Princípio editorial do JN faz terrorismo econômico

 Veja quem faz o Jornal Nacional diariamente (Divulgação TV Globo/João Cotta)


Por Zeca Peixoto*


 

Analisando o Jornal Nacional desta terça-feira 16 (vídeo), cada vez mais me convenço que a artilharia rentista, via Rede Globo, busca apertar o cerco sobre o Banco Central para aumentar a taxa selic. A “inflação” é a bola da vez. A fonte ouvida por mais tempo, voz de “autoridade” sobre o assunto, foi um dos representantes dos bancos, Mendonça de Barros. Mediante um economês com enganês, o economista, entrelinhas, defendeu a elevação dos juros. Na verdade, um recado da Febraban com assessoria da emissora dos Marinhos.

A edição (abaixo) do “noticiário” foi de uma sofisticação de fazer inveja a Goebbles. Constructo de terrorismo econômico capaz de encantar incautos. E o pior é que encanta. Quem assistiu o JN de hoje, a depender do filtro mental, é capaz de cometer suicídio apostando que seu dinheiro não valerá mais nada amanhã. A Rede Globo não é só um problema de ordem ideológica, mas, sobretudo, de saúde pública.

 Edição do dia 16/04/2013

 


O comitê de política monetária do Banco Central vai anunciar nesta quarta-feira (17) se altera ou mantém a taxa básica de juros da economia brasileira.

O Banco Central já está reunido para decidir se usa um dos instrumentos para combater a inflação: o aumento da taxa básica de juros. Há seis meses, a taxa não muda. Continua a menor da história. 

A chamada Taxa Selic remunera títulos da divida pública. Quando ela sobe, quem investe nesses títulos ganha mais. Para não perder clientes, os bancos aumentam os juros das suas aplicações. E cobram mais de quem pega dinheiro emprestado.

É por isso que os financiamentos ficam mais caros quando o Banco Central sobe a taxa básica de juros. Se ficam mais caros, a gente acaba financiando menos, comprando menos. E, aí, é mais difícil que uma loja, um supermercado, queira aumentar preço. 

A inflação em 12 meses chegou a 6,59%. O governo tem o compromisso de não deixar que passe de 6,50%. E vem tentando fazer isso sem mexer nos juros. Diminuiu os impostos da conta de luz, da cesta básica. Atrasou o reajuste da gasolina.

Mas o economista José Roberto Mendonça de Barros diz que a inflação se espalhou. “Outros custos estão aumentando. O transporte, a embalagem, a mão de obra e essa redução de impostos é bem vinda, mas não é capaz de segurar a inflação. Portanto, não vejo alternativa senão o aumento da taxa de juros”, afirmou. 

Acontece que a taxa de juros mais alta também puxa o freio da economia. E a nossa já anda devagar. 

A indústria cresceu em janeiro, mas encolheu em fevereiro. Com o comércio, aconteceu a mesma coisa. Ainda assim, para o professor Luiz Gonzaga Belluzzo a inflação é o problema mais urgente.

“Isso é o Banco Central que tem que ter critério para saber o quanto ele vai mexer na taxa de juros, para poder impedir esse progresso e a continuidade da inflação”, explica.

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*Zeca Peixoto é jornalista, mestre em História Social e pesquisador da História da mídia, autor: A quinta coluna do Diário de Notícias da Bahia. Faça o download aqui do trabalho publicado pelo Labcom, Universidade da Beira Interior, de Portugal. (blog do Zeca Textos ao Vento)

 

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