O desmatamento no Mato Grosso

Da Folha

Desmate volta a disparar em Mato Grosso, indicam dados de satélite

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

O desmatamento voltou a ganhar ritmo em Mato Grosso e virou “calamidade” em abril, segundo o Ibama. No acumulado do ano, a extensão das áreas derrubadas atingiu cerca de 40 mil hectares -o dobro em relação ao mesmo período de 2010.

Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com base em imagens de satélite do sistema Deter, que monitora em tempo real as derrubadas.

“Nos últimos anos, jamais vi um pico de desmatamento tão aberto e acintoso como esse”, disse à Folha o superintendente regional do Ibama, Ramiro Hofmeister.

AretA retomada ocorre no momento em que se prepara a votação do novo Código Florestal. No Estado, acaba de ser sancionado um zoneamento ambiental que reduz a reserva legal em regiões de floresta (de 80% para 50%) e abre caminho para a cana-de-açúcar na Amazônia.

Além da elevação no acumulado das áreas, neste ano aumentaram os grandes desmatamentos. Vários pontos têm indícios de derrubadas superiores a mil hectares. “Até o ano passado, era raro verificar uma derrubada superior a 300 hectares”, diz Hofmeister. Só no município de Cláudia, mais de 4.000 ha foram desmatados em abril.

Para Rui Prado, presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de MT), os números do Inpe precisam ser verificados.

Júlio Bachega, secretário-adjunto da Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), diz que as derrubadas são fruto de uma “informação equivocada”. “Há uma expectativa falsa de regularização desses desmates com o novo Código Florestal.” 

Luis Nassif

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