Hackers de verdade ficariam ofendidos com os “arararraquers”

Os hackers que entraram para a história demonstraram ser pessoas habilidosas e com curiosidade e competência para atuar nas redes. Mesmo os que foram punidos, jamais chegaram perto de receber a sanção que a PF ameaça dar aos presos na Operação Spoofing

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Cora Ronai divulgou artigo em O Globo de segunda (29) lembrando de hackers que marcaram a história da internet. Eles ficariam “mortalmente ofendidos” se soubessem que a Polícia Federal e Sergio Moro, na Operação Spoofing, consideram os 4 hackers de Araraquara (SP) perigosíssimos para a Nação.

Hackers, no início dos tempos de popularização da internet (lá pelos anos 1980), eram pessoas habilidosas com extrema curiosidade sobre o funcionamento da rede. Algumas ações que foram consideradas criminosas e punidas na Justiça foram, a priori, tentativas de descobrir falhas, por exemplo.

“Hacker era, por exemplo, Robert Morris, que estava estudando em Cornell quando infectou parte da internet com o primeiro worm de que se tem notícia. Um worm é um programa malicioso que se instala nos sistemas e se multiplica sozinho, hoje em geral com o intuito de roubar dados dos usuários. Em 1988, a ideia de Morris era descobrir o real tamanho da internet – mas um erro no seu script derrubou quase seis mil computadores, o que, na época, correspondia a dez por cento de toda a rede”, lembrou.

“Morris foi a primeira pessoa processada e condenada pelo então recente Computer Fraud and Abuse Act.  Prestou 400 horas de serviço à comunidade e pagou uma multa salgadíssima, mas hoje é professor titular de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação no MIT”, acrescentou.

Enquanto isso, aqui no Brasil, a invasão de celulares de autoridades pelo grupo de hackers de Araraquara faz a PF considerar um tempo de prisão que beira os 70 anos. É o que informou o jornal O Globo nesta terça (30): que o enquadramento penal será utilizado, contrariando jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para assustar o suspeito Walter Delgatti e fazê-lo colaborar com os investigadores, confessando mais detalhes sobre suas invasões.

Redação

5 Comentários

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  1. Acreditar que os tais hackers de Araraquara foram capazes de dar conta do imenso material recebido pelo Intercept, sobre o criminoso moro e sua gangue, é piada pra fazer qualquer um explodir de tanto rir.
    Um indivíduo hackear mais de mil telefones em um mês ou coisa que o valha, francamente, deve equivaler a uma em cem milhões de possibilidades, e o relato de diversos especialistas confirma isto, tanto que nenhum deles sequer sugeriu o sucesso de nenhum dos tais hackers caipira.
    Os tais hackers de araque não passam de “bois de piranha”, pois se fazem necessárias aquelas confissões retiradas a fórceps, a especialidade do criminoso moro e seus parceiros. Os inocentes de Araraquara ainda terão um longo caminho pela frente.

    1. AMachado, a fonte de “mil telefones” ABSOLUTAMENTE nao veio de ninguem alem do corrupto MINISTRO da justica Sergio Moro, que ainda AVISOU criminosos e OS PROMETEU APAGAR PROVAS. Antes de qualquer apuracao…

  2. E COMECOU A GIGOLAGEM…

    ONDE EH QUE EU JA VI ISSO ANTES?????

    ( No mais, o verbo “to hack” significava originalmente “improvisar com quase nada de recursos aas maos”; eram computadores de 4-bits –quando sofisticadissimos– e com pouquissima memorial RAM, nenhum ROM, e “memorias e instrucoes” em cartoes de papel perfurado -bem mais tarde, os carissimos tapes magneticos dos “supercomputadores” dos anos 60 se baratearam o suficiente pra “todo mundo” coff coff sacramentar a palavra.)

  3. Acho que está na hora da sociedade pensante começar a fazer manifestações, não mais pelo afastamento do trio Moro, Dalagnol, Bolsonaro, mas, sim, pela prisão da quadrilha toda, incluindo os filhos e o Queiroz…

    Apenas um adendo, após as declarações de Bolsonaro, ontem, a cusparada no rosto dada por Jean Willys está mais do que justificada…

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