Brumadinho: 8 funcionários da Vale são presos em ação do Ministério Público

Os alvos dos mandados de prisão cumpridos nesta manhã são suspeitos de responsabilidade criminal pelo rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão

Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Por Carolina Gonçalves

Na Agência Brasil

Oito funcionários da mineradora Vale foram presos temporariamente hoje (15) em uma operação deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com o apoio das polícias civis e militares dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os alvos dos mandados de prisão cumpridos nesta manhã são suspeitos de responsabilidade criminal pelo rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Entre os presos estão quatro gerentes e quatro técnicos diretamente envolvidos na segurança e estabilidade do empreendimento. Todos ficarão detidos por 30 dias e serão ouvidos pelo MPMG em Belo Horizonte. Além dos crimes de homicídio qualificado, eles poderão responder por crimes ambientais e falsidade ideológica.

Estão sendo cumpridos ainda 14 mandados de busca e apreensão nos três estados, incluindo a sede da empresa Vale no Rio. Foram levados pelos agentes computadores e documentos em diferentes endereços.

Também são alvos dos mandados de busca e apreensão quatro funcionários da empresa alemã Tüv Süd, que prestou serviços de estabilização da barragem rompida para a Vale, entre eles, um diretor.

“Os documentos e provas apreendidos serão encaminhados ao MPMG para análise. De acordo com os promotores de Justiça, as medidas estão amparadas em elementos concretos colhidos até o momento nas investigações conduzidas pela força-tarefa e são imprescindíveis para a completa apuração dos fatos”, diz a nota do MPMG.

Em nota, a Vale informou que continua colaborando com as autoridades responsáveis pelas investigações. “A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas.”

Há duas semanas, o MPMG, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal conduziram outra ação em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho, que resultou na prisão temporária de três funcionários da Vale responsáveis pelo empreendimento e dois engenheiros terceirizados que atestaram a segurança da barragem. Eles já foram liberados.

Redação

4 Comentários

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  1. A Prisão destes funcionários apenas demonstra a fraqueza do Judiciário e do Ministério Público, prendem funcionariozinhos que não fazem mais nada que cumprir ordens em vez dos verdadeiros culpados que são o presidente e os diretores da Vale, o mesmo está ocorrendo com o caso do Centro de Treinamento do Flamengo. É triste de ver.

  2. Só prendem aqueles que só tem a perder com essa desgraça toda. Esses empregados (ou seriam colaboradores senhor schvartsman?) apenas fazem o que mandam. Prendam alguns diretores por uns dois meses que eles começam a entregar todos os podres da companhia.

  3. Muito fácil prender os pés de chinelo e deixar os engravatados de fora. Isto é uma pouca vergonha. Quem deveria estar preso seria o presidente da empresa, seus assessores e os engenheiros borra botas. Não este infelizes que aí estão.

  4. Os elementos para a prisão da diretoria executiva da Vale são fartos. Primeiro que a empresa continuou a distribuir abonos e dividendos para a diretoria, enquanto do outro lado seus advogados mitigam o pagamento de indenizações e multas para as vítimas de Mariana. Estamos aqui, falando, prestem atenção em Mariana e não Brumadinho, que foi o primeiro desastre tratado, como se vê, com desdém pela Vale, já que a empresa não se preocupou e nem se esforçou em indenizar quem foi atingido, e nem fez nenhum plano de contenção e recuperação de toda natureza atingida. Ou seja o pedido de prisão é baseado no comportamento da empresa, que emprega tratamento desdenhoso, confiando nas chicanas dos advogados contra uma população que nem sabe o que é advogado muito menos processo civil.
    Esse é o caso a ser julgado como “animus decandi”, ou seja a vale age com o animus de não assumir suas responsabilidades e empregar todo esforço possível para não desfazer o mal que suas atividades fez às pessoas, à natureza, à economia, ao país.
    Ou o poder judiciário dá um belo exemplo, ou vai cair de vez no descredito total.

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