A VIDA NO ANO DE 2012

Nasci em família de artistas durante o períiodo da resistência à ditadura e testemunhei o golpe militar de 64. Aprendi a ler na ANTOLOGIA POÉTICA de Mário Quintana aos 4 anos de idade. Lembro que havia livros e discos de vinil que ficavam escondidos em casa, e de me ensinarem que ninguém podia saber onde estavam. Aprendi também que nunca poderia repetir alguns nomes de poetas, autores e até de alguns parentes. Alguns desapareceram e só muitos anos depois soube que foram assassinados pelos militares. Meio século se passou e pude ver a bandeira comunista tremular livremente na Av. Paulista durante a posse do primeiro Presidente representante do proletariado brasileiro. Lamentei que meus pais não viveram para testemunhar este momento, mas eu estava lá. Minha mãe ainda teve o prazer de poder votar no Lula, mas não de vê-lo na presidência. Em meados do tão falado ano de 2012, acompanhei a virada do milênio e todas as profundas transformações que ocorreram neste tão pouco tempo, em todos os setores da sociedade. Reflito sobre isso e escrevo para registrar a queda dos paradigmas do século XX e a definição dos novos paradigmas que vão se estabelecendo nesta primeira década do século XXI.

É este é o conteúdo de meu blog A VIDA NO ANO DE 2012, um registro deste olhar de quem viveu a virada do milênio acordada, prestando atenção, conectada desde a infância a articuladores, filósofos, artistas, pensadores, guerrilheiros, provocadores, contestadores, poetas, idealistas. Eles estão nos campos, no sertão, nos guetos, serenos na sua humildade, observando e ensinando a todos à sua volta a prestarem atenção, a ouvir, a ler, e pensar muito, muito, antes de abrir a boca…

Redação

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