Abril amarga prejuízo milionário e pode apelar para recuperação judicial

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Miguel Enriquez publicou artigo do Diário do Centro do Mundo expondo o prejuízo milionário amargado pela Editora Abril e indicando que se a empresa não der um jeito de recuperar o fôlego, pode acabar apelando para a recuperação judicial. Segundo o colunista, essa situação põe ainda mais pressão sobre Veja e tem sua parcela de culpa sobre o jornalismo recheado de fake news das últimas edições. A revista já chegou a responder por 2/3 do peso da Abril.

De acordo com o artigo, “pessoas que acompanham mais de perto a agonia da Abril” afirmam que o volume de assinaturas caiu pela metade nos últimos anos e estaria “entre 500 mil, na hipótese mais benigna, e 300 mil, na mais realista.”

Os “balanços do grupo, auditados pela PricewaterhouseCoopers (PwC)”, mostram que a editora teve “um prejuízo de R$ 331,6 milhões em 2017, continuou e ampliou a trajetória de perdas, que apenas nos últimos três anos totalizaram R$ 768,1 milhões.”

O endividamento “também passou a ser preocupante: até 2024, o grupo terá de pagar aos credores de empréstimos e financiamentos R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 359 milhões até o fim de 2019.”

“Essa situação”, diz o relatório do final de abril passado, indica a “existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa sobre sua continuidade operacional.”

“Caso a trajetória de prejuízos não seja interrompida, há internamente quem admita que não restará outra alternativa para a Abril que não seja a recuperação judicial, a exemplo do que aconteceu com sua coirmã Editora Três, que mesmo amparada pelo benefício desde 2007, segue em profunda crise financeira.”

Leia o artigo completo aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

22 Comentários

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    1. É que o mau jornalismo é a causa mortis.

      E para uma área onde se propõe, ou o negócio é tratar de fatos, quando se deseja subvertê-lo perde credibilidade e depois receita. Não muito distante fica daqui o fim de outros conglomerados. Tem sido assim no país mais rico, quem dirá aqui

  1. Correção

    A situação descrita no artigo do DCM é pior.

    O segundo parágrafo deste texto afirma que o volume de assinaturas está “entre 500 mil, na hipótese mais benigna, e 300 mil, na mais realista.”

    Já o texto do DCM usa esse número num trecho em que fala de tiragem, contrastando com o numero proclamado anteriormente de 900 mil

     

  2. CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA


    Há muito se especula, no melhor dos propósitos, que esse semanário caminha, inexoravelmente, em direção ao lugar para o qual optou, quando deixou de fazer jornalismo factual: o aterro sanitário.

    Em razão do potencial de contaminação presente em seu conteúdo, é possível que arraste consigo outras publicações congêneres. Oxalá!

     

     

     

  3. CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA


    Há muito se especula, no melhor dos propósitos, que esse semanário caminha, inexoravelmente, em direção ao lugar para o qual optou, quando deixou de fazer jornalismo factual: o aterro sanitário.

    Em razão do potencial de contaminação presente em seu conteúdo, é possível que arraste consigo outras publicações congêneres. Oxalá!

     

     

     

  4. Menos

    Quantos empregos irão ser perdidos. A Veja é uma merda, mas sinto tristeza pelas perdas. São famílias que sairão perdendo. Menos os Civita.

  5. Algo me diz que, em falindo a

    Algo me diz que, em falindo a Abril, seus atuais diretores não serão vistos na fila da aliementação poular; Até talvez, na noite do dia em que isso acontecer, fechem as portas de alguma boate, quiçá do Bahamas, nome das ilhas em que poderão desfrutar do produto da falência dessa firma… Será que turma a quem a Abril ajudou no golpe poderia ter dinheiro escondido nessas ilhas e até facultar parte dele para uso desses ex-diretores?

    Será?

  6. Ah, ouço isso há anos!

    A Veja “está para falir” desde o 1° governo da Dilma.

    Vai falir, vai falir, e nada. Sinceramente, não acredito mais em nada disso. Quero ter mais do que esperanças e notícias boas que nunca se concretizam…

  7. Desistam desse papo… essas empresas NUNCA vão desaparecer!

    Há décadas eu ouço esse papo sobre a Veja e a Globo… pra mim já ficou claro que esse dia NUNCA vai chegar.

    A Veja é um dos instrumentos de direita/partidária mais eficientes… por que motivos o PSDB e os empresários deixariam esse “patrimônio” da direita brasileira falir???

    A máquina pública dominada pela direita vai dar jeito nisso… o que são 359 milhões??? Só numa canetada Temer deu 1 trilhão em exonerações… 

    Até Paulo Preto pagaria essa dívida.

    O que pode acontecer é a empresa mudar de dono mas continuar fazendo exatamente o que sempre fez… pois o novo dono irá comprar a empresa por interesse no que ela faz.

    NÃO ESPEREM UMA JUSTIÇA POÉTICA OU DIVINA TRAZER FALÊNCIA PARA ESSES CANALHAS… A VIDA NÃO FUNCIONA ASSIM.

    A Veja é a representação de uma faceta da sociedade brasileira que nunca vai desaparecer… aristocrática, racista, elitista, americanizada, vira-lata… 

  8. Abril amarga prejuízo milionário e pode apelar para recuperação

    Há uns anos, me atrevi a rastrear os passos da Famiglia Civita: Itália, Estados Unidos, Argentina, Brasil, México, Portugal, Espanha, Colômbia, Chile etc. No caso brasileiro, tive a sorte de encontrar um filho do generoso e talentoso escritor de ficção científica Jeronymo Monteiro (primeiro diretor da Abril, então Primavera, que, ao sair, deixou o não menos generoso e talentoso Claudio de Souza em seu lugar, à época estudante de Direito).

    Sem mais delongas, deixo-lhes o “frankenstein” produzido por este Jeca provinciano pretenso cosmopolita, aliás, um amontoado de informações que precisa de lapidação, coisa para os competentes redatores das metrópoles braslieiras. Na época, cheguei a enviar às redações da CartaCapital (do querido Mino Carta), da Caros Amigos (quando o Serjão e o Myltainho já se haviam eternizado) e da Fórum, mas não obtive qualquer retorno.

    Como diria o tragicômico Jânio (Quadros, por favor), ei-lo:

    <https://schabibhany.blogspot.com/2015/08/abril-face-oculta-dos-oligopolios.html&gt;.

    ABRIL, A FACE OCULTA DOS OLIGOPÓLIOS MIDIÁTICOSParodiando Chacrinha, nessa editora quase nada se cria, quase tudo se copia…

    (…)

    E por falar em títulos “emprestados”, a Abril brasileira “adotou” – muitas vezes com logomarca e conteúdo, a exemplo de Raio Vermelho e O Pato Donald –, revistas de sucesso da congênere platina, como Noturno – Capricho (Nocturno, fotonovelas), Contigo (Contigo, idem), Ilusão (Idilio, idem), Claudia (Claudia, revista feminina; em homenagem a uma filha de César Civita precocemente falecida), Casa Claudia (Claudia Casa, decoração e interiores), Manequim (Maniquí, moda e corte-costura), Intervalo (TV, revista sobre a TV e seus artistas), Homem (Adam, revista masculina, antes de ser 100% Playboy), Quatro Rodas (de automobilismo, que, na Argentina, teve duas fases, a segunda com o nome Parabrisas, que circula até hoje, pela Editora Perfil, da família do dono da Editora Caras, associada à Abril brasileira), Realidade (Panorama, revista de reportagens) etc. Graças ao talento de Jornalistas como Mino Carta e Luis Carta (e às equipes que eles formaram), revistas como Quatro Rodas e, depois, Realidade passaram a ser referência na América Latina. Foi, aliás, o caso de Veja (e Leia) sob a direção de Mino (entre 1968 e 1975), mas, pouco depois, assim como Realidade, ficaram descaracterizadas quando passaram para o comando (literalmente “comando”) de profissionais submissos aos caprichos do primeiro-filho, Roberto Civita, indubitavelmente responsável pela decadência editorial, econômica e ética da editora que contribuiu, ainda que com evidentes contradições, para afirmar a identidade brasileira.

    (…)

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