Lula apresenta o novo Brasil ao mundo na COP27

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"Quero dizer para vocês que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo", disse Lula

Lula na COP27 – Foto: Divulgação

Com os olhos do mundo voltado para o evento mais importante em questão ambiental, Lula afirmou que “o Brasil está de volta”, que “não medirá esforços” para a sobrevivência da Amazônia, disse que não é possível falar em compromissos ambientas sem o combate à fome e a pobreza, e frisou que será um “Lula muito mais cobrador” para que as “promessas” dos países desenvolvidos sejam cumpridas, “por um mundo mais justo e humanamente melhor”.

“A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo mais justo”, disse e foi o tom de todo o discurso de Lula na COP27, no Egito, nesta quarta-feira (16).

O presidente eleito também usou a sua primeira agenda mundial para decretar um “antes” e um “depois” que significará o seu governo para reafirmar o Brasil nas cooperações econômico-social-ambientais.

“No pronunciamento que fiz no fim da eleição do Brasil, 30 de outubro, ressaltei a importância de unir o país, que foi dividido ao meio pela propagação em massa das Fake News e do discurso de ódio. Naquela ocasião, eu disse que não existem dois Brasis. Quero dizer agora que não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada humanidade, e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres.”

Sem dar detalhes sobre quais países ou quais representantes trataram diretamente com ele, Lula contou que nos encontros bilaterais a frase que mais ouviu dos líderes foi “o mundo sente saudades do Brasil”.

“Quero dizer para vocês que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo, para cooperar novamente com países mais pobres, da África, com investimentos e transferências de tecnologia, com nossos amigos latino-americanos e caribenhos, e construir um futuro melhor para os nossos povos.”

Lula disse ter voltado “para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade” e “para propor uma nova governança global”, baseada na integração global de países mais vulneráveis.

“Estou aqui hoje para reafirmar o inabalável compromisso do Brasil com a construção de um mundo mais justo e solidário”, completou.

Durante a sua fala, também ressaltou que a Amazônia protegida será o pilar de seu governo, e “não medirá esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas”. No palco, Lula anunciou que “o combate à Mudança Climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo”.

Ao concluir, o presidente eleito disse que “já tem muitas cidades que querem levar a COP30 para lá”, mas que defenderá “veementemente” que o evento climático seja realizado em “um estado amazônico”, para que os países que se compretem possam conhecer o que buscam proteger.

E completou com um aviso: “A minha volta também é para cobrar aquilo que foi prometido [pelos países desenvolvidos] na COP15”. A frase acendeu por um grupo, na plateia, o grito: “O Brasil voltou, o Brasil voltou, o Brasil voltou.”

Assista à íntegra do discurso de Lula na COP27:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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