JP Morgan se envolve em novo escândalo na Ásia e está sob investigação nos EUA

Banco se envolve em novo escândalo de contratações ilegais na Ásia

Do Jornal GGN – Uma investigação colocou o JP Morgan Chase na mira do governo dos EUA (Estados Unidos). O banco é acusado de contratar filhos de oficiais chineses ou pessoas com “relações de negócios com certos clientes” para conseguir informações e pequenas vantagens na hora de fechar negócios com governos estrangeiros. Mas a conduta quase banal pode simplesmente violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior.

Segundo o jornal The New York Times informou na edição desta quarta-feira (4), o JP Morgan adotou um programa chamado Filhos e Filhas que, inicialmente, evitava o favoritismo para os filhos dos funcionários, mas se transformou em um meio para reduzir requisitos de contratação – especialmente na China. De acordo com a Bloomberg, uma planilha interna que surgiu na investigação conecta certas contratações a negócios que estão sendo “perseguidos” pelo banco. A questão que fica é sobre quais seriam esses benefícios explícitos em troca da conquista do contrato.

O banco não foi acusado de violação, e está cooperando nas investigações. Mas ninguém se surpreende que a trilha traçada nas empresas familiares é uma forma de conseguir favorecimentos. O chamado Foreign Corrupt Practices Act, que incide sobre o suborno de funcionários estrangeiros, já se encaixaria caso a empresa tivesse concordado em contratar o filho de alguém em troca de começar um negócio a partir de uma entidade controlada pelo governo. 

Explicações

Em 2011, um caso semelhante ocorreu com a Tyson Foods, que contratou esposas de funcionários do governo mexicano, violando a lei. Agora, o banco precisa provar que queria apenas construir relacionamentos e que a contratação de verdadeiros “príncipes chineses” foi coincidência ou real necessidade, dentro do cargo que ocupam.

A lei federal norte-americana proíbe o oferecimento de presentes para um oficial “para ou por causa de qualquer ato oficial.”. O Supremo Tribunal já rejeitou a interpretação do governo de uma gratificação a um funcionário por serviço prestado. Em vez disso, o tribunal exigiu que a gratuidade fosse um exercício específico da autoridade governamental. Já para os analistas, o governo dos EUA pouco se importa sobre algumas contratações questionáveis – mesmo que essas pessoas fossem menos qualificadas do que outros candidatos. E não vai entrar em uma briga sobre quem tinha as credenciais necessárias para trabalhar no mercado financeiro. 

Ainda assim, a abrangência da lei de suborno no exterior coloca o JPMorgan – e, sem dúvida, outros bancos de Wall Street envolvidos em práticas semelhantes – em uma posição difícil. O governo deve olhar como um padrão de má conduta. Não é a primeira vez que o banco se envolve num escândalo de proporções globais. O JP Morgan ainda luta, por exemplo, para se explicar sobre os lastreados em hipotecas e as perdas em Londres, recentemente. Nada que mais uns milhões de dólares não possam “esclarecer”.

Redação

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