A redução do teor de enxofre na gasolina

Por Diogo Costa

Uma excelente notícia para a saúde pública e para o meio ambiente do Brasil terá início daqui a vinte dias. Trata-se do cumprimento antecipado da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 415, de 24 de setembro de 2009, e da Resolução 40/2013 da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Na prática isto significa que a partir de 1º de janeiro de 2014 (menos de três semaninhas…) estará liquidada a gasolina comum e teremos somente gasolina aditivada nos postos de combustíveis. O preço ficará um pouco mais salgado, sem dúvidas, mas os benéficos efeitos hão de fazer valer a pena esta corretíssima medida implementada pelos governos de Lula e Dilma.

Obs 1.: Esta importantíssima notícia é de 30 de outubro de 2013, mas passou em brancas nuvens no noticiário nacional.

Obs 2.: O que dirão agora os “analistas” e profetas do apocalipse sobre o governo federal que, segundo eles, “não se preocupa” com o meio ambiente?

Da ANP

GASOLINA BRASILEIRA TERÁ TEOR DE ENXOFRE REDUZIDO A PARTIR DE 2014

A partir de 1º de janeiro de 2014, a gasolina comum comercializada em todo o território nacional terá o teor de enxofre reduzido para 50 mg/kg em substituição aos 800 mg/kg atuais. A medida da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista na Resolução 40/2013, publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU), reduzirá a emissão de enxofre na atmosfera em 94%, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar e para a diminuição de doenças respiratórias.

O aumento da qualidade da gasolina comum também melhora o desempenho dos motores automotivos, reduzindo os custos de manutenção e aumentando a durabilidade. 

As novas especificações das gasolinas de uso automotivo permitem antecipar o cumprimento, para toda a frota circulante no país, das determinações da etapa L-6 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), conforme estabelece a Resolução CONAMA nº 415, de 24 de setembro de 2009, que determina os limites máximos de emissão de poluentes para veículos leves do ciclo Otto.

Redação

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Correção

    Diogo, há uma incorreção técnica na sua explanação. A gasolina comum irá continuar com as mesmas características fisico químicas exceto pela diminuição do teor de enxofre, um composto corrosivo para os motores e para as pessoas ao respirarem ele no ar… Na realidade o enxôfre livre já era retirado antes por meio de “lavagens” com soda cáustica, DEA, etc. e atendia a legislação anterior que pedia 800 ppm (partes por milhão) na gasolina e no diesel. Com as novas exigências ambientais vindas dos países centrais, foi implementada a exigência de 50 ppm tanto na gasolina quanto no diesel, e para isso a Petrobras teve que contruir unidades próprias (e grandes) para a tarefa. Louve-se como “ponto” para a empresa, que são unidades caras e que não trazem quase lucro algum, visto o enxôfre livre retirado ser pouco e trazer pouco dinheiro. Ficou tudo na conta (e balanço) da empresa desses últimos anos e ela segue na política do governo de usa-la como estatal de fato, comprando o que for possível no Brasil, desde que o lucro se mantenha.

    Quanto a “gasolina aditivada”, ela possui o adicionamento de um detergente que ajuda na descarbonização e limpeza das partes internas dos motores, sem nenhum ganho de desempenho ou mudança no poder detonante… Ela deve ser usada aproximadamente na proporção de um tanque para cada três de gasolina comum.

    Um abraço.

    1. Perfeita Correção

      Perfeito o seu comentário.

      E vale dizer que as montadoras são grandes beneficiárias destes novos valores de referência para novo combustível.

      Podem se valer de tecnologias menos onerosas para  ter seus produtos dentro das especificações exigidas pela legislação.

      Pode-se falar também que boa parte deste esforço é jogada fora devido a um problema cronico no Brasil: adulteração do combustível vendido ao consumidor.

      Quanto à Petrobrás, o retrofitamento dos equipamentos que permitem a redução do teor de enxofre esta sim na conta e é devidamente cobrado seja na redução dos dividendos pago aos acionistas seja no aumento do combustível fóssil.

      E vale dizer ainda que em termos de nocividade o diesel é bem pior que a gasolina (ou o álcool, ou etanol como querem hoje em dia).  A emissão de particulados deste é muito superior,  e que os novos padrões de conteúdo de enxofre nasceram na Europa , onde o diesel é majoritariamemte usado, inclusive nos autos de passeio leves.

       

    2. Não pode usar sempre aditivada?

      Os manuais dos últimos carros que tive recomendavam usar aditivada sempre. O correto é só usá-la 25% das vezes?

      Tem certeza absoluta disso?

      Sei que manual de carro é cheio de loucura, pra defendê-los em processos e tal. Mas não esperava por essa.

      1. Ué!

        Bruno, sou apenas um técnico do setor, mas meus “alfarrábios” dizem que não há necessidade de usar o combustível com detergente (e mais caro) todas as vezes… E sigo assim! 

        Um abraço.

  2. E O ÁLCOOL COMO FICA?

    Não sou expert no assunto, mas imagino que com essa melhoria da qualidade da gasolina (menos impurezas), ainda que não represente um aumento na octanagem, penso que a balança vai pender mais um pouquinho para o lado da gasolina, até mesmo antes de chegar aos 70% a divisão do (álcool/gasolina X 100).

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador