparato policial/jurídico.

    Opinião diferentíssima possuiu quando o fascista Bolsonaro quase chegou a CDHM da Câmara.

    Este fato, de Gunter contemporizar a aliança entre ucranianos moderados e extremismo nazi-fascista, enfraquece sua militância contra a aliança de Dilma com fundamentalistas religiosos.

    1. Arthur, por acaso você está ‘torcendo’

      para que o neonazismo prevaleça na Ucrânia só para provar as teses de propaganda?

      E a negativa em apresentar que a Rússia é igual ou pior, pelo menos na avaliação quase unânime de LGBTs e rabinos perguntados?

      Então aguardemos e pronto.

      Quanto ao Brasil, essa ‘opinião diferentíssima’ é mera inferência sua.

      Eu não falei que Bolsonaro é um perigo.

      Eu falei que é tosco, que seu discurso não tem credibilidade (em um post listei de cor as dez ou quinze únicas personalidades que apoiam seu discurso)

      Eu falei que ele na CDHM seria um risco de imagem para o próprio governo federal, pela chance do PP coligar este ano.

      E também falei que é muito peculiar você enxergar riscos no Svoboda mas ficar sempre se comentar quando há falas de congressistas como Bolsonaro, Heinz, Malta, etc.

      Quem está contemporizando com alguma coisa é você, com a propaganda demonizadora da Rússia. E com os discursos dos aliados do governo federal também.

      E em mais de uma ocasião você já expôs que acredita que combater homofobia não é prioridade, você disse isso num debate sobre porque você prefere Padilha para governador de SP.

      E se é constrangedor para os governistas que o governo Dilma seja um desastre no combate à homofobia, se é constrangedor para os apoiadores de Putin que o mesmo seja homofóbico, se é constrangedor que ambos os grupos tenham que ficar ‘rebolando’ em comentários para justificar suas omissões em relação a isso tudo, lamento, mas não é minha reputação que está em risco.

      Apoiar ou se omitir em relação à homofobia, à xenofobia e ao racismo é sempre um equívoco.

      Inventar falas ou pensamentos nos outros também.

       

       

      1. Pior ainda, não?

        Se os ministros do Svoboda saírem fazendo declarações homofóbicas ou antissemitas vai pegar muito mal pro novo governo ucraniano.

        O que ocorre é que até o momento tomaram o cuidado de não fazer isso. As agressõs físicas e verbais são dirigidas a russófilos, o que não é justificável, mas nao tira ainda o apoio verbal do Ocidente.

        x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

        Devem ser evitados paralelos nesse assunto entre Brasil e Ucrânia/Rússia.

        No caso dos países do Leste Europeu as populações são maciçamente homofóbicas. Aí a homofobia de Putin ou do Svoboda não tira valor do camarote, até pode atrair votos.

        No Brasil é o contrário, a população é menos homofóbica do que os políticos querem fazer parecer.

        Como já comentei em outras ocasiões, de 55 a 77% dos brasileiros, de acordo com o tema e pesquisa, apoiam a criminalização da homofobia e o combate da mesma em escolas.

        É o governo, na forma de ações dos seus ministros ou líderes nas Comissões do Congresso, que trabalha contra. Além de contraditoriamente em relação ao discurso de 5 anos atrás (quando deputados do mesmo governo protocolavam projetos pró-direitos LGBT, não engavetando.)

        Isso é possivelmente constrangedor para apoiadores do governo brasileiro ou para brasileiros apoiadores de Putin.

        E é por perceber que homofobia é constrangedora junto à opinião pública que parece provável que U.E. e EUA pressionem o Svoboda a não insistir no assunto, mesmo que faça parte da ideologia de extrema-direita.

        Falemos dos outros países da Europa Ocidental, por exemplo. Em alguns os partidos de extrema-direita fazem o (condenável) “pinkwashing”, isto é, o uso manipulativo de direitos LGBT para praticar a xenofobia.

        E em outros, como a Hungria, não puderam retroagir em nenhum direito que fosse recomendado (não obrigatoriamente) pela U.E.

        Note-se que mesmo que algum governo queira reintroduzir a pena de morte não pode na Europa.

        E a discussão atual é se países homofóbicos devem reconhecer os casamentos LGBT em países não homofóbicos.

  21. Debate primário

    É impressionante o nível de primarismo do debate que rola tanto nesse fórum quanto em geral na internet. Aliás é o reflexo do maniqueismo quase generalizado que reina na rede.

    Todo ucraniano é nazista e/ou fascista e todo russo é comunista. Aqui os EUA são os culpados de todo o mal na face da terra. Em outros blogs os russos e os comunistas/petistas são culpados.

    Aqui Putin é o democrata que salvou os pobres ucranianos do nazifascismo dos seguidores de Hitler; em outros blogs Putin é o ogro russo que esmaga o movimento democrático nascido espontaneamente dentro da população cansada do comunismo do Yanukovitch.

    Quando alguém neste blog tem a petulância de questionar o ponto de vista da Rússia e do Putin, novo herói da esquerda latino-americana só pelo fato de opor-se aos EUA (porque é claro tudo que vem dos EUA é mau, portanto tudo que se opõe aos EUA é bom), ele é linchado como vendido aos americanos.

    É realmente cansativo…

      1. O discurso maniqueísta parte

        O discurso maniqueísta parte dos EUA e seus aliados, que já estão apresentando a questão da Ucrânia como um confronto entre as “Democracias” ocidentais e as “ditaduras totalitárias” do oriente, retomando os fundamentos da guerra fria.

        Até nisso o discurso americanófilo do Gunter é chapa branca.

        1. passou de chapa branca

          já virou branco mais que mais branco, daqui a pouco marca de sabão em pó via estar brigando pra ver quem contrata ele para propaganda.

           

          Vai ser tipo aquele mote: O branco mais branco rs.

    1. Quem pratica o diversionismo? Um debate necessário.

      Somente imbecis debatem a respeito de temas internos da Rússia, da Ucrânia, da Crimeia ou dos EUA. Isto pode ser feito, sem dúvidas, mas no caso presente, de conflito na Europa Oriental, isto não passa de uma tática diversionista de cães amestrados dos EUA. Não se trata de saber se a Ucrânia é fascista, se a Rússia é comunista ou se os EUA são isso ou aquilo. Quem envereda por este tosco caminho não passa de um reles farsante! Vamos aos indesmetíveis fatos, que os apoiadores de golpistas nazistas teimam em esconder:

       

      A Ucrânia já teve 05 presidentes constitucionais, regularmente eleitos pelo povo daquele país, desde o ano de 1991, quando se separou da antiga URSS. Absolutamente todos eles, menos o último agora, cumpriram integralmente os seus mandatos e não sofreram nenhum tipo de golpe de estado. O que houve agora na Ucrânia foi um clássico golpe de estado, isto é indesmentível. E a Ucrânia jamais havia tido um golpe de estado até o dia 22 de fevereiro deste ano. E não é só isso. Na esteira da “Revolução Laranja”, em finais de 2004, a oposição de extrema direita, pró Europa Ocidental e pró EUA, venceu as eleições e governou de 2005 até 2010. Fizeram um governo tão horrível e desastroso que o presidente Yuschenko tentou se reeleger em 2010 e fez pífios e vexatórios 05% dos votos.

       

      Agora a questão da Crimeia. O povo da Crimeia seguiu os mesmos trâmites previstos na legislação internacional que outros países também utilizaram em passado não muito distante. Foram os mesmos trâmites utilizados pelo Kosovo (quando se separou da Sérvia) e pela própria Ucrânia (quando se separou da URSS em 1991). E note que nestes dois casos precedentes, o Kosovo e a Sérvia tiveram o apoio incondicional dos EUA, da União Europeia e da OTAN. Quem é que está utilizando dois pesos e duas medidas agora, no caso da Crimeia? Ou será que os países que apoiaram efusivamente o Kosovo e a própria Ucrânia, em passado recente, irão cinicamente sonegar este direito ao povo da Crimeia e imaginar que ninguém vai perceber tamanha hipocrisia?

       

      Enfim, é disto que se trata. Na Ucrânia houve um Golpe de Estado. Quem quiser ficar ao lado dos golpistas, que o faça. Na Ucrânia o Golpe de Estado foi liderado por milícias nazistas, quem quiser cerrar fileiras ao lado dos nazistas golpistas, que o faça. Na Ucrânia o Golpe de Estado liderado por nazistas foi financiado pelos EUA, numa operação de brutal ingerência contra a soberania daquele país, quem quiser compactuar com isto, que o faça. A Rússia não precisa de imbecis que apontem de forma cínica e seletiva os problemas internos daquele país, para tanto existem os partidos oposicionistas de lá, liderados pelo forte Partido Comunista.

       

      Quem insiste em negar os fatos e insiste em fazer propaganda mentirosa dos EUA são os reacionários de plantão, fantasiados ou não. E o fazem porque possuem mentes tacanhas e colonizadas, são capachos e não passam de cães amestrados de Washington. E ainda se acham “progressistas”! E ainda acham que estar ao lado de golpistas, de nazistas e de imperialistas é ser “progressista”! Não passam de uns pobres coitados que não enganam ninguém.

  22. tá bom assim ?

      A Rússia invadiu Perú, o Chile, a Colômbia, o México e agora ameaça Porto Rico, nas últimas três investidas os EUA ameaçaram reagir à expansão russa e o mundo inteiro poderia mergulhar em um conflito nuclear. a expansão militar da Rússia e seus fantoches vem ameaçando  o mundo inteiro promovendo golpes em países democráticos provocando rivalidades entre países vizinhos, instituindo uma vigilância global sobre a internet entre outras “besteirinhas” como mortes aleatórias de civis na áfrica causadas por drones Russos, o denunciante da vigilância russa conseguiu abrigo nos EUA de onde mantem o mundo informado sobre as novas armações do Putin, jornalistas fogem da Rússia e procuram abrigo no Brasil pra continuar denunciando seu governo, outro perseguido pela Rússia se esconde numa embaixada colombiana em pequim de onde não pode sair sem ser extraditado, tá de bom tamanho né ?

    SÓ QUE NÃO

      Isso não é a realidade, é o mundo imaginário de quem não tem argumentos e cansa só de enxergar a realidade como ela é. E é só um pouco do caminho que a Rússia terá que percorrer para satisfazer a imaginação dos que se incomodam quando mostramos a cara do Tio Sam, que é feia desse jeito mesmo, mas você pode fechar os olhos, você pode entrar em estado de negação por não ter coragem de enxergar os fatos, você pode inventar uma Rùssia alter-ego do Titio Sam que justifique suas patifarias ,mas daí a convencer os outros desses delírios é outra história., mas a tática do avestrúz é de uso livre.

  23. Debate interessante, mas carece de fontes abertas

      Não se trata de “estória” a supervalorização do poder soviético, feita pela CIA, que ocorreu durante a guerra fria, a qual interessava ao Pentagono, mas principalmente para a manutenção dos orçamentos militares sempre em alta, e o complexo industrial militar.

       Casos flagrantes ocorreram nos anos 70, como dos Mig23, Mig25, MY-5 Nuclear Bomber, etc.. -como disse um analista senior do Pentagono, ao Congresso, no inicio dos anos 80: ” as informações fornecidas por nossas redes civis de inteligência (CIA), mesmo quando detalhadas, são impossiveis de serem replicadas”.

       O mesmo está ocorrendo hj. em relação aos avanços tecnológicos-militares chineses.

    1. Pois é, também acho que não é ‘estória’.

      Mas nunca vi confirmação oficial de um dos lados. Acho que só o relato de um ex-diplomata soviético.

  24. Sobre “sanções”

      Sempre caem bem em jornais, televisão, o politico ou diplomata, esbravejando seriamente, contrito e furibundo, sobre “sanções” economicas – puro teatro, visando publico interno.

       Como sou pratico, ignorante ideológico, de “mercado” – vivo na realidade apenas – vou dar uma dica de como burlar sanções economicas, relativas a bancos e investimentos, ainda mais referentes a Russia, uma forte no “mercado”.

       “Sanção: Fica proibido que bancos russos, e investidores russos, operem em qualquer mercado ocidental”

         Nossa que horrorrrrr, vão todos falir – papo-furado – existe a China, Indonésia, Cingapura e em ultimocaso varios paraisos fiscais, que nada perguntam, portanto um Narodny Bank da vida, pode transferir ativos em garantia, para um Banco, por exemplo chinês, e continuar operando com o dinheiro deste, garantido pelos créditos seus.

        “Sanção: Congelam-se todos os ativos russos em bancos ocidentais”

          Esta é mais facil, pois a maioria deles já deve terem sido securitizados em outras paragens (operações cruzadas), quanto aos que ainda não voaram, podem serem dados em garantia, com deságio ou juros, e utilizados em outras operações – um dia serão descongelados.

         “Sanção: jamais compraremos petroleo russo”: Ótimo para eles, o preço vai subir, a Russia vende o excedente em papel no mercado spot, através de corretoras e/ou intermediários arabes (Dubai é bom) ou suiços – o Irã é e foi mestre neste ramo de operações.  

           Tem varias e variações, me mostre uma sanção, que sempre será apresentado um jeito ou forma de burla-las, até de armas.

  25. Linha Vermelha

       Me abstive de comentar qualquer coisa sobre esta “crise”, pois tenho conhecidos de ambos os lados, não ucranianos, mas russo-ucranianos e alguns russos, mas sou prático, não ligo a minima para discussões ideológicas, reconheço minha ignorancia neste sentido, mas:

        1. Criméia: Sempre foi, sempre será Russia, a “cagada” de Kruschev de 1954 foi corrigida agora.

        2. Linha Vermelha: Obama adora falar que “não se pode cruzar uma llinha vermelha”, só que quem colocou, e esta mantendo uma “linha vermelha”, é a Russia – expandir a NATO para o Báltico ( com concordancia da Russia), e para as ex- republicas orientais, é uma coisa completamente diferente de expandi-la para a “Ucrania” – que para qualquer russo, é Russia.

         3. Se somente for entregue a Criméia, o governo golpista “ucraniano”, deve se dar por satisfeito, e fazer o possivel e até o impossivel ( lingua, tributos,judiciario próprio, segurança própria, autonomia em relação a Kiev), para conseguir manter as grandes cidades industriais do leste ( Dniepropretovsk, Kharkhov,Donetsk, região do Donbass), ou as perderá, e a Russia chegará, no minimo, ao Dniepr – quanto ao oeste (Galicia), lá não tem nada (tem Tchernobil), e um monte de fascistas.

          4. Obama/Kerry/Clinton/Nuland + oligarcas” ucranianos “(alguns) + UE: Entraram em uma fria que não podem resolver, sanções são papinhos de politico/diplomatas para sair na midia – nada alem – nem Mugabe, é facil sancionar, imagine sancionar a Russia.

          5. NATO: Rasmussen é apenas um “boneco”, que tenta salvar as aparencias da Aliança Atlantica, que alem das movimentações militares midiáticas, que não assustam ninguem – mas saem no jornal – não fará nada alem de discursos, tanto que os paises recem-nato ( Polonia, R.Tcheca,Eslovaquia,Bulgaria), formaram o “V4” – um estudo para “assistencia de segurança mutua – fora das estruturas da NATO” – os bálticos não podem participar, devido a acordos NATO-Russia ( é existe, chama-se “Baltic Sovereing”). – aliás sobre as movimentações militares, não comento mais nada, pois a quantidade de asneiras propagadas por ambos os lados, nem merecem leitura aprofundada.

           6. Putin: Ninguem gosta de um “tchekista”, nem eu, mas pode-se trocar o nome para qualquer outro: Gorbachev, Yeltsin, Mendevedev, Stalin, Nicolau II, Ivã, Stolichinaya, Smirnoff – a esmagadora maioria dos russos jamais aceitaria, ser governada por qualquer um que entrega-se a um “estrangeiro”, uma parte da Rodina, como a Criméia

           7. sempre coloco “Ucrania” ou “ucranianos”, entre “aspas”, pois em sua parte central e leste, sempre foi Russia, até mesmo o vocabulo de origem viking que dá origem a palavra Russia ( “rus “), vem da região de Kiev, quanto ao oeste, Galicia, trata-se de uma região originária da partição do Império Austro-Hungaro,  de forte penetração alemã e polonesa.

            Rodina:  Para o russo, é um conceito que vai alem das traduções ocidentais, que usualmente (cartesianamente) identificam “Rodina” como Pátria, ou os mais evoluidos como Pátria-Mãe, uma mera compreensão politica, mas não é só isto, trata-se de um sentimento muito mais amplo de Pátria ou mesmo de “território” ou “fronteiras” – como me disse um russo: ” Patria-Mãe, o Estado vem antes do sentimento de Nação, vc. deve defende-la por que o mandam faze-lo – já a “Rodina” é a “Mãe-Patria”, pois ela o acalenta, é sua origem, vc. não a defende por que ordenam, a defende por ser sua mãe, a “Patria-Mãe” é quase fascista/mandona, a “Mãe – Patria” é arquetipica, socializante, ama seus filhos, que a defendem, sem esperar algo em troca, as vezes sentimental, as vezes explosiva.

            Foi para mim, até estranho o primeiro contato com russos, pois o preconceito ocidental era grande, anos ’80, e em terra estranha, e o que mais me impactou, não foi o tecnicismo do “homem soviético”, o que era o esperado, mas o sentimentalismo, o amor a “Rodina” – comunistas de carteirinha do PCUS, com icones ortodoxos usados como proteção espiritual, rezando quando F-4s passavam (ouvio-os, é que já foram) – “se vc. escutou a explosão, sorte sua, vc. está vivo”, pois a estrada era alvo.

             Já escrevi demais, não gosto de me expor, mas, por experiência própria, procurar entender o carater russo, baseado em conceitos ocidentais, nem mesmo Catarina, A Grande, conseguiu, ela foi prussiana, tornou-se a representação arquetipica da Rodina – ela entendeu, e mudou.

  26. Muito blá, blá, blá……

    Perdi meu tempo lendo a maioria dos comentários, e concluo apenas o seguinte:

    – Jamais a Russia iria permitir que a OTAN sediassem uma base militar em seu quintal!

    Alguns devem se lembrar de como foi a tentativa de implantação de base de foguetges nucleares em Cuba, e a reação à epoca, dos EUA!

    Assim, retirando toda e qualquer ideologia, o que vemos nada mais é que o traçado de uma nova geopolitica na região, com o diferencial de que, desta vez, não se trata de republica de bananas, mas da Russia e seu potencial  nuclear!

    Aos que ficam defendendo este ou aquele lado, sinceramente lamento, pois de nada adianta espernear e regozijar, pois caso se agrave esta situação, seremos todos buchas de canhão!!

     

    1. Exatamente por isso

      “pois caso se agrave esta situação, seremos todos buchas de canhão!!”

      EUA causaram essa situação, como vc mesmo disso, isso precisa ser denunciado, como você mesmo disse

      “- Jamais a Russia iria permitir que a OTAN sediassem uma base militar em seu quintal”

      não dá pra entender essa postura “neutra”, lembrando mais uma vez, é a terceira vez em poucos anos que os Americanos cutucam uma potência nuclear com vara curta, você quer ficar quieto ? eu não.

    1. Nem sei se vale a pena

      Nem sei se vale a pena comentar essa matéria sem pé nem cabeça. Digo, por que a Dilma se preocuparia em dar um aviso desse ao Itamarty se é até mais provável do Itamaraty aconselhar a Dilma a não fazer tal crítica?

      O que fica óbvio e se tratar de mais uma matéria para consumo dos leitores da folha.

  27. DERRUBARAM UM GOVERNO ELEITO E QUEREM O QUE?

    O Tio Sam, somado com os nazistas da Ucrania – NAZISTAS, insisto, derrubou um governo eleito democraticamente na Ucrância, com vista a um dominio americano naquele País.

    Ora, por que tanta oba oba com a Rússia, que defende seu povo ( a grande maioria da Criméia é russa) e é certo que será o País que irá brecar um pouco o aproximar de bases militares americanas na Ucrania, tal como o Tio Sam fez com o Paraguia e com a Colombia.  O Brasil que ponha as barbas de molho, pois ele tem em mira lá no Norte a nossa Amazônia, o que vai restar de água e biodiversidade no mundo. E aqui por baixo o centro mais civilizado e poderoso do Brasil, além da Argentina e Uruguai. De lá, do Paraguaí, uma crise aqui, interna, terá fácil acesso ao nosso território.

    Será que não podemos entender que os países do primeiro mundo – os capitalistas – não têm escrúpulos. Todos conhecem as aventuras do Tio Sam, .ultimamente, lá no Afganistão, no Iraque, na Síria, no Egito, na Coréia, no Vietnã, e tantos outros países. Todos eles com intensa vontade de explorar e dominá-los, com a mesma gana de Roma.

    Ora, temos que protestar e muito com a intervação americana e européia em favor de um golpe na Ucrânia, que tirou do  poder um governo eleito democraticamente pelo povo. Agora, a Criméia está nas mãos dos Russos, pois são russos mesmo. E ninguém daquela federação quer a Ucrânvia e seus nazistas mandando por lá.

    Parece que a guerra fria começou novamente.

    E logo com os democratas. Que surpresa.

    Os russos podem tomar medidas drásticas, como o corte do petróleo à Europa,  v. gratia. 

    Um guerra entre os malucos nazistas da Ucrânia, eles que tanto perseguiram os judeus no tempo da segunda guerra ( e jamais poderiam ter tido um apoio dos EEUU ), poderá representar um grande e grave perigo ao mundo, a sobrevivênia do mundo, pois a Rússia não vai brincar de soldadinho, tanques e aviões. De repente pode eclodir uma guerra nuclear, o que poderá levar o mundo à destruição.

  28. Eu avisei.

    O comentarista passou estes últimos meses tentando nos convencer que a presidência da CDH da Câmara por uma injunção pragmática do governo era prova da capitulação deste governo a homofobia e ao ataque aos DH em geral.

    Pois bem, agora um fascista homofóbico no primeiro escalão de um governo pode ser relativizado, só porque o cara está com a focinheira enquanto cuidam da “transição”.

    Como vocês pretendem ter algum debate sério com um tipo destes?

    Ainda por cima distorce, junto com outros mais, dizendo que os que rejeitam o golpe na Ucrânia dizem que enxergam todos os ucranianos como fascistas, creditando tal visão a propaganda pró-Putin.

    Não, nada disto: fascistas são aqueles que deram o golpe. 

    Dilma, minha filha, chama logo o Bolsonaro para o ministério para sossegar ele…

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador