A morte de Otávio Frias Filho, o grande escritor que não se completou

Otávio Frias Filho poderia ter sido um grande escritor. Tinha talento para tanto. Poderia ter feito carreira como teatrólogo e até como pensador. O embate constante, entre ser o herdeiro jornalístico do pai e a carreira solo, atrapalhou tanto o escritor quanto o jornalista. Foi um drama que o acompanhou em todo o período em que convivi com ele.

Era capaz de discorrer limpidamente sobre o papel da mídia e os princípios norteadores do jornalismo. Mas abominava a miudeza do dia-a-dia. Não tinha paciência para ler os demais jornais, para se sensibilizar com o fogo fátuo dos modismos diários. E, embora a Folha tenha sido o primeiro jornal a ir para a Internet, não se interessou pelos novos meios. Seu conhecimento se baseava nos fundamentos sólidos de jornalismo que, muito jovem, aprendera com Cláudio Abramo.

Minha relação com ele foi complexa – aliás, provavelmente como tudo na vida de ambos. Depois de lançar as seções Seu Dinheiro e Jornal do Carro no Jornal da Tarde continuei sem espaço no jornal. Decidi procurar a Folha, que já iniciara seu movimento de renovação.

Marquei uma conversa com Caio Tulio, então secretário de redação. Para minha surpresa, apareceu o velho Otávio Frias. Relatei minha dificuldade em emplacar novos projetos no JT – tinha um de consumo e outro de informática. Frias me interrompeu, pedindo que nada falasse sobre o caderno de informática, porque a Folha já estava planejando o seu e não queria que alguma coincidência pudesse ser interpretada como plágio.

Meses depois fui convidado a ser repórter especial, junto com craques como Ricardo Kotscho e Carlos Brickman. Desde o início tentei criar uma seção tipo Seu Dinheiro no jornal. No final do ano, um conjunto de análises minhas provocou a queda do presidente do Banco Nacional da Habitação, o assunto mutuário se tornara central na mídia e Frias chegou a colocar uma breve campanha no ar explorando minhas análises. Consegui, então, a seção Dinheiro Vivo em fins de 1983.

No ano seguinte, Frias passou a pressionar Otavinho para assumir a direção de redação.  Para minha surpresa, ele condicionou sua ida a que eu aceitasse o convite para ser Secretário de Redação de produção. Mal tínhamos trocado algumas palavras no meu curto período na Folha. Tentei recusar, mas Carlos Eduardo Lins da Silva, o emissário do convite, me disse que a aceitação era essencial para Otavio assumir o cargo.

Otavinho era encantado pelo estilo Veja de jornalismo e, provavelmente, o fato de eu ter passado por lá o levou a essa posição. Argumentei que o Dinheiro Vivo dava muita leitura e não queria abandoná-la. Na verdade, desde sempre me arrepiava o ambiente de redação, os jogos de poder, de lisonja, embora no JT tivesse vivido o melhor clima de trabalho de minha carreira. Me autorizaram a contratar dois repórteres para me ajudar no Dinheiro Vivo e lá fui eu para o sacrifício.

Diariamente, quatro jornalistas tínhamos reuniões diárias com Frias, pai, para discutir a pauta: os dois secretários de redação, eu e Caio Tulio, o chefe da Agência Folhas, Dácio Nitrini, e o diretor do Folha da Tarde, Adilson Laranjeiras. Foi uma experiência inesquecível e, até certo ponto, chocante, com um verdadeiro capitão da indústria.

Frias era uma personalidade fascinante, aliás muito semelhante à de outro capitão, Victor Civita, tal como descrito por Mino Carta em artigo recente. Mas era muito mais jornalista. Frio e objetivo no trato dos negócios, era capaz de momentos de sensibilidade, especialmente na análise de caráter, do qual era especialista, e no reconhecimento do talento dos grandes nomes do passado que ele trouxe para o Conselho Editorial, como Luiz Alberto Bahia e Oswaldo Peralva.

Foi o pior período de minha vida, a convivência com o ambiente burocrático, com as quizilas de redação, os puxa-sacos, as tentativas de puxadas de tapete de um colega contra outro.

Fiquei três meses como Secretário de Redação justamente no período de maior turbulência da Folha, o do início do projeto Folha que resultou na demissão de dezenas de jornalistas antigos e sua substituição por uma nova leva. Nos almoços com os editores e Frias, éramos apenas dois – Aloisio Biondi, então editor de economia, e eu – que tentávamos reduzir o alcance do passaralho. Não adiantaria tirar 30 jornalistas e colocar 30 melhores se destruísse a cultura interna do jornal.

De nada adiantou. O passaralho veio. Aguentei uma semana o clima horrível, devo ter perdido uns cinco quilos. Na segunda-feira seguinte sai de casa com duas decisões tomadas: demissão do sindicato (do qual era diretor) e demissão da Secretaria de Redação da Folha.

A reação de Otávio foi imediata:

– Não faça isso. Você vai ficar desprotegido!

Não voltei atrás. O tempo revelaria que o novo projeto Folha foi vitorioso.

Otavio ainda fez duas tentativas de me manter por perto. A primeira, o convite para me tornar ombudsman, que recusei. A segunda, para dirigir o DataFolha, o serviço que a Folha pretendia criar, ampliando as pesquisas eleitorais, que aceitei, sem abrir mão da coluna Dinheiro Vivo.

O velho Frias teve papel central na reforma da Folha, incorporando várias inovações do Jornal da Tarde – que foi relegado a segundo plano pelos Mesquita. Mas a grande cara da Folha foi a Ilustrada, que refletia como nenhum outro caderno a nova geração que surgia das faculdades. Foi obra de Otávio, secundado por Caio Túlio Costa e Matinas Suzuki.

Na época, era curioso observar como jovens jornalistas tentavam se vestir como Otavio, falar como Otávio, ser cerimonioso como Otavio. Nesse período tornou-se, de fato, referência para as novas gerações.

Nossa relação complicou quando veio o Plano Cruzado e denunciei manobras do então consultor geral da República Saulo Ramos. Houve uma negociação entre Frias e Saulo e acabei sendo mandado embora. Tive uma última conversa com Otavinho, onde pedi apenas que mantivesse uma repórter grávida. Fui me despedir de Frias, que me disse que Otavio ficara impressionado com o fato de eu não ter pedido nada.

Ali comecei a desvendar a natureza de Otavinho. Extremamente sensível, vulnerável até, no embate com o irmão Luiz – que herdara a objetividade fria do pai -, era obrigado a seguir o figurino familiar e participar das decisões duras que cabiam ao comandante – como o de demitir colunistas -, mesmo investindo contra sua própria natureza.

Alguns anos depois, terminado o terrível período Sarney-Saulo, estava em minha cidade quando Otavio me ligou convidando para assumir a coluna de Economia. Joelmir Betting estava de mudança para o Estadão.

Foi um período de ampla liberdade jornalística, no qual a estratégia dos jornais consistia em montar sua personalidade em cima da independência e da diversidade de opiniões de seus colunistas.,

Poucas vezes Otavio interveio e apenas em questões de forma. Às vezes eu exagerava na retórica, ele ligava e perguntava se não seria melhor um texto mais sóbrio. Em geral, eram observações pertinentes.

Certa vez, o recém assumido Secretário de Redação Josias de Souza foi se queixar a ele que, em minha coluna, estava adotando linha diferente daquela da Folha. Otavio me ligou para me informar da reclamação de Josias e de sua recomendação:

– Disse para ele te ligar toda segunda-feira para você passar dicas de enfoques.

Após a saída de Fernando Collor, quando ele se tornou saco de pancada de qualquer jornalista, escrevi uma coluna comparando com os tempos de Collor todo poderoso, paparicado por todos, e mencionando, como momento de corte, o editorial de primeira página da Folha, contra Collor, assinado por Otavinho, que marcou, dali para frente, a nova postura da imprensa em relação ao poder. Recebi um telefonema emocionado de Otavio dizendo saber como me custara fazer um elogio a ele, o chefe.

Nos anos seguintes, me coloquei contra a cobertura da Folha em vários episódios de linchamentos, da Escola Base ao caso Chico Lopes, sem jamais ser incomodado. Quando lancei meu livro “O jornalismo dos anos 90”, relatando dezenas de casos de abusos da mídia, grande parte da Folha, a única observação de Otávio foi que, no abre, eu deveria mencionar o fato da Folha ter criado a figura do ombudsman. No que estava certo.

Na cobertura da CPI dos Precatórios, passei um mês andando na contramão, investindo contra a linha de cobertura da sucursal de Brasília e sendo atacado por Fernando Rodrigues, na época ligado a Paulo Maluf.

Quando terminou a cobertura, em um dos almoços do Conselho, Otavio pediu um roteiro sobre como o jornal deveria se comportar nesses momentos de catarse. Não tinha experiência jornalística, mas sabia identificar os pilares centrais nos quais deveria se assentar o jornalismo.

Quando a Internet começou a explodir, escrevi um artigo para uma revista prevendo o fim do modelo tradicional do jornalismo. Nas reuniões do Conselho Editorial da Folha – do qual participei por 15 anos – por diversas vezes falei da importância de se começar a trabalhar o chamado jornalismo de dados (não se usava essa denominação na época).

Era um conselho meramente figurativo, mas que me permitiu convivência com alguns grandes caráteres, como Jânio de Freitas, Rogério Cerqueira Leite.

Otavio pediu que eu transformasse o artigo em um paper para incluir nas discussões sobre o novo projeto Folha. Marcou um almoço para que explicasse para ele o novo tempo que surgia. Asceta, o almoço foi em uma hamburgueria perto da Folha. Disse-lhe que as informações públicas cada vez mais iriam para a Internet, que as notícias quentes sairiam na véspera, na Internet e nas rádios, o que exigiria nova posição dos jornais. Previ, inclusive, o fim das super-redações. Ele ouviu e admitiu que foi apenas por desencargo. Que não entendia, nem queria entender o novo mundo tecnológico.

Todos os que conviveram com ele se lembram com enorme simpatia de seus modos algo tímidos, formais e respeitadores. Mas tinha suas mesquinharias também. Quando finalista do Prêmio Jabuti, com uma coletânea de crônicas que tinha escrito para a Folha, reclamou com uma namorada:

– Nassif foi finalista do Jabuti porque escreve para a Folha. Eu nunca tive reconhecimento, porque sou dono da Folha.

Tempos depois, vetou as crônicas literárias no caderno de Economia.

Mas tinha razão. Era dono de um dos melhores textos que já li. Mas a função de diretor da Folha sempre o impediu de seguir sua verdadeira vocação, de intelectual solitário, inventivo, desafiador. Teve essa oportunidade quando o pai morreu e o irmão assumiu de direito a frente dos negócios – embora há tempos tocasse a aventura bem-sucedida da UOL. Foi-lhe dada a oportunidade de se retirar do dia a dia, mas não aceitou.

A perda do pai, o grande timoneiro do jornal, mesmo afastado há algum tempo da linha de frente, fê-lo perder o rumo. E, aí, cometeu o maior erro de sua carreira, quando atrelou a Folha à linha editorial da Veja e se deixou liderar por Roberto Civita, o mais indigno dos donos de mídia do país.

Antes de sair da Folha, fui atacado pela Veja e respondi através da coluna. Sofri novo ataque e, ai, veio a recomendação de não mais rebater. Ficou claro que um novo tempo surgia no jornalismo brasileiro, a era da infâmia.

Era questão de tempo para minha saída do jornal. Foi-me oferecido ficar na UOL, mas recusei. Tivemos uma última e dolorida conversa, onde o alertei para a imprudência de caminhar a reboque da Veja. Disse-lhe que um jornal líder do mercado de opinião, como era a Folha, não podia ir a reboque sequer do The New York Times, quanto mais da Veja.

Foi em vão. Nos anos seguintes, sem os conselhos sábios do velho Frias, a Folha mergulhou na aventura dos factoides e do discurso de ódio. Tornou-se uma Veja de segunda mão, acentuando uma implicância irracional que Otávio sempre devotou a Lula e ao PT. Passei a ser alvo de muitos ataques, em represália às críticas que fazia à linha do jornal.

Nos últimos anos, Otávio passou a empreender uma dura tentativa de volta às raízes, de tentar reconstituir a face perdida da pluralidade. Abriu espaço para uma diversidade contida. Mas longe da grande ousadia dos anos 80, quando o jornal entendeu o verdadeiro papel da mídia, como agente civilizatório, e ajudou a empurrar a campanha pelas diretas.

 

Luis Nassif

39 Comentários

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  1. O Pós-Golpe

    Estava matutando com meus botões… Esse empresário de um jornal hoje de extrema-direita teve um câncer fulminante, identificado em 2017. A Ed. Abril entrou em Recuperação Judicial em 2018 e não acredito muito na sua chance de sair, salvo pela porta da falência. Marta Suplicy entrou no ostracismo. Geddel foi preso. Aécio caiu em desgraça. A filha de Roberto Jefferson perdeu o quase-cargo de Ministra e está investigada em alguma operação. Dr. Bumbum está preso. Um outro foi preso por assasinar a esposa. A lista é tão imensa, que eu acho que pode existir algum tipo de lógica superior nessas trajetórias. Aguardemos o que acontece com os demais apoiadores dos Golpes de 2016 (Dilma) e de 2018 (Lula). Pode só ser coincidência. Mas bem que faleria uma pauta para o aniversário de 2 anos do afastamento da Presidenta Dilma, Nassif: “A Maldição”.

  2. Nassif, sempre me encanta o

    Nassif, sempre me encanta o modo como você busca, sempre, se referir de maneira delicada a pessoas que, em algum momento, de um modo ou de outro, foram injustas contigo ou com as quais você possui profundas divergências ideológicas. Claro, trata-se de alguém que faleceu, o que por si exige um certo comedimento, mas já percebi isso mesmo em relação a referências vivas. Isso não impede críticas acerbas, como as feitas ao Barroso. Mas creio que o caminho é esse mesmo: nunca perder a linha, o comedimento, a gentileza. A alternativa implica aquiescer com a selvageria.

  3. Última impressão é a que
    Última impressão é a que fica.Naquele almoço promovido pelo pai,convidado especial ,Lula candidato
    .Brindou à posteridade com a pérola de sua autoria:como almejar a presidência da República,sem domínio do idioma inglês?”.Lula levantou-se indignado abandonando a mesa,seguido pelo velho Frias desculpando-se da grosseria do filho.

  4. Muito bem, Nassif – Otávio e seus paradoxos, um homem.
    “Não tinha paciência para ler os demais jornais”[ talvez pq lesse outras coisas,o ser humano,p. ex., e suas contradições,e jornais brasileiros são uma mesmice ] “Abriu espaço para uma diversidade contida” [ – E onde há diversidade não contida??? ]- quem mais convidaria a minha ídola M. Felinto, sim, quis censurá-la, mas quem não censura, atire a primeira pedra.”e ajudou a empurrar a campanha pelas diretas”

  5. JANIO DE FREITAS

    https://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2018/08/tal-pai-tal-filho-tal-folha.shtml

    “A concepção de jornal adotada por Otavio originou-se, como me disse, do convívio com Cláudio Abramo. Consolidada, foi a inspiração do Frias pai para sustentar a aventura cívica que a Folha tem sido. Imperfeita, sim, mas incomparável no que tem dado ao país com sua independência financeira e política, com seu destemor e com o respeito que tem pelo leitor. E isso devemos aos dois Frias.”

    “Em nível pessoal, Otavio foi o visado. De “comunista da Folha” a “neurótico perigoso”, que se valia do jornal para propagar seu extremismo, coube muita difamação. “

    1. Janio de Feitas se pareceu com o Willian Bonner

      Quando o Roberto Marinho foi dar água aos bodes, o Willian Bonner chorou no jornal nacional. Acho que o Jânio de Feitas deve ter feito o mesmo em relação à morte do Frias. Nada contra, muito pelo contrário.

       

      “When you’re weary
      Feeling small
      When tears are in your eyes
      I will dry them all

      I’m on your side
      When times get rough
      And friends just can’t be found
      Like a bridge over troubled water
      I will lay me down
      Like a bridge over troubled water
      I will lay me down”

       

      Simon and Garfunkel, Bridge over a troubled water

  6. Brilhante, civilizado,

    Brilhante, civilizado, histórico e até pungente o retrato que o Nassif faz do falecido. Mas de importante mesmo, considerando o momento atual, tal qual o ocorrido com Helio Bicudo, é que Lula ganhou 2 votos.

  7. Ponto de vista

    Juca Kfouri, colunista da Folha

    “Mergulhada num cenário sombrio, a imprensa brasileira perde, precocemente, seu melhor diretor editorial.”

  8. Para lembrar uma frase do
    Para lembrar uma frase do também falecido ACM, “não conheço, e minha impressão e pessima”. Nao é porque morreu que virou santo.

    Nao pareceu nada timido, muito menos educado, quando questionou a capacidade do Lula para ser Presidente por nao falar ingles, uma grosseria gratuita, além de preconceito tipico de “intelectual” paulistano…

    Ele nao “seguiu” a Veja: eles são iguais, feitos do mesmo material.

    O misopetismo é o que é.

  9. Meus pêsames…aos milhares

    Meus pêsames…aos milhares de brasileiros anônimos mortos, vítimas da violência e pobreza fomentada por pessoas,instituições e empresas poderosas,já este senhor descrito acima,foi apenas mais um e  INFELIZMENTE foi primeiro q eu e vc Nassifão !!!

  10. De grande grua do jornalismo

    De grande grua do jornalismo brasileiro, a folha agora é escora de tudo o que não pode e nem deve ser jornalismo

    Falsificações, inverdades, fake news, infelizmente a minha geração tem vergonha do jornalismo atual e de jornais que não servem mais nem pra embrulhar prego

    Foi-se e o jornalismo já tinha ido há muito

     

  11. A morte de Otávio Frias Filho

    -> Otávio Frias Filho poderia ter sido um grande escritor. 

    nenhuma traição é pior do que trair a si mesmo. o preço a ser pago é sempre o mais alto possível.

    então, cabe indagar:

    – como estaria o Brasil, caso os herdeiros da Elite do Atraso não traíssem a si mesmos?

    caso tivessem a coragem e a dignidade de assumir seus dons e talentos, ao invés de se resignarem a papéis sociais pré determinados, que tanto os fazem sofrer a ponto de morrer precocemente…

    pois antes de traírem o Brasil e seu Povo, são os seus próprios traidores. por isto são frustrados e doentes, avaros e mesquinhos, invejosos e rancorosos, desgraçados enfim…

    ou nos livramos de uma vez por todas desta gente, ou terminaremos nossos dias tão desgraçados quanto eles.

    .

    1. Telegramas de Pasárgada.

      Caro amigo, como andas?

      Desde que fomos brutalmente censurados (com exclusão) de comentráios no post sobre a corporocracia não tenho te visto.

      Fazer o que?

      Olha como Nassif é engraçado: na morte do pai do eike batista ele não permitiu comentários, mas na de tavinho sim.

      Mesmo que ele goste de posar como civilizado, suas escolhas são claras, e aí ele deixou o pessoal sentar o sarrafo.

      Não há o que falar, pessoalmente, do cretino que morreu. Ele era um cretino, e só!

      Mas o papel que as corporoações que ele dirigiu, depois da morte do cretino pai, é bem claro: sabujos do esforço internacional na manutenção da periferia em seu devido lugar!

      Engraçadíssimo é ver, ler e ouvir os jornalistas se contorcendo para vestir um figurino de bons modos.

       

       

       

  12. Apenas uma opinião.
    Para mim apenas um golpista reacionário! Nunca convivi e nunca o conheci, mas com certeza nunca agiu pra melhorar o brasil. Cuidava dos seus interesses. Esta é a minha opiniao. Posso até estar errado, porém tenho convicção que estou certo!

  13. Perdão, Nassif, mas resumir a

    Perdão, Nassif, mas resumir a relação Folha (Otavinho) x PT (Lula) a uma “implicância irracional”, não convence.

    Sei que talvez você não deseje tratar do assunto nesse post, nesse momento.

    Mas a coisa vai muito mais fundo, e você sabe disso.

    Você conheceu o personagem em questão, tem todo o direito de fazer seu elogio.

    Nós, leitores do GGN, somente conhecemos os resultados de seu trabalho, a Folha.

    E essa não merece elogios.

    Tenho para mim que a posição “progressista” da Folha, em meados dos 80, foi fruto muito mais de uma decisão comercial, ou seja, a chance de ocupar um espaço de “pluralidade” aberto com o fechamento em si mesmos – tautismo, diria o Wilson Ferreira – do Estadão e do(a) Globo, principalmente à época das Diretas Já.

    A mesma tática de circunstância adotada pela Band, no episódio da Proconsult em 1982, o que rendeu à emissora dos Saad o mote da “credibilidade”, utilizado à exaustão por anos a fio.

    No mais, você tem todo o direito de estar triste com a morte de alguém que, imagino, considerava um amigo, e de não abordar a fundo os aspectos mais obscuros da biografia dele – e que não são poucos.

  14. A minha homenagem não vai

    A minha homenagem não vai para o tavinho frias, vai para os lutadores e jornalistas de verdade, como Vlado Herzog torturado e morto pela “ditatbranda”.

    E como se ele, o falecido, ainda estivesse por aqui, continua no UOL, e amanhã na fel-lha, as notícias detonando o Haddad e Lula. Por favor, tavinho, descanse em paz!

    1. Se Nassif fosse um velho, tiraria pedras do leite

      Mas jovem sempre escolhe o caminho mais difícil. No caso do Nassif, ele escolheu o caminho impossível.

  15. ME DESCULPE

    Desculpe-me, mas eu não vou ficar elogiando um cara que passei metendo o sarrafo durante anos só porque morreu isso pra mim não muda em nada. As maldades que ele mandava escrever em seu jornal contra todos da esquerda não se esquece da noite para o dia nem tão pouco com sua morte, por isso a morte o escolheu. Não vai estar tão cedo brilhando entre as estrelas. Ele vai precisar de muita oração, pois para quem acredita o sofrimento dele não termina aqui. Enquanto aqui estava, seus familiares e amigos chegados o ajudaram e se preocuparam com seu estado físico, agora sozinho vai ter que se preocupar em cuidar do seu espírito. 

  16. Jornalismo possível

    Dentro de uma situação econômica em que ninguém compra jornais na rua e onde são os anunciantes (públicos ou privados) os que pagam as contas e os salários da empresa, a F de SP tem feito o melhor jornalismo possível dentre os meios escritos de comunicação. A grande mídia, por razões econômicas, é obrigada a obedecer ao poder neoliberal e há que ter muita coragem e inteligência para manter alguma pluralidade dentro das equipes de redação. Num ambiente de democratização dos meios de comunicação e junto com a evolução cívica e educacional do povo brasileiro, a F de SP seria um dos jornais favoritos desta eventual nova sociedade esclarecida.

  17. Caro Nassif
    Ele pode não ter

    Caro Nassif

    Ele pode não ter se completado como escritor, mas foi um traidor completo, como jornalista, um mentiroso completo, um produtor de ódio 110%, detonou o povo completamente, massacrou os movimentos sociais de forma espetacular, entre outras coisas.   

    O corpo foi cremado, o diabo é bom em quebras cabeças.

    Saudações

  18. Escritor e dramaturgo

    Alguém poderia me citar alguma obra desse senhor como escritor e dramaturgo.

    Não vale ir ao google.

    O meu nível de informação não é lá muito bom, mas posso garantir que fica um pouco acima da média.

    E tem coisas que eu tenho orgulho de desconhecer.

    Por exemplo: nunca vi um filme desse tal de Harry Porter, nunca me interessei em ler o livro “Mein Kampf”, do Bonossauro, Bíblia e Alcoráo, corro como o diabo da cruz, e agora, ainda mais, com essa estória de pedofilia e terrorismo. Também não conheço uma obra de poesia e Direito Internacional do venerável Michel Temer e por aí vai.

    Também, desconheço qualquer coisa escrita pelo sr. Otávio Frias Filho, inclusive os tais artigos que dizem que ele escrevia na Folha.

    Aliás, a única informação (falsa) que eu tinha dele é que ele era casado com a Renata Loprete (ambos me desculpem)..

    Talvez, o Nassif possa me ajudar (sem ir ao google).

     

  19. Quando morre um amigo por

    Quando morre um amigo por vezes canalha tendemos à conciliação, não sou do tipo que divide as pessoas em direita x esquerda mas em possuidores de caráter ou não.

    Longe do convívio a avaliação é mais objetiva, o sentimento que tenho do cidadão é de que poderia ter sido um grande homem não tivesse sucumbido à sua origem burguesa e o seu apego à ideologia de sua classe social.  

  20. Otavinho morreu antes de Lula

    Otavinho morreu antes de Lula e não conseguiu matar o imimigo que perseguiu desde que assumiu a Folha. Pobre menino rico… Morreu sem desfrutar seu Rosebud.

  21. Que ele descanse em paz e

    Que ele descanse em paz e encontre na eternidade o que defendeu em vida: um regime de ditabranda regido pelo neoliberalismo econômico.

    1. E que ele nâo encontre o

      E que ele nâo encontre o Tarso de Castro onde estiver porque com certeza será zoado sobre o que fez da Folha. Porque por justiça é bom que se diga: o jornal moderno que atraia nós jovens não foi idealizado pelo Otavinho, foi feito pelo Claudio Abramo e pelo Tarso de Castro.

  22. Cadê o legado publico deste

    Cadê o legado publico deste sujeito?

    A que serve um engenheiro, filosofo, teólogo, jornalista se se a aprendizagem da universidade não corresponde um mínimo avanço do conhecimento adquirido?

    De um físico da bota: aprendi nos livros, agora avanço no desconhecido e faço um passo obrigatório desvendando-o, é o meu degrau no avanço da ciência neste meu livro.

  23. Nassif, lindo relato,

    Nassif, lindo relato, obrigado por sempre compartilhar suas experiências de forma tão sincera, me fez lembrar dos meus tempos, décadas atrás, de assinante da Folha. Lembro do café da manhã com a Folha sobre a mesa, dentro de um saco plástico, entregue pelo motoboy. A Ilustrada era mesmo um deleite, artigos, quadrinhos, entrevistas, transpirava o clima da modernidade paulistana, no que São Paulo tem de melhor. 

    Bons tempos!

    Deixei de assinar a Folha quando comecei a perceber a manipulação. Foi um rompimento triste, e acabei trocando a Folha pela internet, como sua página antiga(nem me lembro onde, sua primeira página online, que não existe mais).

    A Folha insistia, enviava cartas com promoções e mais promoções para que eu voltasse, cartas de uma amante antiga, pela qual eu já tinha perdido o encanto. Chegaram a me enviar um período gratutito*3 meses, se não me engano), sem que eu pedisse nada. Acordei para encontrar a Folha enrolada no plástico em meu portão. Abri o jornal com certa ansiedade, mas a decepção foi tremenda. Logo no início, um artigo de Eliane Cantanhêde e outro de Fernando Rodrigues, sobre política, que demonstrava a nova face da Folha:um jornal que não respeita seu leitor, que o trata como um imbecil. A Ilustrada continuava boa, mas não conseguia compensar o restante. Uma das maiores decepções foi ver no que havia se transformado o Cony, um escritor delicioso, que agora se sujava num reles discurso reacionário. Até pensei em escrever uma carta em resposta, agradecendo a amostra grátis, e explicando pelos motivos para reatar o velho relacionamento, mas seria perda de tempo, a Folha tinha agora novos amantes, menos civilizados, menos cultos, menos sofisticados…preferi não entrar na discussão, e assim preservar em minha memória a saudosa Folha com quem um dia me relacionei.

    Da Folha, para mim, ficou apenas você, que conheci graças a Folha, e os imperdíveis artigos do Jânio de Freitas, mas não me arrependo, e sinto verdadeira saudade dos bons tempos da Folha de São Paulo.

    Ao Otavinho e á velha Folha, que a terra lhes seja leve!

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