Boas férias e boas leituras

Boas férias e boas leituras

Para quem vai gozar férias nos próximos meses e pretende algumas dicas de leitura, faço uma pequena lista – relacionada, é claro, com a proposta deste blog.

LISTA N. 1 – PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO COMPREENSÃO DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO

a) “Anti-Düring de Engels” –  é delicioso ver Engels escrever, ora uma escrita plena de ironia refinada, ora destilando o veneno diretamente contra a obra de Düring. Destaco a parte do texto chamada “negação da negação”. Espetacular!

b) “Luwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã” – aqui fica bem clara a distinção entre o materialismo e idealismo. Mais nítida ainda a primeira aproximação de Marx com Feuerbach e a forma como se deu a superação do materialismo marxiano.

LISTA N. 2 – PARA UMA LEITURA DE “O CAPITAL” (LIVROS INTRODUTÓRIOS)

a) “Para Entender o Capital” – Livro I de David Harvey – O início do texto, em alguns instantes, mais dificulta do que facilita a compreensão da noção de valor, mas avançando percebe-se que a obra é incrivelmente didática. Ficam apenas duas observações: a) a noção de mais-valia relativa carece de outras explicações mais detalhadas, deixando, a meu ver, a desejar. É mais fácil entender o tema na obra de Marx do que na de Harvey, já que a segunda me pareceu incompleta na explanação do tema; b) em relação à questão da acumulação primitiva, a inovação pretendida por Harvey, segundo o autor a partir de Rosa Luxemburgo, não me convenceu ainda totalmente. Mas vale a pena conferir, trata-se de uma inovação que considera a possibilidade de acumulação primitiva presente em concomitância com o próprio capitalismo.

b) “Ler o Capital – Vol II” – o livro contém textos de Louis Althusser, Étienne Balibar e Roger Establet. Os mais festejados são os dos dois primeiros.

c) Marx, Manual de Instruções de Daniel Bensaïd – Na verdade, este texto é bom não apenas para compreender melhor O Capital, mas dá um visão simples (sem ser simplista) e global da obra de Marx. Às vezes, pode-se discordar de algumas interpretações feitas por Bensaïd, mas o texto é bastante fácil e esclarecedor. As ilustrações de Charb são o máximo!

Por fim, levarei para as minhas férias, além de alguns dos livros anteriores, outros de um escritor que está me fazendo redescobrir o prazer pela literatura. Confesso que depois de, na juventude, ter lido de forma exaustiva uma incontável quantidade de clássicos – com destaque para a obra de Machado de Assis, pela qual sou simplesmente apaixonado -, me decepcionei com vários autores da atualidade. Nesta descrença, me aventuro aqui e acolá em algum texto, que logo me frustra. No entanto, resta uma esperança chamada Mia Couto. O cara é demais! “Um Rio Chamado Tempo”, “Uma Casa Chamada Terra” remonta a uma literatura de quem realmente sabe o valor das palavras. Fica também esta dica.

Diante da turbulência de final de ano e das férias de janeiro, somente voltarei a me comunicar com vocês em fevereiro. Boas festas, bom ano, boas férias e lembrem-se sempre: há braços.

Redação

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