Gesto é uma das promessas de Bolsonaro para respaldar políticas futuras junto às Instituições
Foto: Antonio Cruz/ABr
Jornal GGN – A necessidade de respaldar seu futuro governo nas Instituições brasileiras – já amplamente apontadas por cientistas sociais e críticos, mais intensivamente desde 2016, como corrompidas – e, automaticamente, na sociedade, vem passando por um trabalho de articulação do novo presidente junto a figuras-chave que darão a estrutura para a sua governabilidade a partir de 2019.
Uma dessas instituições é o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro não somente tenta atuar de modo a obter uma certa blindagem da Corte, em cenário que a própria Procuradoria-Geral da República e Ministérios Públicos já mostraram que abrirão resistências a políticas contra garantias constitucionais e minorias, por exemplo.
Mas também quer transformar essa relação em uma amigável aproximação, garantindo um respaldo que seria decisivo para implementar políticas que considerar necessárias. Neste trabalho, Bolsonaro declarou hoje que irá “consultar Toffoli”, o presidente do STF, “muitas vezes” antes de tomar decisões.
“Da parte do Supremo Tribunal Federal, estamos abertos a esse diálogo institucional, estabelecer um pacto republicano”, foi a resposta do ministro.
Mas a frase do ministro destoa, em parte, de seu discurso proclamado um dia antes, nesta terça (06), em evento sobre os 30 anos da Carta Magna, em que fez questão de ressaltar a defesa da Constituição brasileira e dirigiu um recado ao futuro presidente: “Não podemos substituir ‘o governo das leis pelo imponderável do governo dos homens'”.
Naquela ocasião, Toffoli aproveitou para mostrar um pouco de suas opiniões sobre política, economia, a defesa, por exemplo, do “crescimento econômico e da responsabilidade fiscal” e a menor participação do Estado e do Judiciário nos “conflitos da sociedade” [leia aqui].
Foram essas defesas que permitiram abertura de diálogo para Bolsonaro se aproximar do ministro, que é hoje a figura principal da Justiça no país. “Relação entre os poderes é de independência, mas temos o dever da harmonia”, disse Toffoli hoje, em claro gesto de contentamento.
Para se compreender o porquê dessa singela, mas decisiva, modificação de tom do ministro do Supremo, uma declaração do ministro Dias Toffoli confirma que, entre os temas da reunião tratados momentos antes de falar à imprensa, “a reforma da Previdência”, o “equilíbrio fiscal” e o “combate à violência” foram destaques.
Jair Bolsonaro leu o discurso de Toffoli e encontrou nas petições do presidente da Suprema Corte a fragilidade para se conectar com o ministro.
“Pode ter certeza Vossa Excelência que muitas vezes antes de tomar iniciativa o procurarei para que a gente possa aperfeiçoar essa idea e ela, de forma mais harmônica, siga seu curso nacional dentro do Parlamento.”
A promessa do futuro presidente a Toffoli foi além da garantia harmônica entre os Três Poderes, mas quase que em tom de súplica: “Nenhuma pessoa sozinha vai salvar a nossa pátria, mas a união de autoridades, juntamente com seu povo, tem a condição de oferecer alternativas para que o Brasil ocupe a posição de destaque no cenário mundial”, continuou.
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Festa na Casa Grande enquanto no quintal, escuridão.
O que mais um Totóffoli precisa? Afago. Agora só falta abanar a toga. Cuidado, que o general assessor está observando pra ver se está abanando para a direita, como combinado.
O GOLPE “com STF, com tudo” continua em sua segunda temporada.
E os zumbis tomam conta do país.
Nos USA, democratas recuperam a maioria na Câmara e republicanos ampliam o controle do Senado.
Brasil, o quintal dos USA, afunda enquanto a metrópole Casa Grande continua sua dança da hipocrisia.
https://www.democracynow.org/shows/2018/11/7
Sampa/SP, 07/11/2018 – 17:34
ocupe…
ou volte a ocupar a posição de destaque que obteve com o governo Lula?
quanto a súplica, um pouco de inteligência pode sim salvar a pátria dele mesmo, do próprio governo Bolsonaro
deve ser por isso que, lá fora, já estão dizendo que não vai durar muito não
Como diria o emblemático
Como diria o emblemático personagem Coronel Odorico Paraguassu: “palavras são palavras, nada mais que palavras”.
Pois é isso que jogam ao vento o futuro chefe do Executivo e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal.
Pausa para uma pequena digressão: o Judiciário e o Judiciário não tem “chefes” por uma razão simples: não há hierarquia na relação entre os membros do mesmos e na própria estrutura funcional de ambos. Há competências, alçadas e jurisdição.
Por índole, por formação e pelas circunstâncias políticas, Bolsonaro certamente entrará em conflito com o Supremo. Trata-se apenas de uma questão de meses ou somente de dias. A verve autoritária, o respaldo das urnas e, principalmente, o apoio irrestrito da parte de cima da pirãmide, servirão de respaldo.
Ao contrário dos tempos petistas, quem falará grosso não será o Judiciário.
Um sorri como quem defende
Um sorri como quem defende apenas os privilégios senhoriais odiosos dos juízes. O outro sorri certo de que poderá exterminar os direitos dos cidadãos desde que não dê motivos para o outro parar de sorrir.