Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Coco de Pagu, versos de Raul Bopp, na interpretação de Laura Suarez

por Luciano Hortencio

Pagu tem uns olhos moles,

Olhos de não sei o que.

Se a gente tá perto deles,

Alma começa a doer.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Pagu tem uns olhos moles

Olhos de não sei o que.

Se a gente tá perto deles,

Alma começa a doer.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Ai Pagu, Pagu,

Não sei o que você tem.

A gente queira ou não queira,

Fica te querendo bem.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Ai Pagu, Pagu,

Não sei o que você tem.

A gente queira ou não queira,

Fica te querendo bem.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Você tem corpo de cobra,

Ondulado e indolente.

Com um veneninho gostoso

Que doi na boca da gente

 

Eh Pagu eh!

Faz o que  é bom de fazer doer. (bis)

 

Você tem corpo de cobra,

Ondulado e indolente.

Com um veneninho gostoso

Que dói na boca da gente.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer (bis)

 

Eu quero você pra mim,

Não sei se você me quer.

Se quiser ir pra bem longe,

Vou pra onde você quiser.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Eu quero você pra mim,

Não sei se você me quer.

Se quiser ir pra bem longe,

Vou pra onde você quiser.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis)

 

Mas se quiser ficar perto,

Bem perto mesmo daqui.

Então você pode vir

Ai quiri quiri quiri.

 

Eh Pagu eh!

Faz o que é bom de fazer doer. (bis).

 

Laura Suarez – COCO DE PAGU – versos de Raul Bopp.
Disco Brunswick 10.015-B – matriz 121.
01.1930.
Foto: Patrícia Galvão (Pagu).
Coisas que o tempo levou.

 

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

9 Comentários

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  1. Olhos de ressaca

    Bom dia, Lulu! Acordou com a cabeça nos anos 20 e todo o charme e modernidade que representaram essa época em relação às demais? Guardando proporções, acho que com os anos 60/70 foi o momento em que mais houve progresso nos costumes. Estou falando isso porque acho que muitas cabeças hoje parecem saidas do século XIX…

    Prestando atenção na letra da poesia de Raul Bopp percebi diferenças entra a letra cantanda e a poesia, sabes por quê?

    Raul Bopp

    Coco de Pagu

    Pagu tem os olhos moles
    uns olhos de fazer doer.
    Bate-côco quando passa.
    Coração pega a bater.

    Eh Pagu eh!
    Dói porque é bom de fazer doer.

    Passa e me puxa com os olhos
    provocantissimamente.
    Mexe-mexe bamboleia
    pra mexer com toda a gente.

    Eli Pagu eh!
    Dói porque é bom de fazer doer.

    Toda a gente fica olhando
    o seu corpinho de vai-e-vem
    umbilical e molengo
    de não-sei-o-que-é-que-tem.

    Eh Pagu eh!
    Dói porque é bom de fazer doer.

    Quero porque te quero
    Nas formas do bem-querer.
    Querzinho de ficar junto
    que é bom de fazer doer.

    Eh Pagu eh!
    Dói porque é bom de fazer doer.

    1. Há mais mistérios entre o céu e a terra

      do que possa imaginar nossa vã filosofia.

      Passei mais de duas horas para transcrever a letra constante da gravação original interpretada por Laura Suarez, tendo em vista exatamente a dissonância entre os versos por você apresentados e a letra cantada e gravada em janeiro de 1930.

      O que eu sei é que a letra que apresento guarda fidelidade com o que canta Laura Suarez em quase sua totalidade, podendo porém haver eu cometido alguma pequena falha.

      Os versos de Raul Bopp que você trouxe são de algum livro ou de sites de letras? Eu não consegui descobrir.

      Abração do luciano, Luisa Pagu!!!

       

      1. Nada além de uma efêmera ilusão

        Na casa dos meus pais tinha um livro com a poética de Raul Bopp e eu gostava de folhea-lo e ler ao acaso as poesias e a analise da obra e vida de Bopp. Vendo a sua transcrição, achei que havia alguma diferença, mas não lembrava de jeito nenhum dos versos do modernista Raul Bopp e como não tenho aqui nenhum livro de e sobre ele, recorri a um site sobre poesias, chamado Jornal de Poesia, no qual também pincei a primeira parte de Cobra Norato, que sempre me encantou. Pode ser Luciano, que para encaixar melhor a poesia na melodia, tenham feito certas mudanças…

        Um beijim com gosto de bolo de fuba com laranja (Quer? Eu que fiz 🙂 com café bem forte e quente (dizia a baiana queridissima da pousada).

        Assinado, Luisa Pagu na veia!

  2. Um dia

    Raul Bopp

    Cobra Norato

    Um dia
    ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.

    Vou andando, caminhando, caminhando;
    me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.
    Depois
    faço puçanga de flor de tajá de lagoa
    e mando chamar a Cobra Norato.
    — Quero contar-te uma história:
    Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
    Faz de conta que há luar.

    A noite chega mansinho.
    Estrelas conversam em voz baixa.

    O mato já se vestiu.
    Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
    e estrangulo a cobra.

    Agora, sim,
    me enfio nessa pele de seda elástica
    e saio a correr mundo:

    Vou visitar a rainha Luzia.
    Quero me casar com sua filha.
    — Então você tem que apagar os olhos primeiro.
    O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.
    Um chão de lama rouba a força dos meus passos.
    ……….

    [video:https://youtu.be/KThEGdxYSBo%5D

  3. “Pagu”

    “Pagu”, de Rita Lee e Zélia Duncan, com esta e Anitta, ao vivo.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=2w0Q2_FSGcU%5D

    Mexo, remexo na inquisiçãoSó quem já morreu na fogueiraSabe o que é ser carvãoHum! Hum! Eu sou pau pra toda obraDeus dá asas à minha cobraHum! Hum! Hum! Hum!Minha força não é brutaNão sou freira, nem sou puta Porque nem toda feiticeira é corcundaNem toda brasileira é bundaMeu peito não é de siliconeSou mais macho que muito homem Nem toda feiticeira é corcundaNem toda brasileira é bundaMeu peito não é de siliconeSou mais macho que muito homem Ratatá! Ratatá! Ratatá!Taratá! Taratá! Sou rainha do meu tanqueSou Pagu indignada no palanqueHanhan! Ah! Hanran!Fama de porra louca, tudo bem!Minha mãe é Maria NinguémHanhan! Ah! Hanran! Não sou atriz, modelo, dançarinaMeu buraco é mais em cima

  4. “Faz o que é bom de fazer

    “Faz o que é bom de fazer doer” – “Dói porque é bom de fazer doer”

    Lemos a matéria, mágica pela beleza da música e poesia, que nos leva a bons pensamentos e até a algumas lembranças, de leve. Tambem lemos os comentários muito bacanas dos colegas. É interessante essa diferença entre a letra cantada e a poesia, ambas ímpares. Fica a curiosidade de saber onde encontraram a poesia.

     

     

     

  5. Fechou com chave de ouro,

    Fechou com chave de ouro, ótimo site o Jornal de Poesia.

    Até gostaria de pedir uma gentileza aos colegas especialistas, se possível. É sobre uma música que uma pessoa muito querida, já falecida, cantava depois de estar senil, e que não consigo descobrir nada nem parecido. Cantava meio embaralhado, parecendo uma marchinha de carnaval: “meu bem, meu bem, coco pelado prá você não tem (bis)… a vera disse que…. lembra um pouco “Taí” eu fiz tudo prá você gostar de mim… 

  6. Sanando as dúvidas sobre as versões do poema de Bopp.

    Há pelo menos três versões deste. A primeira, publicada pela revista Para Todos, do Rio, em 27 de outubro de 1928, é a da canção cuja letra o Luciano teve a suprema paciência e ouvidos para transcrever. Com poucas diferenças, é a que está na revista, de que tenho um fac-símile, com desenho de Di Cavalcanti, a quem o poema é dedicado. Parece que há uma segunda versão, que a Luisa trouxe abaixo, e uma terceira, definitiva, que encontro no volume da Poesia Completa de Raul Bopp, publicada pela primeira vez em Barcelona, em 1954, em Cobra Norato e outros poemas. Entre essas duas últimas, só há uma diferença no segundo verso da última estrofe: em vez de “nas formas do bem-querer” ficou “como não hei de querer?”. Desde 1967, na Antologia poética de Bopp, o poema passou a ser publicado com o título de Coco.

    1. Três versões…

      Pois é, Jair, minha mãe que é professora tinha uma livro (ela deve ainda tê-lo), em que se falava dos modernistas, como Oswald de Andrade, Raul Bopp e outros. E no capitulo dedicado a Raul Bopp, havia os poemas mais conhecidos dele. Mas é engraçada essa questão das mudanças nos versos. As vezes me perguntava se era por causa das edições, mas acho que também os proprios autores vão mexendo em seus poemas. Na musica também ha essa questão, mas são os intérpretes às vezes que mudam as letras das musicas (Ligia tem três versões, neste caso foi Tom Jobim que fez as mudanças e a ultima versão que ele aprovou foi feita com Chico Buarque) e certos compositores deploram.

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