Em possível divergência à Gebran, desembargador paralisa processos no TRF-4

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Victor Laus, João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF-4
Turma que revisa a Lava Jato de Moro – Montagem: JC Online – Fotos: Sylvio Sirangelo/TRF-4 
 
Jornal GGN – A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que revisa as decisões de Sérgio Moro, da primeira instância, na Lava Jato não é de toda unanimidade. Se para muitos dos casos, o relator João Pedro Gebran Neto é condescendente com Moro, contrariedades também aparecem quando se tratam de outros desembargadores. 
 
É o caso do desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus, que paralisa hoje recursos de nada menos que 12 réus da Operação Lava Jato. Após Gebran concordar com a condenação de sete investigados e querer aumentar a pena para cinco deles, Laos seria o segundo a votar e pediu vista dos processos.
 
Entre os alvos da revisão ou confirmação das penas estão o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e um dos herdeiros da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes. Gebran quis aumentar a pena para este último e também para Rogério Cunha de Oliveira, Alberto Elísio Vilaça Gomes, João Procópio de Almeida Prado e Waldomiro de Oliveira.
 
Eles foram condenados há mais de um ano e meio, em novembro de 2015, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, sendo denunciados ainda na sétima fase da Lava Jato. Entre os contratos apontados como fonte de ilícitos estavam as obras da Refinaria de Paulínia, da Refinaria Getúlio Vargas, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, do Terminal Aquaviário Barra do Riacho, da Refinaria Gabriel Passos e dos Terminais Aquaviários de Ilha Comprida e Ilha Redonda.
 
Entretanto, a decisão de Moro e de Gebran não podem ser acertadas enquanto o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus não libera o seu posicionamento, após o pedido de vista.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. São diferentes as lojas da irmandade.

    Acontece que todo o magistrado é, por decisão própria indicativa de suas fragilidades humanas, ou por não resistir ao assédio da irmandade, pelas mesmas razões, membro de alguma loja ma$$onica. E as ma$$onaria$$ são, como dizia Jesus Christo sobre o Reino de Deus, uma casa de várias moradas. E em cada morada, cada irmão quer puxar a sardinha para o lado que melhor lhe convèm. Aí fica esse puxa e encolhe, a mercê de interesses corporativos e econômicos de grupos e o interesse público e as leis são os primeiros a serem postos de lado.

  2. Não está sendo fácil a vida

    Não está sendo fácil a vida dos desembargas-quartanistas, principalmente, após darem “livre trânsito” ao desM em suas exceções jurídicas-golpistas. Agora, esse desembargador, parece, não está querendo continuar essa linha “caçador” do cumpadre-gebran. Tomara!

  3. Há juízes em Berlim

    Acredito na independência de todos os juízes brasileiros. Não acredito que julguem para aparecer no Jornal Nacional em busca de 15 minutos de duvidosa fama. Eles têm responsabilidade, inclusive para evitar o avanço do fascismo. O filme “O Julgamento de Nuremberg” mais antigo, em preto e branco, mostra o julgamento de juízes do III Reich, que decidiam para agradar o “clamor das ruas” e o Poder Midiático da época. Quando passou o fuzuê, foram processados e condenados. É preciso ter a História na mente, a independência na mão.

  4. Lambança de Moro é oportunidade p/inteligentes se consagrarem
    Ironia do destino: Lambança de Moro dá a chance de se consagrarem simplesmente fazendo a coisa certa. Primeiro nos meios jurídicos, corrigindo coisas até primárias como condenação apenas na base da delação premiada. Depois podem até se consagrarem perante o grande público, fora dos meios jurídicos. Moro precisava condenar Lula para ficar famoso. Agora o que daria fama mundial a um desembargador seria absolvê-lo, pois se simplesmente confirmarem a sentença, apenas darão mais fama à Moro. E nunca foi tão fácil absolver, pois basta fazer a coisa mais simples do mundo e que juraram fazer quando se formaram: Justiça. Apenas não sou tão otimista a ponto de esperar que isso vá acontecer antes de 2018 e nunca subestimo a capacidade de pessoas (inclusive do judiciário) fazer m… condenando antes, apenas para inabilitar a candidatura.

  5. Projeto de ditadura do Judiciário prestes a ser enterrado:

    Globo vs. Temer: o exemplo mais ilustrativo da tragédia brasileira

    Por Romulus

    A Globo nunca ficou do lado perdedor…

    Assim, em constatando a derrota final dos Procuradores, não hesitará 2 segundos antes de jogar o PGR Rodrigo Janot e o MPF ao mar…

    À Globo, no curto prazo, basta que siga a Lava a Jato de ~Curitiba~…

    (que visa exclusivamente a Lula e ao PT!)

    É verdade que o “passo maior que as pernas” – a guerra total contra ~toda~ a classe política tocada pela Lava a Jato de ~Brasília~ – animou a Globo (e a Finança) num primeiro momento…

    Afinal, a implantação da “Noocracia (escamoteada!)/ “‘Democracia’ à iraniana” no Brasil – seu projeto de longo prazo – estava a apenas um passo…

    Mas aí…

    Chegou o Ortega y Gasset e estragou a “festa”:

     

    “Entre o ser e o crer que já se é…

    … vai a distância entre o sublime e o ridículo”

     

    – Certo, Globo/ MPF/ Janot??

     

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