O “pai dos burros” e os meninos órfãos da mídia, por Fernando Brito

Enviado por Webster Franklin

Do Tijolaço

O “pai dos burros” e os meninos órfãos da mídia

Fernando Brito  

houaiss

Não é raro, no jornalismo, os “focas” não perceberem que deixam para o final a informação que vale mais do que tudo o que vai sendo dito pelos seus narradores “oficiais”.

A repórter Cleide Carvalho, de O Globo, usou deste recurso para, com imensa sutileza, chamar de pouco versados no vernáculo os coleguinhas que embarcaram, por sua fissura condenatória, na ridícula história de “ordem para destruir o e-mail” que teria sido dada pelo empresário Marcelo Odebrecht a seus advogados e apreendida pela Polícia Federal.

“Segundo o dicionário Houaiss, consultado pelo GLOBO, destruir não significa apenas destroçar, causar perda ou desfazer algo, mas também “produzir efeito negativo sobre (algo)”, desarmar ou desfazer a tática de um adversário.

Como o e-mail está nos autos do processo, é obvio que o “destruir” não era físico, mas jurídico.

Se a Cleide tivesse citado o Aurélio, está lá: “reduzir a nada”…

Mas importou pouco ou coisa alguma.

Nem  mesmo que fosse totalmente  ilógico o camarada mandar “destruir” fisicamente um e-mail que está no processo, digitalizado e com “n” cópias.

Até a Folha que, a princípio, não “embarcou” no expediente pueril, agora se “redime” deslocando para a manchete a nota que diz que o bilhete “revela a tática da defesa” – para os produtores de escândalos seletivos.

Uma chusma de repórteres ingênuos, entremeada por alguns sujeitos que se entregaram de pena e alma à Polícia e ao MP em troca de colocarem suas canequinhas sob os vazamentos que produzem nem quer saber de nada produzem o absurdo como fato real.

E, nas redações, encontra editores capazes de fazer qualquer coisa tem o maior escândalo do dia…

Imagino os delegados se perguntando se “este tal Houaiss não era um esquerdista? Não era filiado ao PSB e pior, cotado como candidato a vice de Lula em 89?”

Então deve ter feito isso no dicionário para encobrir a empreiteira e livrar o Lula…

Como? Houaiss morreu em 1999?

Isso não vem ao caso…

Minha geração – que não tinha nem o Google – cansou de ir ao “pai dos burros”: Aurélio, Caldas Aulete…quando chegou o Houaiss foi um maná dos céus.

A nova, ao menos em parte, está órfã.

PS. A matéria da Cleide, com o advogado Ricardo Sayegg, sobre as barbaridades jurídicas da apreensão das notas aos advogados é ótima. Mas como ninguém liga mesmo para lei, nesta época infeliz da vida brasileira…

Redação

11 Comentários

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  1. Serviu para inflamar

    Serviu para inflamar coxinhas, como fazem diariamente os “cultos” e isentos jornalistas do PIG platinado? Então tá valendo. Falsear, parcializar ou omitir fatos faz parte da linha editorial e dos hábitos a serem seguidos pelos novos e velhos contratados. Cujos objetivos, o primeiro, é influenciar para ganhar eleições.

  2. Nassif
    Vivemos numa Federação

    Nassif

    Vivemos numa Federação fragmentada por feudos partidários (MP´s, PF´s, PM´s e Judiciarios Regionais) são partes desta fragmentação.

    Vejo ainda que toda esta celeuma em torno desses empresários é um adrede do executivo federal.

    E lamentavelmente,  o Cardoso esta regendo esta ópera bufa.

    Que pelo andar da carruagem, vai até 2018.

    Abração

    1. Regente

      Um regente costuma se postar à frente de seus pares, e estabelecer o ritmo da dança.

      O Cardoso é um omisso. Não consegue nem ler o texto do ponto, escondido da platéia.

      Se a ópera fosse bufa, saberíamos de seu desfecho farsesco. Os gregos clássicos tinham os padrões apropriados para o desenrolar de nosso enredo.

    2. Regendo?????

      Eu acredito que o Cardozo não está regendo, nem nunca regeu coisa nenhuma. Aparentemente estão, ele e seus colegas palacianos, escondidos em gabinetes, imaginando que uma hora esse mau tempo (que imaginam passageiro) passa e eles poderão voltar a se expor publicamente. No caso de Cardozo, por calculismo oportunista, já em relação à sua chefa, me parece que é autismo.

  3. isso será sintoma do piso salarial rebaixado da rede lodo?

    enquanto a alerj definiu como piso salarial de jornalista o valor de + ou – R$ 2.400,00, a rede lodo optou por manter sua trupe com um piso de R$1.600,00. garantindo assim o caviar dos marinho por mais um tempo.

  4. Desculpe, Webster, mas você

    Desculpe, Webster, mas você está agindo como o carneirinho que argumenta com o lobo:

    – “Mas Sr. Lobo, eu estou bebendo da parte mais baixa do rio, como posso estar sujando a água que o Sr. bebe?”

    Será que aceitar o jogo na quadra proposta pelos lobo, a da hipocrisia, das desculpas e mentiras, é mesmo a melhor idéia? Ok, espera-se o ganho de que fique cada vez mais evidente o autoritarismo e as arbitrariedades desses “lobos”. Mas será que o lobo está tão preocupado assim com sua fama, sua imagem? Há lobos que assumem que querem mesmo é matar o carneirinho, assumem suas monstruosidades e ainda perguntam:

    – “E aí, vai encarar?”

  5. Eram  orientaçòes para a

    Eram  orientaçòes para a defesa, isso é fato.  O Sérgio Moro tem se aliado ao Mpf, Pf, Midia e atê a Tribunais superiores para manter os abusos contra direitos fundamentais dos réus, como por exemplo o direito de defesa, daí tem feito de tudo para impedir, constranger e atrapalhar os advogados que terminam renunciando para dar lugar a Dra Catta Tudo, sic Catta Preta, a rainha da delaçào premiada. Já o caminhào de provas do envolvimento do Aécim é exemplo de crime que, ao contrário, é descriminalizado pelo sistema midiatico-penal que ai está fazendo das tripas coraçào para levar adiante a tática da terra arrasada desde que isso sirva de ponte ou desculpa para decretar a morte politica de Lula e do PT. Por outro lado, pra onde tem ido os vários casos comprovados da roubalheira tucana? Para os arquivos mortos dos gavetas profundas do Janot, Rodtigo de Grandis, Barbosa et caterva

    1. Enquanto isso
      Sem obras, PIB

      Enquanto isso

      Sem obras, PIB da construção deve cair 8,6%

      25/06/2015 – Estado de S. Paulo

      O enfraquecimento da economia e a queda nos investimentos de infraestrutura – aliados aos efeitos da Operação Lava Jato – tem arrastado o setor da construção civil para uma onda de demissões em massa, recuperação judicial e inadimplência. Até o fim do ano, se não houver nenhuma reversão, o setor deverá amargar uma queda de 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) – o pior, pelo menos, dos últimos 13 anos.


      “Sem dúvida, o resultado terá impacto no crescimento econômico do País. Se nada acontecer, poderemos sair de uma recessão para uma depressão”, afirma o economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, responsável pelo Boletim Trimestral da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop). Ele explica que, num quadro de depressão, a queda na taxa de crescimento do País é acompanhada da desmobilização do parque produtivo. “E é o que está começando a ocorrer, com empresas fechando as portas”, afirma o presidente da Apeop, Luciano Amadio.


      Nos últimos 12 meses, o setor fechou 274 mil vagas de emprego formal. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que considera empregos formais e informais, o setor já demitiu 609 mil pessoas em um ano. Nada garante que esse movimento será interrompido em breve. Pelo contrário, a expectativa é que continue nesse ritmo, pois não há novas obras para dar impulso ao caixa das empresas, afirmam os representantes da Apeop.


      Além do ajuste fiscal, que derrubou os investimentos públicos em infraestrutura, poucos projetos do novo pacote de concessão, recém lançado pelo governo federal, deverão sair do papel neste ano. Junta-se a isso o recuo nas atividades do governo de São Paulo. Pelos dados do Boletim Trimestral da Apeop, no ano passado, o investimento total do governo paulista caiu 16% no ano passado.


      “Neste momento de crise, São Paulo deveria assumir um papel de protagonismo para ajudar o País a atravessar a crise. Mas o que vemos são vários projetos parados e nenhuma iniciativa para incrementar os investimentos”, reclama Luciano Amadio. Numa pesquisa feita pela GO Associados, 93% das empresas afirmaram que houve redução nas licitações paulista do primeiro semestre de 2015. Outras 33% afirmaram que houve algum tipo de atraso nos pagamentos.


      De acordo com a Apeop, algumas iniciativas do governo do Estado poderiam acelerar os investimentos em infraestrutura, como a concessão de linhas de trens metropolitanos da CPTM, trens inter-cidades e pátios de estacionamento e reforma, ampliação e modernização de escolas de ensino fundamental, entre outras alternativas. “Esses ativos seriam de interesse do setor privado por causa do baixo risco de demanda a eles associados”, aponta o relatório da GO Associados.


      Pesquisa. A falta de perspectiva de novas obras tem abalado a confiança dos empresários. Para 59% das empresas entrevistadas no setor, as expectativa da economia nacional para os próximos três meses pioraram muito desde o primeiro trimestre. O mesmo sentimento foi transferido para dentro das empresas. No fim do ano passado, 18% das companhias acreditavam que as receitas diminuiriam neste ano. Agora 48% acreditam que o faturamento vai cair.


      Para 56% delas, os investimentos serão reduzidos nos próximos 12 meses. “A única variável que pode impedir que o País entre numa depressão é o investimento. Portanto, acelerar as concessões neste momento será uma decisão estratégica”, afirma Gesner Oliveira. “É preciso proteger o investimento e reduzir o custeio.”

  6. Eu também usaria… Recebi

    Eu também usaria… Recebi uma multa indevida em casa e fiz um requerimento destruindo a multa…

    Vcs não acham que “destruir” pode ser para o conteúdo do que está no e-mail e não para o e-mail em si mesmo?

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