Tendência de queda na audiência da IstoÉ supera Veja e Época

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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IstoÉ Frágil

Do Blog Coleguinhas, Uni-vos

A IstoÉ é a última das três semanais de informação cujos resultados de 2014 analiso há três semanas. Seus resultados não são nada melhores do que as concorrentes Veja e Época, chegando a ser muito pior em um caso: a tendência de queda a coloca em situação mais frágil que as outras duas por ter circulação muito menor que a revista dos Civita e não ter visto suas vendas reagirem no último trimestre como a dos Marinho.

Variação de circulação – Janeiro/Dezembro 2014

 

Variação por tipo de venda (4º trimestre)

Análise

A IstoÉ não possui edição digital (ou não a declara, pelo menos). Desse modo, há apenas duas tabelas e um gráfico na análise, diferente da Veja e da Época (aqui e aqui). Por não possui-la, os resultados da revista da Três aproximam-se mais daqueles da Época – cujo número da edição em bits é irrisório – do que da Veja.

Assim, a queda percentual da circulação da IstoÉ em 2014, de 4,23%, é muito parecido com a que ocorreu com a semanal da Editora Globo (4,5%) – saiu de 329.879 exemplares em janeiro para 315.901 em dezembro (tabela/gráfico 1).

No entanto, diferente do caso da Época, o desempenho do último trimestre de 2014 não suscita esperanças de um futuro melhor. Enquanto a semanal dos Marinho cresceu 4,11% de outubro a dezembro, a IstoÉ caiu 1,8% – resultado melhor que a Veja, porém, cujo decréscimo de circulação chegou a 3,4% nos três últimos meses do ano passado.

Como a Veja, o problema na IstoÉ concentrou-se nas vendas avulsas, onde levou um tombo de 17,77% no último trimestre (contra mais de 25% da semanal dos Civita), que não refletiu muito na circulação geral porque a participação da venda em banca não chega a 10% do total (na Veja, ultrapassa esse percentual).

Com a revista da Editora Três, termino as análises dos resultados das semanais, assunto ao qual pretendo retornar quanto tiver em mãos os números dos primeiros seis meses de 2015 (o que, com a dificuldade que tenho de obtê-los, deve ocorrer lá para agosto ou setembro). Não comemore, porém – você não vai se livrar de meus gráficos e tabelas tão facilmente.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. Na Época em que a Veja era
    Na Época em que a Veja era relevante o povo dizia “IstoÉ uma ditadura”.
    Agora a IstoÉ não quer que o povo Veja que a Época das ditaduras passou.
    Na Internet os brasileiros dizem da Veja “IstoÉ uma merda de revista”; da Época dizem “não Veja este clone da IstoÉ”.

    1. Nenhuma das 3 fecha. Isso é
      Nenhuma das 3 fecha. Isso é instrumento de poder e se o povo não paga o dono vai acabar pagando pelo SEU instrumento.
      Ou vende.

  2. Demorô!

    A Istoè é a pŕopria “Crônica de uma morte anunciada” . Vai morrer naturalmente e ninguém vai sentir falta.  E o crescimento da Época e Veja no último trimestre de um ano de eleição presidencial é natural. Aquelas capas escandalosas e mentirosas apoiadas por intensa campanha na TV e nos jornais  dão uma alavancada. Gostaria de ver os dados comparando tais números desde 2011, desconsiderando o período eleitoral.

  3. Queda de 25% da vesga  na

    Queda de 25% da vesga  na venda avulsa? Muito promissor. Os supermercados não vão querer mais trabalhar com um produto que não vende e minhas idas as compras serão mais prazeirosas.

  4. Alguém lê essas “revistas”

    Alguém lê essas “revistas” mesmo ? Faz muitos e muitos anos que não vejo absolutamente ninguém com uma delas nas mãos…a não ser na sala de espera do dentista…

  5. É inevitável!

    Durante a minha infância (ho ho ho, lá se vão décadas) lia a Manchete e a Cruzeiro, após fui migrando para a Realidade, Veja e Isto é, o mais interessante que há mais de dez anos não compro nenhuma revista, pois com o tempo elas foram perdendo o crédito e sendo substituídas pela internet.

    Ou seja, para alguém que durante décadas tinha o hábito de ler revistas o comportamento é sintomático, agora imaginem para pessoas mais jovens que não adquiriram este hábito.

    Talvez o que vá substituir por completo as revistas são portais como este o GGN, era só o Nassif pensar mais um pouco, mudar a diagramação sem comprometer a capacidade dos comentários e da participação gratuita de seus colaboradores que ele assume o posto.

    O que ainda não acabou com as revistas e com os jornais, foi a incapacidade parcial de sites como este de gerar novos assuntos, ainda se anda a reboque de notícias da imprensa em geral e comenta-se a exaustão assuntos ligeiramente expostos pela mídia tradicional.

    Talvez o fim das revistas e até dos jornais, ocorrerá quando um site de notícias conseguir balancear notícias geradas por profissionais da imprensa e colaboradores voluntários, aí os jornais e revistas ficarão tão anacrônicos que perderam por completo o motivo de existir.

  6. APARTHEID INC.

     

    Enviei, hoje, uma matéria ao Fora de Pauta – que passou por um misterioso e inexplicável processo de evaporação instantânea -, abordando:

    – o perfil da Naspers, a corporação de multimídia global que é a controladora da Editora Abril, que era compromissada com a manutenção e o aprofundamento da política de segregação racial na África do Sul

    – a participação da Naspers, através de Maria Ramos, nas reuniões do Grupo Bilderberg, que organiza o estabelecimento de um governo de ordem mundial.

    Trevor maria poder casal

    Maria Ramos é casada com Trevor Manuel Andrew, que serviu, no governo da África do Sul, como Ministro das Finanças, entre 1996 e 2009, durante as presidências de Nelson Mandela, Thabo Mbeki e Kgalema Motlanthe e, posteriormente, como ministro, na presidência da Comissão de Planejamento Nacional, entre  2009 e 2014, sob a presidência de Jacob Zuma.

    Em maio de 2006, a Naspers adquiriu, por US $ 422 milhões, uma participação de 30% no grupo de mídia brasileiro Editora Abril, a editora de dezenas de títulos, sendo a mais importante a Revista Veja.

    O novo conglomerado foi configurado através de um esquema de retenção de share complexo apelidado de “Channel Life” em que a Sanlam torna-se a nova holding efetiva da Naspers na África do Sul. Vários oligarcas do ANC (Congresso Nacional Africano) e outros magnatas do partido forma nomeados para cargos na nova holding, entre elas Maria Ramos e Vallie Moosa. Eles se juntam a outros Broederbonders, que desde 1993, integram o grupo de elite Bilderberger internacional.

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    Vallie  Moosa foi ministro da África do Sul para o Meio Ambiente de 1999 a 2004. Atuou como presidente da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), foi presidente da Eskom e Presidente do Painel de Alto Nível da UNFCCC sobre o Diálogo Político CDM. É presidente do WWF (África do Sul) e diretor da Lereko Investments, Sun International, Anglo Platinum, Sanlam e Imperial Holdings.

    1. Peraí.
      O Naspers é

      Peraí.

      O Naspers é compromissado com a política de segregação racial na África do Sul.

      Prova: entre seus diretores há vários que são intimamente ligados ao CNA, partido que pôs fim ao regime de segregação racial.

      Onde foi que eu me perdi, mesmo?

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