Com ajuda de jornalistas, delegados criaram versão do dossiê contra Lava Jato, por Marcelo Auler

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Na contestação à defesa do jornal O Estado de S. Paulo, que processa pela publicação das postagens do Facebook, a delegada Erica deixa claro que o IPL 737 foi aberto para apurar em que condições ocorreu aquela publicação. Depois surgiu a história do dossiê dos dissidentes.

Com ajuda de jornalistas, delegados criaram versão do dossiê contra Lava Jato

por Marcelo Auler

em seu blog

Aos poucos os mistérios se revelam, os fatos se clareiam e surgem estranhas notícias como a de jornalistas passando informações internas dos órgãos onde trabalham, para delegados da Operação Lava Jato. Informações que, por sinal, ou não se confirmaram ou foram cabalmente desmentidas pelas suas chefias. São fatos que surgem aos poucos, juntando documentos que só agora chegam ao conhecimento publico. Mas, ainda faltam algumas decisões para que toda a verdade apareça. Quem irá tomá-las?

Na contestação que apresentou no 9º Juízo Cível de Curitiba, onde processa o jornal O Estado de S. Paulo, conforme noticiamos em – Estadão esconde do leitor que delegada Erika tenta lhe censurar, a delegada de Polícia Federal, Erika Mialik Marena demonstra que toda a história sobre a existência de um dossiê feito por “dissidentes” da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal do Paraná (SR/DPF/PR) surgiu após a publicação, naquele jornal, em novembro de 2014, das postagens com comentários políticos dos delegados das Operação Lava Jato em suas páginas do Face Book. Teria sido retaliação?

Foi, a partir da publicação desta reportagem, que delegados começaram a buscar informações que permitissem afirmar que um dossiê contrário às investigações de corrupção estaria sendo elaborado pelos chamados “dissidentes” da Superintendência. Com base em informes assinados pelo delegado Igor Romário de Paulo, responsável pela Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado (DRCOR) – portanto, superior a todos da equipe da Força Tarefa na Polícia Federal, – terminou-se por instaurar o inquérito 737, que já está relatado, mas aguarda um posicionamento do Ministério Público Federal (MPF).

 

No Inquérito, presidido a princípio pelo delegado federal de Bauru Mario Fanton, mas posteriormente conduzido pela delegada Tânia Fogaça, da Coordenadoria de Assuntos Internos (Coain) da Corregedoria Geral do DPF (Coger/DPF), o delegado Paulo Renato Herrera foi indiciado pelo crime de “corrupção passiva imaterial”. Depois de não conseguir encontrar qualquer dossiê e nem provar, mesmo com quebras de sigilo bancário e fiscal dos investigados, qualquer enriquecimento ilícito ou movimentação financeira duvidosa – e falava-se que o dossiê custaria milhões de dólares – a delegada apelou para a “corrupção imaterial”. Os demais acusados – o ex-agente do DPF Rodrigo Gnazzo, e os advogados Marden Maués e Augusto de Arruda Botelho – também indiciados por terem “contribuído” com o crime.

Continue lendo…

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

13 Comentários

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  1. Continue lendo? Que política de publicaçao é essa?

    Se nao é para ser publicado, que nao se publique; se é, que se publique integralmente.

    1. Deixa de histeria. Um pouco

      Deixa de histeria. Um pouco de lucidez vai lhe fazer bem. O link do “continue lendo” abre a página do Marcelo Auler. Nada mais justo. O cara, além de autor do texto, é uma instituição do jornalismo investigativo. Clica lá e continue lendo. 

        1. Agradeço ao “iluminado” que me instrui…

          Como posso falar com meus superiores sem titubear?

          Vc se acha muito superior, né? Pretensao pouca é bobagem mesmo. Passe bem.

      1. Histeria? Nada menos que isso? Ora, ora

        Velha tática de tentar calar mulheres. E de forma completamente gratuita, ainda por cima. Acho que VOCÊ está precisando de uns calmantes (e de um pouquinho de educaçao tb; entendo grosseria em resposta de grosseria, de graça ou é falta de educaçao ou doença do fígado). Passe bem.

    2. Vejo isso como uma forma do

      Vejo isso como uma forma do GGN fazer a devida citação aos seus colaboradores. Uma forma de os leitores do GGN conhecerem o trabalho do Marcelo Auler, que também precisa de visitação de novos usuários.

      1. Vc tem razao, Cleber. Mas que é chato é…

        De qualquer forma agradeço pela forma delicada da sua resposta. É um senhor contraste com as outras respostas recebidas, grosseiras e pretensiosas.

  2. Podres poderes

    A PF esta num emaranhado e o pessoal do MP e o Moro levando a rodo parte da PF com as irregularidades que praticaram e praticam na Operação Lava Jato. A coisa é bem pior do que pensava. Se agentes da PF andaram colocando nas redes sociais o apoio ao Néscio do Poh e até o sugestivo tiro ao alvo com a imagem da presidente Dilma, qual  mentira praticou o jornal em plubicar qual é a ideologia dos delegados da PF? Foram eles que se exporam primeiramente…. E a realidade do que é a força-tarefa da Operação Lava Jato deve ser bem pior do que sonha nossa vã filosofia.

  3. Hipocrisia

    Não deixa de ser interessante como a PF assume publicamente que é partidária, que não dá a mínima para as leis e vai perseguir quem por acaso atravessar no seu camnho obscuro.

    O delegado está sendo investigado, porque na teoria, passou aos jornais, desvios de conduta de delegados que estavam em sites de acesso público.

    Os delegados foram então taxados de dissidentes. Dissidentes da quadrilha partidarizada?

    Foram acusados de pagar para que o jornal publicasse. Por acaso isto é normal na Lava Jato? Se não, de onde veio a desconfiança? As hipocrisias contra Lula foram pagas?

    Este país necessita urgente de um “paredón”.

  4. Fora golpistas ditadores! Vai

    Fora golpistas ditadores! Vai contar estória prá boi dormir prá suas mães! Piquem o dossiê e enfiem um pouco no rabo de cada um! Abaixo a ditadura! Fora golpistas!

  5. E SE O MÁRCIO THOMAZ BASTOS NÃO MORREU NATURALMENTE?

    Quem poderia responder tal pergunta após ler essa postagem do Marcelo Auler? Seria ele o chefe dos dissidentes?

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