Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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A fauna e a flora da caatinga na música nordestina

Por Luciano Hortencio

Sei que não estou trazendo novidade nesse post. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, Patativa do Assaré e muitos outros artistas nordestinos já compuseram peças memoráveis em louvor à nossa flora e fauna, tanto em homenagens explícitas, quanto em referências.

Acontece que ouvi de determinado cidadão que a música do nordeste é tão somente  de duplo sentido e fui dar uma checada, por honra da firma. Esclareço que não tenho nada contra o duplo sentido, desde que seja inteligente e engraçado, sem resvalar para o mau gosto e pornografia.

Ontem passei o dia ouvindo alguns discos do Abdias da Sanfona, nosso querido Abdias Filho. Através dele respondo ao incauto cidadão, que diz o que sabe, mas não sabe o que diz.

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

27 Comentários

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      1. Grato, Luciano!

        Que grata surpresa, seu Luciano! Muito obrigado!

        “Consertão, um passeio musical pelo Brasil”, com Elomar, Moreira Lima, Paulo Moura e Heraldo do Monte, faz jus ao nome, e talvez seja um dos mais belos discos de nossa fonografia. Embora eu seja suspeito para falar (http://peregrinosdosertaoprofundo.blog.br/).

        Finalmente, mantendo o princípio da dádiva (dar-receber-retribuir), e sendo eu assim meio vaqueiro, te ofereço de volta esta história de vaqueiros, de Elomar, pela voz e violão de seu primo, Xangai.

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=hMqWafyctZk%5D

        1. Se alguém me falasse nessa coincidência,

          eu não acreditaria… rsrs

           

          peregrinos do sertão profundo: o blog

                Peregrinos do sertão profundo reúne o acervo da pesquisa dedicada à obra de Elomar Figueira Mello, realizada por André-Kees de Moraes Schouten entre os anos de 2003 e 2005, junto ao Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo, resultando na dissertação de mestrado intitulada “Peregrinos do sertão profundo: uma etnografia da música de Elomar Figueira Mello” (2005), publicada na forma de livro pela editora Annablume (2010) em coedição com a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Apesar de homônimo à dissertação e ao livro, este blog, de interesse estritamente acadêmico, procura oferecer aos estudiosos e apreciadores da obra do compositor o acesso gratuito a todo aquele material “empírico” colhido ou produzido ao longo da pesquisa, bem como as primeiras elaborações feitas a partir deste, na tentativa de oferecer ao leitor daquele trabalho vislumbres da oficina de sua escritura, de certo modo permitindo a ele  retraçar de que maneira os elementos brutos colhidos em campo foram sendo selecionados e combinados ao longo do tempo, até cristalizarem-se no texto final.

           

          1. Coincidência?!

            Então aqui vai outra: sendo eu meio cearense, meio holandês, nascido no Rio de Janeiro, criado nos interiores do nosso país e, desde 1996, sujegado no Sumpaulo, a gente é quase conterrâneo!

            Saudações sertanezas, e obrigado pela divulgação!

          2. Você me pegou!

            Ei, macho! Nessa você me pegou! Não conhecia este Lenine, não… Que bela interpretação de Campo Branco! Gradicido.

            Já ouviste o disco de João Omar, Ao Sertano, com peças para violão de seu pai, Elomar? Achei esta amostra que ele disponibilizou no youtube.

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=mn7jESHNIV0 align:center]

  1. Advogado das Bestas!

    O pobrezinho do Jumento tem apelido que não acaba mais: Babau, Gangão, Breguesso, Fofa-chão, Imagem do cão, Musgueiro, Corneteiro, Seresteiro, Sineiro, Relógio, Astronauta, Professor,Eestudante… Advogado das Bestas.

    [video:https://youtu.be/QBf9H1zCmBU width:600]

    Ah! É chamado de estudante, porque quando o estudante não sabe a lição na Escola, o professor grita logo: – “Você não sabe, porque você é um Jumento!” E o estudante pra se vingar botou o apelido no Jumento de Professor… porque o Professor ensina a ler de graça! Pois, sim! Quem ensina a ler de graça é o Jumento. ‘mô fíi”! É assim: A, E , I , O, U, U… Pissilone… Pissilone… Pissilone… Pissilone… Pissilone…  Pissilone… Só não aprende a ler quem não quer!

     

  2. Valeu, Luciano!

    Viva o duplo sentido, o triplo e os múltiplos sentidos. Sinal de inteligência cultural e de vida da linguagem. Seguem alguns outros exemplos das metáforas vegetais e animais do nosso cancioneiro popular, e não só do Nordeste. Por exemplo, já começo com a catira paulista “Pau comprido e buraco fundo”, com Vieira e Vieirinha, que aliás apresenta um verso parecido a um de “Quelemeu”, do folclore pornô do Norte de Minas, imortalizada no ótimo filme Cabaret Mineiro, de Carlos Alberto Prates Correia, canção  de um sentido só.Tirem as crianças da sala, ao ouvir…

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=wIAXbp7eCFE%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=vUJomfmgjPQ%5D

     

  3. O xique-xique eh barbaro, e

    O xique-xique eh barbaro, e parece delicioso:  comestivel?

    A flor amarela me lembra de flor de couve -aos 56 anos, a  vi pela primeira vez no meu quintal.  Voce provavelmente sabe mas alguem mais sabia que a vagem de couve eh…  quadrada?

      1. Luciano, prickly cactus

        Luciano, prickly cactus tambem eh comida de gado exceto pelo fato de ser delicioso!  E um dos drinks mais caros que eu ja tomei na vida (9 dolares) era feito com fruta desse cactus!

        https://en.wikipedia.org/wiki/Opuntia

        Os mexicanos o fazem -espinhos devidamente cortados- com limao e sal numa chama, sem nada mais.  No Brasil, ninguem sabe que eh uma delicia tampouco.

        E…  e eu que conheco o nome e nao sabia o que era o “xique xique” da “boutique dela” ate hoje?!

  4. Animalesco Lulu

     

    Você é tão estimado nas bandas de cá, que terei o prazer, quase sexual, em amarrá-lo numa das colunas de aço do velho Coliseu Mineiro, da cidade de Rio Vermelho, nas Gerais,

    Só pra curtir a sua viração de jantinha de pulgas, ratos e baratas mineiras “até dizer que chega”.

    Te cuida Véim folgado!

  5. Merci Luciano

    Bonsoir Luciano (en France, il est 19 heures)

    Je vous remercie beaucoup pour tous ces généreux partages et cette délicate attention.

    Je vous souhaite une belle journée ensoleillée. François.

  6. A beleza na musica nordestina

    So de ver os cajuzim madurim, que vontade me da de um docim……..  E que sanfona boa a do Abdias. Essa questão de musica… ai eu lembro do “Baixo” (que tristeza me deu a morte dele), nos mostrando que musica boa é aquela que a gente ouve e gosta, não é… Ainda que a Arte seja outra coisa, tão discutivel. E quantas pérolas aos porcos jogamos. Mas você tem feito muito bem, educado os ouvidos.

    Ah, sim, seu Lulu: eu não ronco não e nem sou preguiçosa, mas adoro pegar no seu pé, veim do Ceara 🙂

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