Após atender ao direito de Tacla Duran, juíza substituta tem decisão desfeita por Moro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após seguir o protocolo para processos que envolvem acordos internacionais, a juíza substituta de Sérgio Moro em Curitiba, Gabriela Hardt, teve uma de suas decisões atendendo ao direito de defesa de Rodrigo Tacla Duran em processo com a Espanha desfeita pelo magistrado.
 
A juíza determinou a remessa dos autos relacionados ao processo contra Duran por lavagem de dinheiro envolvendo a UTC, para dar sequência ao acordo de cooperação com a Espanha e o Ministério da Justiça. 
 
O pedido havia partido do próprio Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério, que faz a intermediação da troca de documentos para o acordo.
 
Já ainda no início do mês, o DRCI havia solicitado a tradução dos documentos e pedido, também, que a defesa de Duran tirasse cópias do processo que tramita contra ele, o que foi autorizado pela juíza.
 
“Não há, em princípio, óbice algum para que a Defesa tenha acesso e possa extrair cópia do procedimento de cooperação jurídica internacional decorrente da presente ação penal e destinado à citação de Rodrigo Tacla Duran, perante as autoridades brasileiras”, determinou Gabriela.
 
No mesmo despacho, a juíza pediu que os procuradores que trabalham no acordo traduzam para o espanhol os arquivos a serem enviados para, em seguida, remetê-los ao país. 
 
Imediatamente após atender ao direito de defesa de Tacla Duran e enviar os autos à Espanha, lá de Nova Iorque, o juiz Sérgio Moro desfez a decisão da juíza substituta. 
 
De acordo com a coluna Radar, o magistrado de Curitiba teria dado uma “bronca” em Gabriela considerando sua decisão, que seguiu os protocolos para acordos internacionais, uma “lambança”. 
 
O argumento foi um simples detalhe: que quem deveria pedir a remessa dos documentos seria a defesa de Tacla Durán, e não o Ministério da Justiça.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. Bem, o brasil minúsculo

    Bem, o brasil minúsculo avança seu retrocesso: além de julgamentos virtuais no stfezinho, agora, o juiz virtual que, mesmo viajando e estando fora do país, mantém – como é que é corregedoria dos gravatinhas-com-lencinhos – a jurisdição… Lambança é isso: sempre que algum juizite se arvora além da legalidade, né, dona carmencita, que não se “alevanta” e julga as suspeições contra o desMoronado no cnj: apequenada até aético procedimento. Já a juíza substituta (como é quel alguém mantém a jurisdição enquanto a substituta substitui?) que mande ver com os desembargas quartanistas: a começar pelo destempero da combinação entre gravatinha-e-lencinho. Haja país de merrecas.

  2. O sujeito continua atuando
    O sujeito continua atuando como titular mesmo fora da jurisdição? Afronta o MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES? Será que tem medo do Tacla Duran?

  3. Depois que condenou Lula, o

    Depois que condenou Lula, o deslumbramento de Sérgio Moro foi às alturas. Saiu para a galera, segundo o ditado popular. Está agindo com muito mais despudor, regulando a tudo e a todos, STF, TRF1, outros juízes, mandando a PF descumprir ordens judiciais, etc. Isso sem falar na circulação nos meios tucanos e empresariais. É uma pessoa muito superficial e primária, incapaz de sofrer frustrações, vide sua exoneração da UFPR, que dizem meus botões, foi uma fuga do debate crítico que começou a surgir nas universidades públicas sobre a Lava Jato.

    Esse deslumbramento, que antes era apenas vislumbrado aqui e ali, tornou-se claro como o sol de meio dia, e começa a intervir no espaço de outras primas-dona. Com isso, creio que se torna cada dia mais vulnerável a contra-ataques. Esse foi um erro que Joaquim Barbosa não cometeu. Fez o serviço sujo e deu uma sumida. Por mais despezível que seja, JB é uma pessoa incomparavelmente mais preparada que Sergio Moro, e me parece que tem malícia suficiente para pressentir o perigo.

    Torço que Sérgio Moro continue cada vez mais deslumbrado, pois nesse passo, acumulando ressentimentos alheios, uma hora a casa vai cair, e quando cair, vamos sair chutando em cima. Nunca terei um prazer tão grande em chutar cachorro morto.

  4. Se Moro liberasse a

    Se Moro liberasse a documentação para a justiça espanhola os espanhóis iriam descobrir como é patética e nula a acusação, logo o criminoso que se diz juíz não poderia permitir que a documentação fosse enviada.

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