A enquete sobre o Código Florestal

Nassif, tá rolando uma enquete na Câmara sobre o Código Florestal.

Vamos lá votar, pessoal!

O bom senso prevalece neste exato momento, 05:50h, terça, 10 de maio.

O Brasil (ou uma grande parte dele que começa a se manifestar…) está com o CF e o Drummond!

Abraços, Gustavo Cherubine.

http://www2.camara.gov.br/agencia/

Código Florestal 

Resultado Parcial

Você acha que o projeto que altera o Código Florestal (PL1876/99) deve ser votado nesta semana?  

Sim, porque, se não for alterada a lei atual, agricultores poderão entrar na ilegalidade a partir de junho.

25% (81 Votos)

Não, porque um tema complexo como este precisa de maior debate, para evitar que a lei aprovada seja questionada na Justiça.

75% (249 Votos)

330 pesquisados registrados.

http://emversoeprosa.blogspot.com/2011/05/drummond-e-o-codigo-florestal….

Monday, May 09, 2011   Drummond e o Código Florestal


O que diria Drummond, ou melhor, já disse, sobre a absurda alteração do Código Florestal:

Sem o lirismo das orquídeas,
Sem o charme decorativo das samambaias,
Nua de liquens e bromélias do litoral,
A mata da Caratinga, protegida dos ventos,
Espera de nós
A proteção maior contra o machado,
A serra mecânica, o fogo.

De cada cem árvores antigas
Restam cinco testemunhas acusando
O inflexível carrasco secular.
Restam cinco, não mais. Resta o fantasma
Da orgulhosa floresta primitiva.

Na mata de caratinga,
Tem paca, tem capivara,
Tem anta e mais jacutinga,
Tem silêncio tem arara,
E nas ramarias densas
De suas copas imensas,
Paira um segredo mineiro
Que dura um século inteiro…

Uma espuma de azul bóia nas névoas da altura,
Um resto de sonho perdura na resina dos caules.
Manhã-quase-manhã, a terra acorda
Do seu sono de perfumes e lianas.

No esforço de fugir à mata obscura,
Bromélias em família buscam luz
E em suas folhas uma gota d’água,
Puro diamante líquido, reluz.

Do japuaçu
No alto da embaúba
Me deixa intrigado.
Ele ri de Quê?
Da mão que derruba
Seu ninho cuidado?
Vou adivinhar:
Se a ave ri, coitada.
É que, por destino,
Não sabe chorar.

A água serpeia entre musgos seculares
Leva um recado de existência a homens surdos
E vai passando, vai dizendo
Que esta mata em redor é nossa companheira,
É pedaço de nós florescendo no chão.

Que rumor é esse na mata?
Por que se alarma a natureza?
Ai…é a moto-serra que mata,
Cortante, oxigênio e beleza.

Não, não haverá para os ecossistemas aniquilados
Dia seguinte.
O ranúnculo da esperança não brota
No dia seguinte.
O vazio da noite, o vazio de tudo
Será o dia seguinte.

Carlos Drummond de Andrade.

Luis Nassif

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