Morre Hélio Bicudo, aos 96 anos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Bem Paraná

Jornal GGN – Morreu nesta terça-feira, dia 31, Hélio Bicudo, jurista e um dos signatários do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff. Bicudo tinha 96 anos.

Ao lado de Janaína Paschoal e do ex-ministro Miguel Reale Jr, o jurista foi um dos coautores do impeachment.

Bicudo foi presidente das Centrais Elétricas de Urubupungá – Celusa, durante o governo Carvalho Pinto. A Celusa foi responsável pelas usinas de Jupiá e Ilha Solteira. No governo João Goulart foi ministro interino da Fazenda, substituindo Carvalho Pinto por cerca de um ano.

Foi procurador de Justiça no Estado de São Paulo e notabilizou-se, junto com o Promotor de Justiça Dirceu de Mello, pelo combate ao Esquadrão da Morte. 

Em 1981 integra a Fundação Wilson Pinheiro, entidade de apoio partidário instituído pelo PT, que antecedeu a Fundação Perseu Abramo. Em 1986 foi candidato do PT ao Senado, ficando em terceiro lugar. Na gestão de Luiza Erundina, na prefeitura de São Paulo, foi secretário dos Negócios Jurídicos. Então se elege deputado federal em 1991, onde atuou até 1999, por dois mandatos consecutivos. 

Foi empossado presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em fevereiro de 2000, com sede em Washington.

Entre 2001 e 2004 foi vice de Martha Suplicy na prefeitura de São Paulo.

Ele foi um dos cem professores a fundar o Partido dos Trabalhadores em Educação, e depois Partido dos Trabalhadores, em 1980. Desde a fundação do PT, Bicudo foi filiado, vindo a se desfiliar em 2005, segundo declarações dadas, por conta do Mensalão.

Em 2010 foi para o apoio de Marina Silva no primeiro turno e no de José Serra no segundo. Neste ano, recebeu a grã-cruz da Ordem do Ipiranga do Governo do Estado e, em 2012, apoiou novamente José Serra para a disputa da prefeitura de São Paulo.

De 2003 a 2013, criou e presidiu a Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos, denunciando casos de direitos humanos no Brasil. A Fundação foi encerrada por falta de recursos financeiros.

Em 2015 protagonizou um dos episódios mais controversos da história do país. Protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente eleita Dilma Rousseff. Juntaram-se a este pedido o jurista Miguel Reale Júnior e movimentos pró-impeachment, que também contou com adesão de parlamentares. Eduardo Cunha acatou o pedido no mesmo ano e o processo seguiu até 31 de agosto de 2016, com votação no Senado, com 61 votos a favor da deposiçao e 20 contra.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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