Folha mentiu no caso do dossiê BB

Ontem conversei com diretores do Banco do Brasil, defensores de Paulo Cafarelli – o vice presidente vítima de ataques. Estranharam dois fatos. Primeiro, a Folha ter requentado notícia velha. O assunto já tinha sido divulgado em março por Cristiano Romero, do Valor. Segundo, o fato da Folha ter tratado como dossiê uma carta apócrifa “ridícula”, segundo eles. Dias atrás, pelo Twitter, a suposta vítima – a filha do Ministro Guido Mantega – disse a mesma coisa. Hoje a própria Folha traz declaração de Mantega reforçando esse ridículo.

Em vez de demonstração de pluralidade – dar a palavra a Guido para criticar a Folha -, a matéria apenas demonstra a falta de rumo da editoria de Poder do jornal, depois que assumiu a editora Vera Magalhães. É de um ridículo atroz. A própria matéria, depois do desmentido de Guido, continua a tratar o email como se fosse dossiê.

Da Folha

Mantega afirma que dossiê de petistas é apenas “carta apócrifa”

Ministro diz considerar “estranho” tratamento dado a documento

DO RIO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem no Rio que acha “estranho” que o que ele considera uma “carta apócrifa” tenha sido “transformada em dossiê”.

A declaração se refere a uma reportagem publicada pela Folha, que mostra que Mantega foi alvo de um dossiê que o próprio governo identifica como elaborado pela ala do PT egressa do sindicalismo bancário.

O material traz acusações de tráfico de influência no Banco do Brasil contra uma filha de Mantega, Marina. No final de abril, o documento foi enviado para a presidência do BB, para o gabinete de Mantega e para a Casa Civil.

“Dar crédito a uma carta apócrifa? O que acho estranho é um jornal respeitável transformar uma carta apócrifa em dossiê. É como um passe de mágica”, disse Mantega ao criticar a Folha.

“Parece o rei Midas, que transformava coisas em ouro, só que ao contrário. Transforma ouro em não sei o quê. Não sei a que ponto chegamos. Acho que faz parte da campanha eleitoral. Nenhum jornal que se preze deveria dar crédito a cartas apócrifas, que, aliás, não trazem nada de substancial.”

OBJETIVO

A intenção do dossiê era forçar o ministro a desistir de nomear o vice-presidente do BB Paulo Caffarelli para a presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco), que tem R$ 150 bilhões de patrimônio.

Caffarelli acabou preterido por ordem do Planalto, mas os bancários também saíram enfraquecidos. O nome por eles defendido para assumir a Previ, Joílson Ferreira, também não foi escolhido. 

Luis Nassif

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