Em uma entrevista publicada no domingo (02 de junho) pelo jornal peruano “La Republica” (veja entrevista na íntegra), o ex-presidente Lula afirmou que tem um “pequeno problema” com a imprensa brasileira.
“Quando critico a imprensa, eles dizem que os estou atacando. Quando me atacam, dizem que estão criticando”, relatou Lula, e disse que, ainda assim, “nunca um jornal ou canal de TV deixou de receber publicidade do governo porque me criticavam e me parece que esse comportamento deve ser universal em exercício do poder”, diz.
O ex-presidente relatou que “os companheiros de comunicação devem compreender que um canal de TV é concessão do Estado. E não se pode usar uma concessão para atuar como se fosse um partido político. “Se todos atuarmos de maneira republicana será perfeito para a democracia”, ressaltou.
Lula disse na entrevista que sonha em ter uma integração maior entre as políticas sociais do Brasil e as políticas sociais do Peru. “Todos os países tem coisas boas e ruins, então precisamos estabelecer uma estratégia enquanto bloco. É preciso estabelecer o que podemos e queremos fazer”, observa.
Ele afirmou que no período em que foi presidente, deixou seu legado na forma como se expressava, no diálogo com a população. “Nunca antes no Brasil um presidente teve a possibilidade de aprovar um terceiro mandato, mas não quis”.
Ao fazer uma relação com a crise europeia, o entrevistador do jornal “La Republica” questionou o ex-presidente sobre a desaceleração do crescimento. Lula disse que a crise europeia está durando por causa da demora na tomada de decisões. “O desafio é interno e externo. Tomamos a decisão de frear a economia, porque o volume de comércio era muito grande e poderia gerar inflação”, relata. “Esta crise demonstra que o comércio tradicional está caindo. O que temos que fazer é fortalecer nossa relação com os outros países da região.”
Entretanto, Lula recomendou aos empresários para não duvidarem de que, antes de 2016, o Brasil será a quinta economia do mundo. “Temos um programa de inversões e a sociedade tem cada vez mais poder aquisitivo”, aponta.
Prestes a embarcar para a Colômbia, Peru e Equador, Lula defendeu a criação de bloco econômico na América do Sul e contou ter falado com Dilma sobre a necessidade de “agilizar o tema Unasur”.
Ele foi lançado pelo presidente do Equador, Rafael Corrêa, à secretaria-geral da entidade, que busca aprofundar a integração entre os países sul-americanos.
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