“Fala FADS”, na TV GGN: A ciência e o clima não mentem: tá quente, tá frio, tá urgente!

Programa desta quarta-feira (25/08) aborda relatório do IPCC e as consequências socioambientais do aquecimento global

O recente relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), divulgado em agosto de 2021, mostra dados muito preocupantes sobre as condições de vida no planeta. O que marca essa nova publicação do IPCC é o mais alto nível de confiança nas conclusões dos cientistas até agora.

O novo relatório afirma que há provas inequívocas de que os GEEs (gases de efeito estufa) produzidos por ação humana estão impulsionando uma taxa sem precedentes de aquecimento global. Este aquecimento está alimentando condições climáticas extremas, incluindo ondas de calor, inundações, ciclones e chuvas intensas em todo o mundo, enquanto o oceano está se tornando mais quente, menos oxigenado e mais ácido – com consequências devastadoras para os corais e a vida marinha em geral.

Estamos vivendo em um cenário de mudanças do clima. Também sido chamada de Emergência Climática, uma nova realidade, na medida em que representa uma ação que autoridades, governantes ou cientistas declaram como forma de reconhecer publicamente que o estado atual climático requer novas medidas contra as mudanças climáticas, pois as medidas utilizadas até o momento não estão sendo efetivas para evitar a intensificação dessas mudanças no clima.

Senão vejamos

● A temperatura da superfície global foi 1,09ºC mais alta na década entre 2011-2020 do que entre 1850-1900;

● Os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados desde 1850;

● A recente taxa de aumento do nível do mar quase triplicou em comparação com o período entre 1901-1971;

● A influência humana é “muito provavelmente” (90%) o principal impulsionador do derretimento global das geleiras desde a década de 1990 e da diminuição do gelo marinho do Ártico;

● É “praticamente certo” que extremos de calor, incluindo ondas de calor, tornaram-se mais frequentes e mais intensos desde a década de 1950, enquanto os eventos frios se tornaram menos frequentes e menos graves.

A variação de um ou dois graus a mais de temperatura é algo que altera profundamente o funcionamento do sistema climático do planeta como um todo. As consequências práticas, segundo os cientistas, são o aumento na ocorrência e na intensidade de tempestades, secas, ondas de calor e outros eventos climáticos extremos; derretimento acelerado de geleiras e da calota polar do Ártico; aumento do nível e da temperatura do mar; mudanças drásticas nos padrões de precipitação (chuvas) ao redor do mundo, entre outras. Isso tem implicações importantes para a produção de alimentos, a segurança hídrica, a conservação da biodiversidade, a qualidade de vida nas cidades, a saúde, a produção de energia e várias outras atividades essenciais à sobrevivência da espécie humana no planeta Terra.

Ainda é possível limitar o aquecimento a 1,5º C até o final do século, mas é um desafio e exigirá mais dos líderes mundiais do que eles estão fornecendo atualmente. Isso significa reduzir pela metade as emissões até o final desta década e reduzir as emissões a zero líquido até meados do século. Isto é um desafio, mas possível com uma resposta política séria. É muito importante resistir ao lobby da indústria de combustíveis fósseis que há muitos anos retarda a mudança de garantir uma expansão rápida e sustentável de energia renovável e abordagens de remoção de carbono. Para cada parte de aquecimento que acrescentamos, os impactos se agravarão. Fazer tudo o que podemos para limitar o aumento da temperatura e acabar em pouco mais de 1,5º C, por exemplo, é muito melhor do que deixar a temperatura subir mais para 3º C ou 4º C, que é a trajetória atual.

Em todos os cenários, a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris – limitar o aquecimento a 1,5º C -, é ultrapassada no começo da próxima década, dez anos antes do previsto.

As emissões do passado já tornaram irreversíveis algumas consequências do aquecimento global, como o degelo, o aumento no nível do mar e as mudanças nos oceanos.

Segundo o IPCC, para diminuir em qualquer medida o aquecimento global em curso é fundamental que as emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) sejam zeradas.

O Fala FADS de 25 de agosto vai abordar o relatório do IPCC e as suas consequências socioambientais, com o tema “A ciência e o clima não mentem: tá quente, tá frio, tá urgente!”. Luciana Travassos, arquiteta-urbanista, mestre e doutora em Ciência Ambiental (FAU-PROCAM-USP), vai mediar o debate. Luciana é professora do Bacharelado em Planejamento Territorial e da Pós-graduação em Planejamento e Gestão do Território e pesquisadora do Laboratório de Planejamento Territorial, LaPlan, da UFABC. Os debatedores do programa são:

  • Carlos Rittl, administrador formado pela FGV, e mestre e doutor em ciências biológicas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia de Manaus, foi secretário Executivo do Observatório do Clima, rede brasileira formada por mais de 50 organizações da sociedade civil, e atualmente é assessor em política da Rainforest Foundation da Noruega e pesquisador associado do Instituto de Estudos Avançados em Sustentabilidade de Potsdam, Alemanha;
  • Dulce Pereira, arquiteta, professora e pesquisadora na UFOP, onde coordena o Laboratório de Educação Ambiental e Pesquisas LEA:AUEPAS, presidiu a Fundação Cultural Palmares, e foi primeira embaixadora negra do Brasil, quando foi secretária executiva dos Países de Língua Portuguesa (CPLP);
  • Pedro Jacobi, economista, sociólogo e professor do IEE/USP, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, além de ser editor da revista Ambiente e Sociedade.

Programa Fala FADS “A ciência e o clima não mentem: tá quente, tá frio, tá urgente!”, dia 25 de agosto, às 18h30, na TV GGN (https://www.youtube.com/c/TVGGN). Para assistir aos outros Fala FADS e ter mais informações sobre a FADS, acesse https://www.facebook.com/falafads.

Redação

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