A estratégia dos jornalistas lacradores de Twitter, por Luis Nassif

É curioso esse novo mercado que se desenvolveu com as redes sociais. Criou-se uma nova linguagem, especialmente para os embates pelo Twitter. Consiste em frases curtas, taxativas, geralmente agressivas, utilizando os mitos das redes sociais, sem nenhuma preocupação com a veracidade ou com a interpretação dos fatos. Visa exclusivamente “lacrar” – o termo que a rapaziada dá aos posts que “liquidam” com adversários.

Normalmente, esse mercado é atendido por novos personagens midiáticos, longe da formação da imprensa tradicional.

Mas, nos últimos tempos, jornalistas com biografia passaram a frequentar esse universo. É o caso de José Roberto Guzzo, com larga e bem sucedida trajetória no Grupo Abril, e de Guilherme Fiuza, escritor e colunista, que tinha espaço na grande mídia pré-Temer, como um dos pontas de lança do antipetismo.

Suas “lacradas” chamam atenção não propriamente pelo antipetismo radical. Mas também pela defesa incondicional do governo. Inclusive com afirmações muito próximas do nível de discernimento dos irmãos Bolsonaro, mesmo eles estando, intelectualmente, muitos degraus acima.

Por exemplo, endossando a “denúncia” do novo Ministro do Meio Ambiente (condenado por suspeita de fraude quando Secretário em São Paulo) contra contrato de locação de veículos do IBAMA. Os acusadores – o Ministro e Bolsonaro – voltaram atrás. Guzzo, foi em frente.

https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Guzzo04-169x300.png

Ou então, a apologia que Guzzo fez do preparo do presidente Jair Bolsonaro que, segundo ele, ganharia “de lavada” de Lula em “qualquer mano a mano”. Justo no momento em que Bolsonaro se projeta como o mais despreparado presidente da história.

As “lacrações” de Fiúza não ficam atrás, inclusive assumindo um dos recursos mais empregados pelo chamado ciberbulling: apelidos e situações desmoralizantes do alvo visado. Por exemplo, quando tenta “lacrar” Fernando Haddad com o apelido de Fefeca. E com aplausos de Guzzo.

https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Fiuza-e-Guzzo-169x300.png

Ou então, equiparando o PT ao PCC.

 

https://jornalggn.com.br/wp-content/uploads/2019/01/Fiuza02-169x300.png

Tudo isso poderia ser um exercício de adaptação das velhas práticas jornalísticas ao mundo dos 300 toques do Twitter, um momento de gozar com a cara do distinto público, ou mesmo um reflexo sincero do antipetismo que tomou conta de parte relevante da sociedade, não fosse um detalhe intrigante. Não sigo nenhum dos dois jornalistas. Nem os incluí em minhas listas de Jornalistas. No entanto, vivo recebendo seus Twitters, alguns com mais de 12 mil curtidas.

O que significa que os Twitters de ambos estão sendo “promovidos”, recurso normalmente utilizado em campanhas publicitárias.

Como explica o próprio Twitter (https://goo.gl/WzzVzV), sobre como utilizar a ferramenta para campanhas promocionais.

“Os Tweets dessas campanhas são claramente chamados de Promovidos, mas são como Tweets normais em todos os outros aspectos. As pessoas podem retweetá-los, responder a eles, curti-los e muito mais.

Os Tweets Promovidos aparecem em timelines, páginas de perfil e páginas de detalhes do Tweet. Você pode criar uma campanha de engajamentos com Tweets em ads.twitter.com”.

O curioso, nessa estratégia, é o fato de dois jornalistas experientes falando exclusivamente para o universo paralelo de Bolsonaro, tarefa que poderia ser desincumbida por pessoas de menor expressão. O normal seria que terçassem armas nas batalhas de ideias e conceitos que se travam junto aos grupos mais bem informados, terreno em que Bolsonaro vem cada vez mais se desmoralizando.

Luis Nassif

31 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Deveria ser criado algo como “PTsômetro”

    Deveria ser criado uma maneira de medir o quanto o jornalista desvia o foco das questões importantes para falar mal do PT. O “PTsômetro” seria a quantidade de Tuitadas falando do PT dividido pela quantidade total de Tuitadas do cidadão… valendo apenas para o período depois da saída do PT do poder.

    Todo ano o próprio PT deveria dar um prêmio de “Papagaio do PT” ao jornalista que mais falou do PT para esconder as cagadas dos governos amigos e dos patrões.

    Esse palerma do Fiuza mesmo deve falar do PT em mais de 90% das tuitadas… chega a dar pena como o cara depende de um único tema para se manter em evidência. O nível é sempre baixíssimo… patético!

    Pior é ver como esse tipo de desonestidade vai durando e parece não cair em desuso por mais desgastada que seja a fórmula. Pelo jeito, se não houver uma intervenção, esses idiotas vão continuar surfando nessa ondinha de medicocridade para sempre.

     

    Pra piorar, nesse fim de ano quem foi as livrarias se deparou com uma nova categoria que surgiu: “LITERATURA NEOCONSERVADORA BRASILEIRA”. Praticamente todos os jornalistas tentaram tirar uma casquinha do momento de alienação completa da realidade. O imbecil do Olavo estava relançando toda sua coleção e seus discípulos também lançavam suas obras monotemáticas… um tipo de “coach” para a direita burra… não duvido que a maioria esteja hoje na promoção.

    Os vermes seguem roendo até os ossos do cadáver do anti-petismo de boutique…  que fase…

     

    1. Juntamente com o Diogo

      Juntamente com o Diogo Mainardi e Felipe Moura Brasil formam o trio que fizeram do ódio ao PT, e particularmente ao Lula, a razão das suas miseráveis vidas. Como suplentes, o Augusto Nunes, Marco Antonio Villa e o Alexandre Garcia, quase no mesmo nível. 

      Temo, sinceramente, que se Lula morresse hoje eles cometeriam suicídio pelo vácuo existencial. 

  2. Tognolli
    Nassif, tem ainda o Cláudio Tognolli, que há uns vinte anos atrás foi colaborador da “Caros Amigos” e que hoje em dia destila seu ódio na Ku Klux Pan e no Twitter. Jornalista experiente, bastante preparado intelectualmente, que um belo dia de uma guinada de 180 graus…

  3. Talvez tenha chegado a hora

    Talvez tenha chegado a hora de deixar um pouco de lado o sintoma, Bolsonaro,  e focar na doença, seus eleitores. Por mais divergência entre, por exemplo, eleitores do PT e PSDB, havia certa racionalidade. Eleitores de Alckmim e de Haddad queriam, ou pelo menos diziam querer, coisas parecidas. Eleitores de Bolsonaro, querem, e dizem querer, exclusão, armas, aniquilamento físico dos adversários, odeiam negros (mesmo sendo), mulheres (também), gays (idem), pobres (ibidem). Jesse de Souza explica parcialmente o paradoxo. Bolsonaro foi eleito por atender, claramente, explicitamente, os reclamos dos que nele votaram, não enganou ninguém. Tivesse comparecido a debates, falado a favor das minorias, de políticas públicas inclusivas, receberia votos em número inferior aos de Alckmim. “Mas eleitores de Alkmim e Bolsonaro são os mesmos, baldearam para o mito um pouco antes, a partir do primeiro turno”. Não, os eleitores de Alckmim, que referi na “certa racionalidade”, foram de 7%. Os restantes, que em alguma época votaram no PSDB, eram bolsonaros deslocados. Apenas aguardavam o messias. Exemplo claríssimo dos 2 jornalistas citados no Post. Concordo num ponto com um deles, o líder popular de verdade hoje é Bolsonaro. Tudo que está fazendo está sendo aplaudido pela maioria, justamente os que o elegeram. O sintoma pode ser eliminado por uma medida tipo general mas se a doença for persistente não teremos salvação, a epidemia atingirá toda a Patria Amada, Brasil. Seria o sempre proclamado, pelos crentes, Apocalipse ?

    1. Muitos bolsominions hoje são

      Muitos bolsominions hoje são eleitores tucanos totalmente frustrados com as 4 derrotas acachapantes nas eleições presidenciais.

      O PT teve um ótimo resultado em 2010 (lembro-me de um Tasso Jereissati ressentido por não ter sido eleito) e em 2012 elegeu muitos prefeitos. Creio que em 2012 eles já não aguentavam mais as vitórias do PT e por isso aderiram àquela bobagem chamada “Jornadas de Junho de 2013” (que alguns acreditavam ser “a rapaziada querendo participar mais).

      Me lembro uma vez, por volta de 2011 ou 2012 quando um diretor dizia para nós ser eleitor fiel do Alckimin e depois dizer que o PT estava muito tempo no poder e que é sempre saudável a alternância de poder e etc(era o papo da moda na época). Perguntei a ele se tal alternância não seria saudável também em SP, tendo em vista os quase 20 anos de PSDB. Ficou o restante do almoço de cara feira.

      Outros são aqueles totalmente subjugados por Igrejas Neopentecostais ou mesmo por grandes setores de extrema direita católica (Padre Paulo Ricardo, Canção Nova, etc).

  4. BAJULAÇÃO É O MEU NEGÓCIO

    Logo após a ascensão de Temer ao poder , em 2016 , J R Guzzo nos brindava com está pérola a favor do presidente recem empossado no texto ROUBARAM O RISO publicado em sua coluna na VEJA  : 

    “Ria-se de quase tudo no Brasil. Hoje praticamente não se ri mais de nada. Tudo é terrivelmente sério. O país parece ter descoberto, de repente, quanto gosta de emoções como o rancor, o despeito ou a mágoa — ou, mais alarmante ainda, quanto é fácil tratar como inimigo aquele que apenas tem uma opinião diferente.”

    “No caso de Dilma ainda vai. A presidente deposta tem um talento raro na arte de se tornar malquista – e isso ajuda muito, claro, no culto geral ao mau humor que existe em relação a ela e seu falecido governo. Mas Michel Temer? Nunca houve a menor necessidade de ficar com raiva de Michel Temer. Em mais de quarenta anos de politica o novo presidente nada fez para merecer paixões – e muito menos ódio.”

  5. bobagem

    O twitter é a ultima fronteira dos fracassados midiáticos…os caras não conseguiram se firmar nos jornalões e usam o twitter como parede de banheiro.

  6. Nassif é Olavo de Carvalho
    Nassif é Olavo de Carvalho (sionista?)fazendo escola,tem até um Olavo de Carvalho da esquerda,é um tal de Paulo Ghiraldelli (sionista?)seus vídeos têm curtidas, número de inscritos e destaque meteórico incomum,com o escândalo do WhatsApp nas eleições,tem manipulações até nos vídeos sugeridos “do nada”,estamos entrando na era da INTERNET DE DIREITA CAPITALISTA !!
    Obs:Esse Paulo tem umas coisas estranhas no seu passado,é ganhar moral na esquerda e logo logo será “desmascarado”,só p denegrir toda a esquerda !!!

    1. Eu também não tinha

      Eu também não tinha conhecimento dele e apareceu em destaque no Youtube para mim.

      Até vejo uns vídeos dele de vez em quando, mas desconfiado.

      O bom do Ghiraldelli é que acaba com o inacreditável Pondé e o Olavo de Carvalho.

      Mas ele sempre tenta atacar o PT com aquele discurso de corrupção e etc, típicos do Crio (o pós Marina Silva).

      Sei que uma vez ele foi “escrachado” em uma universidade.

      A meus olhos, ele está querendo pegar nacos do filão que desfrutam os Karnais e Cortellas da vida, pois ele nunca entra em bola dividida com a Globo.

  7. E lembrar que Guilherme Fiuza

    E lembrar que Guilherme Fiuza é neto do Sobral Pinto… Toda vez que assisto ao documentário sobre o avô tenho que me deparar com esse rosto na tela… 

  8. “inversamente proporcionais”

    Os tais “jornalistas” são “inversamente proporcionais” ao guru Olaf von Oak(olavo de carvalho)

    Enquanto Olaf se auto-intitula filosofo sem nunca ter sido, os dois outros se auto-intitulam jornalistas, mas ja “mudaram” de profissão faz tempo…..

    PS:Na minha modesta opinião, estão acometidos da “sindrome Alexandre Garcia”……..que provoca uma vontade louca de “afagar escrotos autoritarios”……..

  9. Acho que é apenas os

    Acho que é apenas os jornalistas se adaptando ao público idiotizado atual.

    Esqueceu-se do “lacrador” de economia Ricardo Amorim, estrela do Linkedin e compartilhado por 9 de 10 coxinhas que o fazem para parecer erudito (são os pseudo-yuppies que perdem dinheiro em home-treading, mas dizem que são acionistas, e acham que um MBA na FGV equivale a um doutorado na Sorbonne).

    Ele é célebre em postar falácias como “95% das ações trabalhistas ocorrem no Brasil”.

    Aliás, Ricardo Amorim é aquele do Manhattan Conection que disse em tom de deboche que em Cuba funciona “apenas” saúde, educação e segurança.

  10. …a “não-linguagem” é a linguagem dos imbecis…
    Tenho tido experiências pessoais magníficas sobre o valor da linguagem para a formação intelectual e mesmo existencial do ser humano, para a sua vida mesmo, enquanto durar.

    O que estou tentando dizer é que é falsa a ideia de que quando lemos um texto sobre algo que sabemos com toda a convicção e sob vários prismas (por exemplo, que Bolsonaro é um ser “bestial”…), estamos “perdendo tempo”, como se “as formas diferenciadas” que alguns autores têm de nos apresentar “a mesma verdade factual” não fosse capaz de nos enriquecer e muito.

    Outro dia li um texto do Renato Lessa sobre o governo Bolsonaro, que mesmo sem me trazer novidades do conteúdo básico que eu “já domino amplamente”, me trouxe uma riqueza de símbolos e signos ABSOLUTAMENTE NOVOS para mim. – é essa a potencialidade da palavra usada com maestria, por pessoas com cultura, conhecimento, DOMÍNIO da palavra, acima de nós, pobres mortais.

    Por isso Paulo Francis era tão admirado e amado até por gente que abominava seu conservadorismo exacerbado após sua “conversão à direita” – porque a forma é tão importante quanto o conteúdo, na verdade, se confundem do início ao fim nos textos realmente especiais, únicos, peculiares.

    Outro dia li aqui no GGN, um texto tão perfeito escrito por uma articulista (esqueço-me do nome, infelizmente…) sobre as sensações de desespero que nos acometem por esse processo horrendo que estamos vivenciando, nós os lúcidos, que me vi totalmente descrito através daqueles signos, de um modo que eu jamais conseguiria, por falta de cultura, conhecimento acadêmico e genialidade mesmo, talento, no uso das palavras – da linguagem! Ela concluía não saber o que fazer, se partir para uma revolução, o hedonismo, ou uma espera paciente e deprimida – um dos textos mais humanos que já li nos últimos tempos. Só a palavra nos traz “coisas” assim…..

    Digo isso para trazer agora seu oposto, o CONTRASTE: A “não-linguagem” é a linguagem dosa imbecis!” – a “não-linguagem”, ou a linguagem propositalmente tosca, vulgar, grosseira, irracional, é a linguagem USADA por imbecis, LIDA por imbecis, SEGUIDA por imbecis, porque o objetivo de ambos – autores e leitores IMBECIS, – é se manterem nas trevas e nos preconceitos a que estão confinados e habituados. – a “não-linguagem” é o encontro inevitável dos VAZIOS da forma e do conteúdo toscos em um texto qualquer. Perfeito, para uma época em que o Brasil respira e transpira imbecilidades por todos os meios – grande mídia, redes sociais, ministros do STF, procuradores da Lava jato, presidente da República, seus filhos, seus ministros, e, NATURALMENTE, seus jornalistas-colaboradores-bajuladores e a horda de fanáticos que celebram todo esse horror….

    Esses “jornalistas” que Nassif cita e seus seguidores, fazem parte desse contexto.

    São os reis, os exemplos máximos, da não-linguagem – a linguagem dos mantras vulgares, distorcidos, agressivos, banhados em tudo o que de pior pode produzir a humanidade.

    É a linguagem e o jeito de ser dos imbecis!

    1. comentário excelente,

      comentário excelente, eduardo….assino embaixo….

      aliás, outra imbecilidade é dizer que essa tal de lacração significa sucesso….

      só pra cara de bolsignaro besta a infame….

  11. Não tenho tanta certeza de

    Não tenho tanta certeza de que esses “jornalistas” sejam intelectualmente mais preparados, que sei lá, a Damares e o Frota, Nassif. Talvez mais que o Dudu Bozo jr, que é uma besta quadrada.

    De qualquer forma, lacrar por lacrar, sou mais a Valeska Popozuda

  12. Em uma sociedade cada vez

    Em uma sociedade cada vez mais selvagem, o último mercado a conquistar talvez seja o da consciência, a despeito de Marx já tratar desse tema, em sua obra, de forma irônica.  Os “jornalistas” citados e profissionais de outras áreas, como o Ernesto, entraram de sola nesse nicho. 

  13. O homem mediano

    O artigo O Homem Mediano da jornalista Eliane Brum para o El Pais sobre a posse de Bolsonaro é uma boa analise desses tempos em que os homens mediocres abriram as bocarras e delas sairam todo tipo de horror até então contido pelo bom senso.

    Todas às vezes que vejo determinado jornalista atacando uma personalidade publica, politica ou determinado partido sem contradição, sei que ali o primeiro que morreu foi o jornalismo, em seguida a dignidade, a inteligência, as nuances que tem a vida. Apelidar Fernando Haddad de fefeca e falar em intelectual do twitter é muito revelador de quão baixa-estima tem de si mesmo aquele que um dia foi jornalista. 

    1. ….
      Eu considero 2 pontos sobre esse assunto, uma é poder gerar publicidade para no futuro vender livros, palestras e publicidade de algum espaço na rede que possa ter, considerando que o que vende é besteirol onde qualquer um poderia escrever ou falar em uma palestra, sem esforço de pesquisa ou intelectual. O segundo ponto é a incapacidade intelectual de fato, não conseguir construiu o significado do que está ocorrendo politicamente, ter um insight de um movimento político futuro não é para medíocres, porém o jornalismo nunca foi muito diferente disto, para quem já teve a curiosidade de ler jornais antigos vai se deparar com semelhanças, ler matérias jornalísticas da década de 30 é revelador, como os jornalistas acreditavam nas ideias de Hitler e Mussolini são inacreditáveis. Nunca se deve acreditar em jornalistas, nada melhor que ler um bom livro de geografia para perceber o quanto os jornalistas são ignorantes e se falar em livro de geografia eles irão dizer que o livro foi feitio pelo mec.

    2. Muito bom, mesmo!

      Fiquei impressionado com o belo texto da jornalista Eliane Brum. Minha percepção a respeito dele se aproxima muito do que Eduardo Ramos discorre na primeira parte de seu comentário, mais abaixo… É de guardar do lado esquerdo do peito. Vai ser referência histórica!

       

  14. Muito provavelmente o que
    Muito provavelmente o que você está observando é o nascimento de um novo e amplo mercado de jabá, o conhecidissimo jabaculê.
    Deve rolar muito dinheiro para colocação desses tweets. Na sua essência em nada difere do velho jornalismo de notinhas maliciosas do qual um dos expoentes é o manjado Ancelmo Gois, o que muda e só o meio.

  15. Que tal premiar os “lacradores” com o Troféu Cláudio Marques?

    Nassif, creio que sendo o Brasil o segundo maior usuário do twitter (41 milhões de usuários, contra os 141 milhões de usuários estadunidenses e os 35 milhões do terceiro colocado, o Japão, segundo o instituto francês Semiocast) só poderemos saber o que acontece com ele quando, igualmente, soubermos quem financiou a avalanche de whatsapp’s que levou Bolsonaro à presidência e levou seu articulador, o filho Carlos, a desfilar pela Esplanada dos Ministérios juntamente com o pai e madrastra, à caminho da posse, no Rolls-Royce presidencial. Ou seja, o papel ou écran das redes sociais na vitória da extrema-direita merece ser esmiuçado. Como isso não acontecerá devido aos pedidos para que o TSE informe quem financiou essa avalanche, cabe a nós anteciparmos algumas evidências: 1) – O Facebook e seu filho Twitter, assim como o Watsapp, exigem grande poder de síntese de seus usuários. Escrever com clareza e precisão em algumas linhas ou toques requer muita técnica, experiência e competência, motivo pelo qual na velha grande mídia tais profissionais eram os melhores salários e cargos da redação, o mesmo valendo para as agências de publicidade. Cunhar injúrias, calúnias e difamações que derrubem um candidato adversário exige o domínio das pulsões humanas e na maior parte das vezes o que causa repulsa, ânsia de vômito e nojo dos mais esclarecidos é justamente o que faz a cabeça das torcidas organizadas, gera palavras de ordem e a mobilização popular que acaba decidindo o resultado das urnas; 2) – Para a campanha surtir efeito, entretanto, o produto em promoção não pode desmentir ou contradizer o perfil pré-fabricado. Numa eleição, ou o beneficiário decora o roteiro e a performance que lhe são atribuídos ou melhor permanecer longe de debates e aparições televisionadas, sob pena de destroçar a campanha. Uma facada de mentirinha que mantenha a imagem produzida incólume, juntamente com a fuga de qualquer entrevista de veículos que não estejam à serviço da campanha mantêm o carisma e a identificação de todos com essa embalagem, digo, perfil salvador; 3) – Imputar ao adversário a criação de kit-gay para crinas de seis anos, mamadeiras com bico em formato de pênis, legalização da pedofilia e toda sorte de crimes contra o erário público, no entanto, necessita de fiadores conhecidos pelos usuários das redes sociais (artistas, esportistas, apresentadores de telejornais ou programas de audiência, articulistas e cronistas). Uma enxurrada de perfis-falsos de vigília, sempre prontos a esculachar quem invoque a verdade, seriedade, honra e vergonha na cara, complementam a receita e acabam afastando os discordantes de blogs como este, que sofreu uma redução significativa de leitores interessados em manter à distância a viela sanitária travestida de contraditório; 4) – Como o twitter seria a rede preferida de quantos procuram um sucedâneo das primeiras páginas e destaques midiáticos, em busca das notícias e artigos mais relevantes do dia, nada melhor que oferecer nomes de destaque, como um Augusto Nunes do Jornal do Brasil ou José Roberto Guzzo do grupo Abril, amparados por Guilherme Fiúza e outros avalistas com grande volume de seguidores-likes e predicados persuasivos. Afinal, não sofrerão tanto bloqueios quanto os demais pregoeiros desse Messias redivivo em goiabeiras nativas, além de saberem esgrimir a apologia da vitória nas eleições para quem sabe que a mesma é fruto de fraude, justiça partidarizada e juízes parciais sob a guarida do PIG; 5) – Essa estratégia das redes sociais não é nova, sempre tivemos os Gustavos Corções à serviço da UDN/Arena, porém não se pode subestimar seu papel em golpes, sob pena de esquecermos de Vladimir Herzog, que completaria 82 anos este ano caso não tivesse sido assassinado aos 38 anos, vítima de um jornalismo mancomunado ao nazifascismo da ditadura de 64. No caso, um diretor do Diário Comércio e Indústria, que mantinha um programa de dez minutos na TV Bandeirantes (patrocinado pela Construtora Linderberg, dirigida pelo então líder da TFP em São Paulo, Adolfo Linderberg) e uma coluna no semanário Shopping News. Seu nome, Cláudio Marques, virou sinônimo de dedo-duro, canalha, oportunista, pois acusou Vlado, diretor de jornalismo da TV Cultura, de fazer “proselitismo do comunismo” e transformar o Canal 2 em TV Vietnã Cultura, simplesmente por dar espaço às reportagens da BBC sobre os bombardeios de napalm dos Estados Unidos sobre o território vietnamita. Suas acusações (que classificavam também de comunista o empresário José Mindlin, então secretário da Cultura e, como tal, responsável pela Fundação Padre Anchieta) foram repercutidas por jornalistas como Lenildo Tabosa Pessoa e pelos deputados Wady Helou e José Maria Marin e duas semanas depois Vlado compareceu ao Dói-Codi/Oban para prestar esclarecimentos e foi assassinado, muito embora Ustra, Sergio Fleury, Romeu Tuma, Erasmo Dias e outras autoridades da época insistissem que ele havia se enforcado… ajoelhado no chão… 6) – Como esse “suicídio-fake” marcou as manifestações religiosas que protestaram contra a tortura e assassinatos políticos àquela época, nada mais justo que outorguemos agora aos jornalistas defensores do regime militar em curso o Troféu Claudio Marques. Quem sabe, como em 85, seja o reinício das manifestações públicas em prol da redemocratização nacional.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador