Martinho da Vila pede para visitar Lula em Curitiba

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da Revisa Fórum

O cantor Martinho da Vila formalizou, nesta segunda-feira (23), um pedido para visitar o ex-presidente Lula, preso desde o dia 9 de abril na superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

O pedido do cantor foi encaminhado à juíza Carolina Moura Lebbos, da 12.ª Vara Federal. Lebbos, ao longo das últimas semanas, vetou a visita de inúmeras lideranças políticas e amigos de Lula, entre eles, a ex-presidenta Dilma Rousseff, o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, o teólogo Leonard Boff e parlamentares petistas e de outros partidos.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. A mereta não abre nem para um caminhão carregado de navalhas

    A testa de ferro só vai abrir quando vier ordens lá de cima do Trópico de Câncer

  2.  
    NAS ARCADAS (FACULDADE DE

     

    NAS ARCADAS (FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO), RUI BARBOSA DEFINIU:

    “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade… Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real”

    Já Aristóletes (384 a.C a 322 a.C) dizia que:

    “A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais.

    (…) Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”

    A Lei vale para todos.

    Não obstante, há de se convir que Lula é um preso desigual, marcadamente desigual: ex Presidente da República, uns do melhores, maiores e mais queridos Presidentes do Brasil (para não se afirmar como o melhor, maior e mais querido). Pacifista, não apresenta periculososidade alguma. Não há justificativa para se lhe restringir o direito às visitas.

    Não se olvide, ainda, as sérias dúvidas que restaram sobre sua responsabilização (abstraindo-se de que se tratou de um processo e condenação política).

    Só o ódio, a parcialidade e perseguição justificaria não tratá-lo como desigual.

    Atua mal – se judica – a “juiza” das Excuções de Curitiba.

    No Tribunal de Haia, a Deusa da Justiça não usa vendas. A juíza de piso de Curitiba usa uma venda bem grossa e larga que não lhe permite ver o “óbvio ululante”, na expressão de Nelson Rodrigues. 

  3. O Brasil que nos orgulha

    Uma carta de Abdias  Nascimento, artista e militante afro-brasileiro (em suas palavras), ao presidente Lula, em comemoração ao Dia da Consciência Negra de 2007. Do site do Geledes:

     

    “Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2007.

    Sua Excelência, nosso querido Presidente Lula,

    Saudações quilombistas no Dia Nacional da Consciência Negra.

    Tenho recebido das mãos de Vossa Excelência honrarias que muito me orgulham, e que recebo em nome do povo afrodescendente deste País, pois entendo que os méritos a ele pertencem. Por isso não poderia deixar de me manifestar no dia de hoje ao povo negro, a todo o povo brasileiro, e a nossos governantes, na pessoa de Vossa Excelência, pois a felicidade do negro, como disse o poeta, é uma felicidade guerreira.

    Ao tempo que muito me alegram e me honram a outorga da Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural, e a minha inclusão na mais alta classe da Ordem do Rio Branco, observo que as desigualdades raciais no Brasil continuam agudas e profundas. Diariamente recebo notícias de pesquisas quantitativas que confirmam este fato. Só no dia de hoje, por exemplo, soubemos por pesquisadores da UFRJ que as principais causas de mortalidade de homens negros são violentas, como homicídios, enquanto os brancos morrem mais por doenças. Ainda hoje também, soubemos que a Fundação SEADE concluiu que brancos ocupam quatro vezes mais cargos executivas que negros.

    Setores poderosos detentores dos meios de comunicação de massa no país estão deflagrando uma campanha no sentido de desacreditar essas estatísticas e vilipendiar aqueles, como Vossa Excelência, que pensam na necessidade de políticas públicas de combate a essas desigualdades. Novamente nos acusam de racismo, usando o falso argumento de que o critério de análise dos dados, e não a realidade social, causa divisões perigosas em nossa sociedade. Há décadas os intelectuais negros afirmam que raça nada tem a ver com biologia ou genética, mas que como categoria socialmente construída é uma dura realidade discriminatória baseada em características de aparência e fenótipo.

    Senhor Presidente, suas recentes visitas à África somadas a outras iniciativas como a promulgação da lei 10.639/03 e a implantação da política de cotas reparatórias nas universidades têm propiciado um novo clima que permite debater questões sérias que vinham sendo ocultadas ou negadas pelas elites entrincheiradas no mundo acadêmico e no universo da mídia. Ora, diante de um momento tão encorajador, fomentam, com crescente agressividade, essa campanha desestabilizadora da sociedade, em que a desinformação deliberada rivaliza com a malevolência racista, e que objetiva intimidar todo um povo e enganar toda uma nação.

    Assistimos como, na casa dos representantes do povo, após receber com grande repercussão os porta-vozes dessa campanha, se mandou “calar a boca” aos negros que usaram de seu legítimo direito democrático de apresentar as suas demandas. Assusta pensar que legisladores capazes de semelhante agressão se pronunciarão, daqui alguns meses, sobre o Estatuto da Igualdade Racial, cujas propostas abrem novas perspectivas para melhorar as relações sociorraciais e trazer um vento de esperança à população negra preterida.

    Senhor Presidente, hoje a Ministra da SEPPIR, nossa querida Matilde Ribeiro, irá lhe apresentar o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, fruto de todo um processo de coordenação de deliberações para a construção dessas políticas públicas. Venho hoje lhe convocar a não esmorecer na sua decisão de implementá-las, pois nossa população aguarda políticas efetivas, o que significa investimento de recursos.

    Há muito tempo os economistas comprometidos com o povo brasileiro vêm falando que o nosso país precisa crescer, para valer, para absorver as legiões de jovens que, a cada ano, procuram ingressar no mercado de trabalho. Estamos acumulando décadas perdidas com a falta de desenvolvimento econômico intensivo em emprego, com a transversalidade de raça e gênero, associada à redução do papel do Estado na área social. Como conseqüência, os problemas sociais vêm atingindo patamares perigosos. Haja vista a violência em nossas cidades que alcança índices de genocídio entre a juventude negra e favelada.

    Reconheço o grande avanço que significa a Lei 10 639/2003, que visa fazer o resgate de nossa história e de nossa memória e torná-las patrimônio cultural de todo o povo brasileiro, mas tenho que elevar a minha voz para dizer que esta lei não está sendo cumprida, ou tem a sua implementação dificultada, por todos aqueles que não querem mudanças nas relações de dominação racial em nosso país.

    Reconheço o avanço contido no Programa Brasil Quilombola, e lhe convoco a continuar investindo cada vez mais nesse setor, apesar da campanha de mídia que caracteriza sua ação como criminosa e racista, no intuito de desmoralizá-la e favorecer os interesses fundiários estabelecidos. Deflagra-se, ainda, uma onda de violência, também no intuito de favorecer tais interesses, em que hoje morreu um quilombola no estado do Espírito Santo. É preciso continuar: demarcar, desapropriar, e fazer valer os direitos das comunidades quilombolas contra as ameaças constantes de despejo de seus territórios. Não podemos, com coerência, celebrar Zumbi do Quilombo dos Palmares, herói nacional, enquanto as populações dos quilombos do Brasil são agredidas e têm seus direitos desrespeitados!

    Aliás, na qualidade de co-fundador e ex-presidente do Memorial Zumbi, movimento da sociedade civil que conduziu à criação da Fundação Cultural Palmares e à desapropriação das terras da Serra da Barriga, venho lhe indagar como, no ato cívico realizado nas terras de Palmares, faltaram as bandeiras do Brasil, do Estado de Alagoas, e do Município de União dos Palmares. Trata-se de um simbolismo fundamental. Esta data, esta luta e essas políticas públicas são bandeiras do Brasil e de seus governos locais e estaduais, não só dos afrodescendentes!

    Finalmente, quero dizer que tenho fé nas forças que querem transformar o meu país. Também nutro a convicção maior de que as energias que brotam do coração de Zumbi dos Palmares e de todos os nossos ancestrais ampliarão, cada vez mais, a consciência negra neste país. De negros e de brancos que sonham o sonho bom da liberdade e da justiça.

    Por isso as saudações quilombistas: trata-se de uma proposta para a Nação. Zumbi vive em nós, homens e mulheres da resistência anti-racismo e da construção de um Brasil justo e democrático. Axé!

    Abdias Nascimento

    Professor e militante do movimento social afro-brasileiro”

     

    (https://www.geledes.org.br/carta-de-abdias-nascimento-ao-presidente/)

     

    Essa carta foi escrita quando ele tinha 93 anos.

    Entrevista no programa Espelho – parte 1 [não encontrei o vídeo original com melhor definição de imagem] 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=fvSvdDwvVaw%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=fvSvdDwvVaw

     

    Entrevista no programa Espelho – parte 2 [não encontrei o vídeo original com melhor definição de imagem] 

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=2nhwGPp0Pe0%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=2nhwGPp0Pe0

     

    Entrevista no programa Espelho – parte 3 [não encontrei o vídeo original com melhor definição de imagem] 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=Rm49WLD1e7k%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=Rm49WLD1e7k

    LULALIVRE!  

     

    Sampa/SP, 24/04/2018 – 23:55 (alterado em 25/04/2018 às 00:04). 

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