Sobre as argumentações favoráveis ao Relatório Aldo

Querem produzir equívocos

(sobre as argumentações favoráveis à aprovação do Relatório Aldo)

 

Comentário de Morales, do Brasilianas.Org, ao texto “A crítica ao Greenpeace”, de Jorge Nogueira Rebolla, em http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-critica-ao-greenpeace#comment-488234

 

O texto executa a chamada falácia do espantalho:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_homem_de_palha

Atribui ao Greenpeace o que ele interpreta que sejam as posições do Greenpeace.

Comete, também, a falácia da associação:

http://es.wikipedia.org/wiki/Falacia_de_asociaci%C3%B3n

porque generaliza as posições que atribui ao Greenpeace para TODO o movimento ecologista.

Não exibe a mínima compreensão de como se dão as lutas sociais, pois imagina que “os políticos” impõem mudanças (e não os interesses sociais das classes e setores de classes que estão por trás e são representados pelos políticos).

É óbvio que, se uma medida fosse adotada, que provocasse uma fome generalizada, ameaçando a extinção da maior parte da humanidade, a reação seria enorme e incontrolável pelos “políticos”.

Aliás, no capitalismo, os interesses das grandes corporações estão ligados é à indústria do agrotóxico e da transgenia, essa sim com características medievais, pois atribui à patente das sementes (estéreis na geração seguinte), bem como os meios de combate químico às pragas a monopólios privados que extraem uma renda dos agricultores, se eles quiserem plantar. Trata-se de total dependência, essa sim que ameaça a humanidade com a fome se se perderem as variedades naturais das sementes, se surge uma praga desconhecida – por mutação, por exemplo – que dizime a semente monopolizada ou se um país que se torne dependente desses monopólios contrarie os interesses do imperialismo e sofra sanções “humanitárias”.

Há, sem dúvida, entre os ecologistas, os chamados primitivistas, que defendem uma drástica redução da população mundial e o abandono de qualquer tecnologia. São, no entanto, uma ínfima minoria e suas posições políticas são de extrema direita, defensoras de uma liberalismo exacerbado (mais próximas às posições do Rebolla do que, por exemplo, do socialismo ecológico:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossocialismo).

Rebolla imagina a produção orgânica levada a cabo por pequenos produtores capitalistas individualistas sem nenhuma interação uns com os outros, produzindo para um mercado cego. Não consegue imaginar (e eu percebo porquê) uma tal produção se aproveitando de economias de escala pela associação cooperativa e coordenação com base em um plano, que leve em conta as demandas dos consumidores por fora da lógica do desperdício e do estímulo ao consumismo em interação com os recursos para a produção fora da lógica de mercado.

Não é com distorções grosseiras e texto intelectualmente desonesto que se faz esse tipo de discussão

Luis Nassif

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