Investidores aproveitam brecha, e bolsa de valores fecha em alta

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – Depois de uma queda brusca no começo das operações, a bolsa de valores brasileira conseguiu se recuperar e fechar o pregão de quinta-feira em leve valorização, com investidores aproveitando a brecha de desvalorização recente para comprar ações.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o dia em alta de 0,67%, aos 48.214 pontos. O volume negociado atingiu R$ 12,205 bilhões. No mês, o indicador acumula queda de 9,89%, enquanto a desvalorização no ano chega a 20,90%.

A aversão ao risco tomou conta do mercado no começo do dia, e o quadro foi agravado por dados mais fracos divulgados na China. Os agentes também continuavam a avaliar as declarações do presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, que praticamente apresentou um cronograma para a retirada dos estímulos à economia norte-americana, ao afirmar que existe consenso entre os integrantes do colegiado quanto a redução das compras de ativos ainda em 2013. “O mercado estava esperando o pronunciamento do Bernanke. Já se esperava que uma hora que ia acabar, mas pelo menos o mercado já tem uma data, e foi isso o que mais pegou nas negociações”, explica Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros. “Além disso, os Estados Unidos estão começando a ter inflação, e o ritmo de aceleração que vinha sendo registrado vai ter que ser contido”.

Ao mesmo tempo, o economista explica que a conjuntura econômica brasileira também não favorece o comportamento da bolsa, devido aos diversos questionamentos em torno da postura adotada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a falta de credibilidade das autoridades acaba por influenciar os analistas. “Não adianta ter um Banco Central tentando fazer uma coisa, e o Mantega agindo na contramão”, diz.

Quanto ao câmbio, nem mesmo as diversas intervenções realizadas pela autoridade monetária foram suficientes para conter o avanço do dólar. A moeda norte-americana subiu 2,45% no mercado à vista, cotada a R$ 2,2590 – segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, este foi o maior patamar de fechamento desde o dia 1º de abril de 2009, quando o fechamento chegou a R$ 2,2810.

Logo às 9h20, o BC anunciou leilão de swap cambial tradicional, negociação equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O BC negociou todos os contratos ofertados no leilão. Foram 30 mil contratos com vencimento em 2 de setembro e outros 30 mil, em 1º de outubro. O valor total da primeira data de vencimento ficou em US$ 1,495 bilhão, e no segundo caso, US$ 1,491 bilhão. A autoridade monetária também anunciou um leilão de venda dólares com compromisso de recompra futura. A última vez que o BC fez esse tipo de operação foi no final do ano passado.

De acordo com o comunicado do BC, serão aceitos no máximo US$ 3 bilhões, a serem distribuídos, a critério da autoridade monetária, entre dois leilões. As operações de venda do BC serão liquidadas no dia 24 de junho deste ano. As datas de liquidações das operações de compra do BC serão 3 de setembro e 1º de outubro de 2013.

Para sexta-feira, o analista da corretora Souza Barros afirma que o cenário ainda deve continuar com volatilidade no curto prazo. Em termos de agenda, o mercado vai acompanhar a divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), os números de conta corrente, investimentos estrangeiros e coleta de impostos no Brasil, além de dados de manufatura e serviços na França.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador