Fim do ciclo de ajuste da Selic favorece fundos de renda fixa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A interrupção do ciclo de elevação da meta para a Taxa Selic e a expectativa de manutenção desse patamar até o final do ano ajudou o desempenho de boa parte dos fundos das categorias Renda Fixa e Multimercados.Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), essa melhora pode ser percebida nos indicadores de renda fixa apurados em maio, com destaque para o IMAGeral (Índice de Mercado Anbima) e o IMA-B (Índice de Mercado Anbima – Série B),  que registraram altas de 2,52% e 4,27%, respectivamente. 

No mercado de renda variável, apesar do recuo de 0,75% do Ibovespa, o tipo Ações Livre, que concentra a maior parcela do Patrimônio Líquido da categoria Ações, apresentou alta de 0,32% no mês.

Em relatório assinado pelo analista Antônio Filgueira, a entidade afirma que o bom desempenho de boa parte dos fundos se refletiu parcialmente no fluxo de recursos da indústria, que continuou registrando resgate líquido, de R$ 6,4 bilhões, mas inferior ao observado em abril (R$ 11,5 bi). Embora a saída líquida de R$ 5,4 bilhões em um único fundo da categoria FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) pertencente ao segmento Corporate tenha pesado sobre o resultado, resgates líquidos em fundos das categorias Renda Fixa, Ações e Multimercados também contribuíram para o resultado negativo. Por outro lado, as categorias Curto Prazo, Referenciado DI, Participações e Previdência registraram ingressos líquidos no mês.

De alguma maneira, tal comportamento foi observado ao longo dos cinco primeiros meses do ano, com as categorias Renda Fixa, Multimercados, Ações e FIDC liderando os resgates líquidos da indústria, que somam R$ 17,4 bilhões. Já as categorias Referenciado DI e Curto Prazo atraíram recursos, revelando conservadorismo no direcionamento das aplicações. Depois de observar resgates líquidos em janeiro e fevereiro, a categoria Previdência acumula captação líquida nos últimos três meses e saldo de R$ 8,5 bilhões no ano.

Segundo a pesquisa, boa parte da captação líquida pode ser associada ao comportamento dos diferentes segmentos de investidores. “Enquanto os resgates líquidos na categoria Renda Fixa

foram liderados por investidores Institucionais e do Varejo, os resgates na categoria Multimercados se concentraram em fundos pertencentes aos segmentos Corporate e Private, este último principal investidor em Multimercados”, diz a Anbima, que também o comportamento do Varejo, cuja participação no Patrimônio Líquido total da indústria voltou a crescer em 2014, passando de 14,2%, em dezembro de 2013, para 14,4% em abril. 

Renda fixa supera opções conservadoras

Apesar da incerteza em relação ao comportamento da taxa de juros, o bom desempenho dos fundos de Renda Fixa (alta de 4,86% no ano) supera o de alternativas mais conservadoras, medidas pela valorização IMA-S e do CDI, de 4,14% e 4,12%, respectivamente. O prêmio pela tomada de risco é ainda maior no caso do tipo Renda Fixa Índices que acumula alta de 7,02% em 2014.

Esses fundos, cujas carteiras são majoritariamente compostas por títulos indexados ao IPCA, tiveram sua rentabilidade impulsionada pela valorização de 9,45% do IMA-B no período. “Embora esse desempenho não tenha evitado a saída líquida de recursos nesses fundos até maio, nota-se uma redução gradual dos resgates líquidos desde o início do ano. Com captação líquida acumulada em junho de R$ 412 milhões até o dia 10, esses fundos parecem voltar a atrair o interesse dos investidores”, diz a Anbima.

Ao avaliar a composição da carteira de títulos públicos dos Fundos Renda Fixa Índices entre maio de 2013 e maio desse ano revela um aumento da parcela de LTNs, títulos prefixados mais curtos, em contrapartida a uma redução da parcela de NTN-Bs e de NTN-Fs, títulos com maior duration (maior prazo). “Diante da elevação da Taxa Selic e do recuo do IMA-B em 2013 (10,02%), ao que tudo indica, os gestores desses fundos procuraram reduzir a exposição de suas carteiras à parte mais longa da curva de juros”, pontua a associação.

Desta forma, a Anbima acredita que o maior interesse dos investidores por Fundos Renda Fixa Índices neste momento parece novamente refletir a busca por yield (rendimento), e uma reação defasada ao aumento da rentabilidade nos últimos meses.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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